Warpaint e Deerhunter fazem festa indie em mais uma edição impecável do Balaclava Fest

Estivemos nos aguardados shows de rock alternativo e dream pop que o Balaclava Fest preparou nesta edição; veja fotos e setlists.

Warpaint no Balaclava Fest 2018
Foto por Stephanie Hahne

Apesar de já ter trazido ao Brasil em anos anteriores nomes como Mac DeMarco, Aquaserge e Slowdive, o Balaclava Fest realizou em 2018 a sua maior edição. A Audio, casa de shows em São Paulo com grande capacidade, ficou lotada para receber Warpaint, Deerhunter e Mercury Rev.

Além das bandas americanas de rock alternativo, o festival do selo Balaclava Records contou com mais um nome internacional: o francês Julien Barbagallo, baterista do Tame Impala, com seu projeto solo. Entre os brasileiros, tivemos apresentações enérgicas de Jaloo, Metá Metá, Marrakesh e Moons.

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Confira abaixo os melhores momentos, setlists e fotos da noite.

Jaloo e Metá Metá

O festival foi dividido em dois palcos: o principal, com toda a estrutura de casa de show, e um menor, na área da casa conhecida como “club”. Nele, o palco fica na mesma altura da plateia e o teto projeta luzes sobre a pista, deixando um clima de balada – atmosfera perfeita para o pop eletrônico e divertido de Jaloo.

Desde o início do evento, por volta de 16h, o público se dividia entre o palco principal e os ambientes externos da Audio. Mas foi só o cantor paraense começar seu show para o club ficar abarrotado. O início do show foi prejudicado por algumas falhas técnicas, mas o som foi crescendo a cada música. Teve até música inédita, e não faltaram hits como “Ah!Dor!” e “Odoiá (In Your Eyes)” pra todo mundo dançar.

Já com a casa cheia, o trio Metá Metá veio para reafirmar a riqueza e a energia da música brasileira, sempre misturando com jazz e elementos africanos. Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (guitarra) e Thiago França (saxofone), acompanhados de um baixista e um baterista, sabem explorar ao máximo seus instrumentos, incluindo vários momentos de solo.

A cantora, uma das maiores do Brasil, encanta ao interpretar lindos versos como os de “São Jorge”, “Corpo Vão” e “Orunmilá”. Ao vivo, a banda parece imprimir mágica às construções complexas de discos como MetaL MetaL (2010) e MM3 (2016). Vale acompanhar a agenda.

Mercury Rev

Era a primeira vez do Mercury Rev no Brasil em 13 anos. Desde então, a banda formada em 1984 em Nova Iorque lançou Snowflake Midnight (2008) e The Light In You (2015). Mas a turnê atual celebra os 20 anos de um dos álbuns mais cultuados do grupo, o Deserter’s Songs (1998).

Sete das oito músicas que a banda tocou pertencem ao disco que marcou o rock alternativo no fim do século passado e ajudou a moldar o dream pop, que cresce no mundo todo a cada ano. Apenas na última, Jonathan Donahue e companhia abriram espaço para o disco All Is Dream (2001), com a música “The Dark Is Rising”. Um show certeiro e marcante para aquecer o palco principal do Balaclava Fest.

Setlist:
Holes
Tonite It Shows
Endlessly
Opus 40
Hudson Line
Goddess on a Hiway
The Funny Bird
The Dark Is Rising

Deerhunter

Apesar de não ser a atração principal na distribuição de horários do festival, o Deerhunter talvez fosse a banda mais esperada da noite, por ser sua primeira vez diante dos fãs brasileiros. E essa expectativa só aumentou após a inesperada morte do antigo baixista do grupo, Josh Fauver, no mesmo dia do show.

Mas o grupo liderado por Bradford Cox preferiu economizar palavras. Após duas músicas, ele saudou o público dizendo que “esperou muito tempo para estar ali”. Depois, ao longo das 11 canções da apresentação, foram poucas interações com a plateia. A menção a Josh veio apenas no bis, quando a banda dedicou todo o show a ele.

O som foi impecável, mais agitado no começo e soturno do meio para o fim, cheio de interlúdios longos e viajantes tradicionais da banda indie. Cox hipnotiza no palco com seu estilo largado e entediado. O repertório deu menos atenção ao disco mais recente, Double Dream of Spring, e mais para hits de álbuns como Monomania (2013) e Halcyon Digest (2010).

Setlist:
Cover Me (Slowly)
Agoraphobia
Revival
Breaker
Desire Lines
Death In Midsummer
Take Care
Snakeskin
Helicopter
He Would Have Laughed
Bis:
Nothing Ever Happened (dedicada a Josh Fauver)

Warpaint

As demais áreas da casa esvaziaram quando chegou perto das 21h40, hora que as garotas do Warpaint subiram ao palco, pontualmente. Theresa Wayman e Emily Kokal abriram o show dividindo lindamente os vocais na música “Warpaint”, do disco The Fool (2010). A primeira parte do show seguiu privilegiando álbuns mais antigos, com sucessos como “Elephants” e “Beetles”.

Mas, pela terceira vez no Brasil, elas demonstraram estar no auge da carreira quando tocaram músicas como a agitada “The Stall”, do Heads Up (2016). Todas muito performáticas e animadas, as integrantes encantaram mais uma vez com sua mistura de rock alternativo, shoegaze e dream pop.

Com o maior set do festival, o Warpaint deixou o público extasiado. Foi uma noite pra marcar na cabeça os elementos eletrônicos, psicodélicos e cadenciados que marcam essas novas e revigorantes bandas do rock.

Setlist:
Warpaint
Elephants
Bees
The Stall
Love Is to Die
Intro
Keep It Healthy
Beetles
Drive
Krimson
So Good
Billie Holiday
Above Control
New Song
Disco//Very

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