Jim Lindberg nos falou sobre os 30 anos de Pennywise e experiências no Brasil: "quero repetir a dose"

Em entrevista para o TMDQA!, Jim falou sobre as experiências passadas do Pennywise no Brasil, a comida, os fãs e como foi encerrar a Warped Tour esse ano.

Jim Lindberg, do Pennywise
Foto: Wikimedia Commons

O Pennywise é uma banda já bastante conhecida pelo público brasileiro fã de punk rock.

Os californianos já são carta marcada na agenda de shows no país e estão caminhando para a sexta turnê no Brasil, dessa vez como headliners do festival We Are One Tour, que acontece em São Paulo no próximo dia 1º de Dezembro.

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Jim Lindberg e sua trupe estarão acompanhados de Comeback Kid (Canadá), Belvedere (Canadá), Dead Fish, Sugar Kane, Garage Fuzz e mais bandas brasileiras em um festival que reuniu um line-up de respeito e será produzido pela Solid Music Entertainment.

O quarteto de Hermosa Beach, Califórnia está atualmente promovendo o seu mais recente lançamento, o disco Never Gonna Die, lançado pela Epitaph Records em Abril desse ano.

O vocalista Jim Lindberg tirou um tempo para responder nossas perguntas em meio à crise que ocorreu na Califórnia com as queimadas que devastaram as montanhas de Santa Mônica e desocuparam totalmente a famosa Malibu. Confira a conversa na íntegra abaixo:

TMDQA: Se a minha matemática está correta, esse será a sexta turnê do Pennywise no Brasil. Eu vi vocês tocarem em clubes pequenos com ingressos esgotados e grandes festivais por aqui. Como é que a relação entre a banda e os brasileiros evoluiu ao longo dos anos? Que lembranças vem a sua mente quando pena no Brasil?

Jim: Nossa relação com o público brasileiro sempre foi muito boa. Os fãs tem muita energia e o entusiasmo deles sempre faz os shows serem incríveis. Nós sempre nos divertimos no Brasil. Eu me lembro bem de festas divertidas e da comida deliciosa.

TMDQA: Fazem 30 anos desde que você começou em Hermosa Beach, Califórnia. Não são muitas bandas que podem dizer que viveram para atingir esse momento de longevidade em suas carreiras. Se você pudesse escolher três momentos decisivos dessas três décadas que se passaram e que mudaram completamente o curso da sua vida dentro do Pennywise, quais seriam eles?

Jim: Eu diria que assinar um contrato com a Epitaph Records e lançar o nosso primeiro disco foi obviamente um grande e decisivo primeiro momento. Aí eu diria que entrar para o line-up da Warped Tour naqueles anos iniciais viria em seguida. Aí eu diria que o meu retorno à banda em 2012 fez com que o ciclo se completasse.

TMDQA: Falando em Warped Tour, vocês tocaram os acordes derradeiros da última edição da turnê nesse ano, encerrando a história do festival com o clássico “Bro Hymn. Você acha que o fim da Warped era inevitável ou era cedo demais pra dizer adeus ao festival? 

Jim: Eu acho que a Warped Tour teve um grande ciclo de vida. Obviamente ela foi a maior turnê itinerante que já existiu, então essa é uma conquista enorme. Eu acredito que o Kevin [Lyman, idealizador da turnê] e todos os envolvidos se sentiram bem por encerrá-la quando eles decidiram por fazer isso. Poder tocar naquele show final de encerramento e fechar o set com “Bro Hymn” da forma como fizemos foi algo natural, uma sensação muito boa e uma experiência incrível.

TMDQA: O Pennywise teve um grande impacto na história da Warped Tour ao longo dos anos e vice versa. Você pode me contar algumas lembranças interessantes do tempo que vocês passaram excursionando nela?

