Entrevistas

We Are One Tour: conversamos com o Sugar Kane sobre apresentação no festival e o futuro da banda

"Devemos preparar algo mais pesado e rápido", afirma o vocalista Capilé, do Sugar Kane, a respeito do We Are One Tour, que acontece em Dezembro.

Sugar Kane

Em Dezembro acontece em São Paulo a nova edição do We Are One Tour, que será realizada na Arena Barra Funda. Além de Pennywise celebrando seus 30 anos de carreira, o evento conta ainda com as bandas Comeback Kid, Belvedere, Dead Fish, Garage Fuzz, Sugar Kane e Direction.

Conversamos com os integrantes do Sugar Kane, Alexandre Capilé (vocal e guitarra) e André Dea (bateria), para falar a respeito da participação no evento, dos novos shows do grupo e também do atual momento político do país.

Sugar Kane por: Gui Caielli
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TMDQA!: Desde que o Sugar Kane fez a sua tour de despedida, vocês continuam fazendo shows esporadicamente, principalmente em festivais. Existe a perspectiva de algum dia a banda gravar um novo disco e sair novamente em turnê?

Capilé: Por enquanto ainda não pensamos nisso, conversamos algumas vezes a respeito, mas não chegou a se tornar um plano real. Não vejo porque não, acredito que uma hora o Sugar Kane deva fazer algo novo sim, sem pressa e quando tudo conspirar a favor.

TMDQA!: Vocês fizeram em Curitiba o show comemorativo de 15 anos do Continuidade da Máquina e anunciaram também a apresentação em São Paulo. Há planos de levar esse show para outras cidades?

André: Sim, já temos algumas outras cidades confirmadas. Em São Paulo, acontecerá no dia 9 de novembro, na The House (antigo Hangar 110). Não vamos fazer uma turnê, como foi a do ano passado. Serão shows pontuais, mas queremos passar por mais alguns lugares.

TMDQA!: Capilé, você já disse que agora para o Sugar Kane se reunir tem que ser algo especial. Como você define a relação pessoal que tem com a banda atualmente, já que por muitos anos ela ocupou tanto da sua vida e depois de uma missão cumprida, talvez tenha se tornado algo mais voltado à diversão.

Capilé: Totalmente, já tive minhas crises pessoais com o SK. Por ser minha banda por tanto tempo, era difícil separar até que ponto era a banda e até que ponto era eu. Parar me fez muito bem, pude tocar outros projetos e tirar o peso de cima do SK. Agora, vejo tudo o que conquistamos e quanta gente gosta de nós até hoje. Isso é muito foda, sou muito grato por ter isso na minha vida e poder compartilhar com meus amigos. Hoje em dia os shows têm outra vibe, eu gosto muito do que conquistamos.

TMDQA!: Em Dezembro vocês tocam no We Are One Tour. Vocês estão preparando algo de diferente para a apresentação? Como é poder dividir o palco com as bandas que estão escaladas?

Capilé: Não pensamos em nada diferente, até porque esses shows de abertura são mais curtos que o normal. Já tocamos com o Pennywise antes e tive até a honra de cantar “Bro Hymn” com eles. Acredito que para esse show devemos preparar algo mais pesado e rápido.

TMDQA!: Apesar do Sugar Kane não possuir apenas letras políticas, surpreendeu o fato de tantos fãs terem se ofendido com o posicionamento oficial da banda contra o Bolsonaro?

Capilé: A mim, não. Se até na minha família tem gente que apoia esse fascista… Muita gente que tá do lado dele agora não tem ideia de quem está apoiando. Esse ser escroto tem tudo pra foder o Brasil, literalmente. O SK sempre teve uma postura política clara, libertária e progressista. Fascismo aqui não.

TMDQA!: O que explica esse conservadorismo e apoio à direita que tem sido tão grande dentro do hardcore? É algo que sempre existiu, mas agora ganhou mais voz?

Capilé: Acho que muita gente nunca prestou atenção na mensagem. Eu, por exemplo, aprendi muito com letras de punk rock, sobre política principalmente, foi a minha escola. Não há problema em ser direita e gostar de hardcore. Há problema em apoiar o neo-fascismo e se considerar um punk rocker, pois vai contra tudo que o punk (e um ser humano com o mínimo de intelecto) se identifica. As pessoas com as redes sociais estão muito mais “corajosas” em expor sua opinião, mas poucas delas têm uma base sólida nas informações que pregam, as fake news assolam o mundo elegendo idiotas por todos lugares, e esse é o reflexo da nossa realidade atual. Eu estou do lado que vai lutar pra sempre contra esse extremismo de direita e as minhas bandas irão sempre falar sobre isso.

TMDQA!: Qual o papel de bandas e artistas dessa cena num momento político como o que estamos vivendo?

Capilé: Se posicionar e influenciar positivamente o máximo de pessoas que tiverem alcance. Ficar em cima do muro é uma atitude muito covarde.

TMDQA!: Atualmente, quais são as bandas e projetos em que os integrantes do Sugar Kane estão envolvidos?

André: Temos tocado muito com outras pessoas e isso tem proporcionado um crescimento musical e pessoal muito grande para cada um de nós. Eu estou com uma nova banda chamada Violet Soda, além de tocar com Supercombo, Medulla e Chuck & Os Crush. Tenho também um projeto com o Phil, do CPM 22, e outro com o Gabriel Zander, Malni e João Lemos, do Molho Negro – que devem sair do forno em breve – além d’ O Baile do Rei, só com músicas do Roberto Carlos e da Banda Odara, que toca MPB e outros clássicos da música brasileira. O Capilé segue com o Water Rats, Ator Morto e Camarones Orquestra Guitarrística. O Vini tem o Colaterall, o Rick manda brasa no Dead Fish e no Black Mantra, e o Moderno, no Cueio Limão.

TMDQA!: Que recado final você deixa pra galera que acompanha a banda?

Capilé: É muito bom ainda poder tocar esses sons que escrevemos há tanto tempo e que mudaram a nossa vida e a de várias outras pessoas que curtem a banda. Enquanto houver saúde, o SK vai tocar e buscar essa troca de energia que é demais.

WE ARE ONE TOUR – SÃO PAULO

Data: 1° de dezembro
Horário: das 14h às 23h
Local: Arena Barra Funda – Av. Nicolas Boer, 550 – Barra Funda
Ingressos: R$110 – R$320 clicando aqui
Ingressos físicos: Loja 255 – Galeria do Rock – Av. São João, 439, Centro – 1º Andar

SUGAR KANE – 15 ANOS DE CONTINUIDADE DA MÁQUINA

Bandas convidadas: Corona Kings e Dínamo
Data: 09 de novembro
Horário: 19h (abertura da casa) / 21h (início do show)
Local: The House Music Club – Rua Rodolfo Miranda, 110 – Metrô Armênia
Ingressos: R$30 – R$80 clicando aqui
Ingressos físicos: Loja 255 – Galeria do Rock – Av. São João, 439, Centro – 1º Andar

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