Por Arthur Riskalla
Algumas bandas tiveram a sensibilidade de perceber a força de uma geração e crescer junto a ela, entoando os hinos que a fizeram ganhar identidade, e com o Gorillaz foi justamente assim.
Lançados pelos impulsos eletromagnéticos das televisões de tubo, os membros surfaram a onda da explosão dos desenhos animados do início dos anos 2000 para se apresentar ao mundo como são – uma banda virtual.
Com Damon Albarn (líder do Blur) como músico criador do universo musical e Jamie Hewlett (quadrinista co-criador de Tank Girl) por trás dos desenhos de 2-D, Murdoc, Noodle e Russel, o Gorillaz alcançou os corações e imaginários de fãs ao redor do planeta, apresentando um som muito original, misturando influências do rock e hip-hop com doses de brit pop.
O Gorillaz está há 20 anos na estrada e há 17 lançou seu primeiro disco, homônimo.
Aproveitando a movimentação recente da banda, montamos aqui um ranking com a sua discografia da forma como achamos que ela se encaixa do pior ao melhor disco.
Divirta-se e nos conte qual é a sua opinião!
6 – The Fall (2010)
The Fall, por mais óbvia que seja a piada, faz jus ao nome [“A Queda”], mostrando uma caída brusca na boa sequência dos álbuns anteriores. Com músicas pouco vibrantes, Damon Albarn peca por uma certa crise de criatividade, entregando um produto final sem o carisma que lhe é tão característico.
5 – Plastic Beach (2010)
Plastic Beach trata-se de um amadurecimento da obra. Aqui Damon Albarn mostra o alcance de sua excentricidade e consegue criar bons momentos com as participações ilustres de Snoop Dogg, De La Soul, Mos Def e Lou Reed.
Um álbum intrigante que ficou marcado por músicas como “Stylo”, “On Melancholy Hill” e
“Empire Ants”.
4 – Gorillaz (2001)
O álbum homônimo e de estreia do Gorillaz aparece em quarto lugar e foi responsável por catapultar a banda animada de Albarn e Hewllet a um nível raro para um estreante.
O disco mostra sua força com hits reverenciados pelo público até os dias de hoje, somados a clipes icônicos – como os de “Clint Eastwood”, “19-2000” e “Rock the House”. Os grandes momentos porém não sustentam outras experiências um pouco cansativas de Albarn que prejudicam a audição do álbum.
3 – Humanz (2017)
O bronze fica com Humanz, o álbum que os fãs esperaram sete anos para receber.
Humanz surpreende por dar ao Gorillaz uma nova face, moderna e com maior presença de batidas eletrônicas. Mesmo nas músicas mais voltadas ao rock há uma roupagem pop sintética que dá unicidade a um álbum dançante. Um dos produtos mais fortes da discografia impressiona do início ao fim e foi capaz de elevar muito o nível das apresentações ao vivo de Albarn e companhia.
Humanz é a evolução mais recente do Gorillaz porque reúne os melhores elementos da consolidação trazida por Demon Days e os soma a uma visão modernizada do house eletrônico. O disco conta com uma larga quantidade de músicos colaboradores que enriquecem a obra e valorizam sua figura eclética.
Destaques: “Saturn Barz”, “Ascension”, “Andromeda”, “Carnival” e “Sex Murder Party”.
2 – The Now Now (2018)
The Now Now é o álbum mais recente do Gorillaz e veio na sequência de Humanz, destacando-se por um formato renovado da banda.
Com influências de funk, new wave, soul e é claro, o synth-pop, o disco tem escolhas seguras e possui fluidez marcante, oferecendo músicas para ouvir várias vezes como “Sorcerez”, “Lake Zurich”, “Hollywood” e “Fire Flies”, agradando os novos e velhos ouvintes.
1 – Demon Days (2005)
Em nosso primeiríssimo lugar, em disputa acirrada, vem ele – Demon Days.
O álbum, que elevou a banda virtual a um novo patamar, recebeu reconhecimento do Grammy para melhor colaboração vocal pop de De La Soul em “Feel Good Inc.” –
talvez o maior hino do Gorillaz.
Esse disco solidifica todo o trabalho da banda, exibindo suas referências, sua assinatura sonora e a capacidade de fazer um som muito específico se tornar pop – o dom de poucos.
Com uma mistura arrebatadora de elementos orgânicos, rock, hip hop e música eletrônica, Demon Days emplaca diversos hits como “DARE”, “Dirty Harry”, “All Alone”, “Every Planet We Reach is Dead”, “El Manãna” e a própria faixa-título. Realmente, Albarn não fez pouca coisa e merecia o Olimpo por essa produção atemporal.
Definitivamente é com esse álbum que um leigo deveria começar sua audição, já que ele resume toda a originalidade desse projeto. Uma verdadeira viagem!