Jim: Nós tocamos na Warped Tour provavelmente seis ou sete vezes nos Estados Unidos, duas ou três vezes na Austrália e pelo menos uma vez na Europa. Estar nessa turnê foi fundamental para a nossa carreira e nos pareceu ser uma combinação perfeita. Ninguém podia adivinhar que ela ficaria gigantesca, mas por ter tomado a proporção que tomou, só prova que era algo sensacional para se estar envolvido. Ela foi repleta de experiências incríveis, dos fãs e de todos os amigos que fizemos na Warped. Membros das equipes e outros integrantes de bandas…era como uma festa constante com muitas pessoas incríveis.

TMDQA: Eu me lembro de ler uma entrevista com o Mark Hoppus (blink-182) onde ele dizia que o blink só conseguiu se destacar na cena da época porque o Pennywise viu potencial no trio desde o ínicio e você os levou em turnê com a sua banda. A cena do Hardcore/Punk Rock sempre teve esse senso fraternal e de união pra mim, então você ainda dá oportunidades para bandas novas como deu para o blink no início?

Jim: Sim, confira o Runaway Kids!

TMDQA: Eu assisti ao documentário The Other F Word[sem tradução para o português] alguns anos atrás. O filme mostrou o seu processo de transição ao decidir sair do Pennywise e as preocupações que você tinha em equilibrar a vida em família com a rotina de turnês constantes. O que mudou na sua forma de pensar e no seus sentimentos a respeito desde então? Quão diferente é a vida na estrada quando você está na década dos seus 50 anos?

Jim: Bom, fazer turnês é só uma parte do estilo de vida. Tocar música profissionalmente é um privilégio e um sonho que se tornou realidade. Fazer turnês pode ser difícil e é insuportável ficar longe da sua família às vezes, mas é parte intrínseca de se fazer parte de uma banda que excursiona. Minha família tem consciência e aceita isso, e somos muito muito privilegiados por isso.

https://www.youtube.com/watch?v=lHQKm-Z9x2E

TMDQA: Você já parou para ouvir alguma das bandas brasileiras que tocarão com vocês no We Are One? Tem algumas bandas históricas de punk/hardcore do Brasil no lineup, como Dead Fish, Garage Fuzz e Sugar Kane…

Jim: Sim, Dead Fish é uma das nossas bandas brasileiras favoritas há anos! Grande banda!

TMDQA: Falando de bandas punk lendárias, eu vi um post no seu Instagram onde você encontrou o Greg Graffin [Bad Religion] no avião. Vocês dois são parte de bandas clássicas do gênero e estão constantemente dividindo palcos ao redor do mundo. Pode nos falar mais sobre a sua relação com o Bad Religion e bandas da mesma era, como o Descendents, Fugazi, etc?

Jim: Bad Religion e Descendents são bandas que eu já era muito fã mesmo antes de fazer parte do Pennywise, então tocar com eles e poder conhecê-los é surreal. São grandes bandas formadas por grandes pessoas!

TMDQA: Que diferenças podemos esperar dos shows do Pennywise nessa nova turnê sul-americana em comparação com outras vezes que vocês tocaram por aqui?

Jim: Espero que nada muito diferente. Os shows no Brasil sempre foram tão incríveis que nós só queremos repetir a dose!

TMDQA: O nosso site se chama Tenho Mais Discos Que Amigos!, então lá vem a pergunta que fazemos em todas as entrevistas: você tem mais discos que amigos? 

Jim: Eu costumava ter muito mais discos do que amigos mas acabei vendendo todos no fim dos anos 80. É uma pena, eu tinha todos os grandes discos antigos de punk rock. Pode falar o nome de qualquer um, eu tinha. 

TMDQA: Obrigado por parar para responder as nossas perguntas, Jim. Pode mandar uma mensagem para os fãs de Pennywise que leem o site?  

Jim: O Brasil é FODA!

 

 

WE ARE ONE TOUR – SÃO PAULO

Data: 1° de dezembro
Horário: das 14h às 23h
Local: Arena Barra Funda – Av. Nicolas Boer, 550 – Barra Funda
Ingressos: R$110 – R$320 clicando aqui
Ingressos físicos: Loja 255 – Galeria do Rock – Av. São João, 439, Centro – 1º Andar

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