Jaco Pastorius e a trágica genialidade de um dos maiores músicos de todos os tempos

Celebrado por Flea e Robert Trujillo, maior baixista de todos os tempos revolucionou a música e morreu cedo demais. Conheça a história de Jaco Pastorius.

Jaco Pastorius
Foto: Wikimedia Commons

Jaco Pastorius. Talvez você já tenha ouvido falar desse nome, talvez nem faça ideia de que ele tenha existido, mas saiba que o músico nascido em 01 de Dezembro de 1951 nos Estados Unidos foi um dos mais influentes de todos os tempos.

John Francis Anthony Pastorius III adotou o apelido de “Jaco” como homenagem a um juiz de baseball chamado Jocko Conlan, e da adolescência até os 35 anos, quando faleceu de forma trágica, tornou-se um dos baixistas mais relevantes e mais bem vistos do planeta, tanto por conta do seu talento como por causa das inovações que trazia ao instrumento.

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Aos 17 anos de idade, Jaco comprou um contra baixo clássico, daqueles de se tocar de pé, mas por causa da umidade na Flórida, onde morava, ele teve dificuldades em mantê-lo intacto, então acabou trocando o instrumento por um Fender Jazz Bass, e a partir daí começou a fazer seu nome.

Jaco

O músico tocou com nomes como Wayne Cochran (da famosa “Last Kiss”, regravada pelo Pearl Jam) e Pat Metheny, além de ter dado aulas de baixo na Universidade de Miami e entrado para a banda Weather Report.

Sua entrada no grupo, inclusive, foi um episódio que mostrou bastante da sua genialidade, já que Jaco foi até um show dos caras e se apresentou ao tecladista Joe Zawinul, dizendo, “Sou John Francis Pastorius III. Sou o melhor baixista do mundo.”

Foi aí, infelizmente, que começaram a surgir hábitos que acabariam com a vida de Jaco, já que ao excursionar com a banda ele passou a ter problemas com drogas e bebidas, e o consumo trouxe à tona problemas psicológicos que até então não haviam se manifestado de forma grave.

Em 1982, após desentendimentos musicais e constantes episódios envolvendo seus problemas com o vício, Jaco deixou a banda e acabou montando um grupo chamado Word Of Mouth.

 

Word Of Mouth

A ideia com a banda que tinha contrato com a Warner era justamente evidenciar o talento de Jaco, e as pessoas depositavam tanta confiança nele que o deram a oportunidade de montar um grupo com 21 integrantes.

Após uma turnê pelo Japão onde o baixista raspou a cabeça, pintou seu rosto e até arremessou um de seus instrumentos na Baía de Hiroshima, Jaco foi diagnosticado com transtorno bipolar em 1982.

A partir daí a vida do influente músico entrou em decadência, a gravadora não gostou do resultado das vendas do primeiro disco e nem das demos do que seria o próximo e Jaco se viu desempregado. Como os problemas com as drogas e o álcool aumentavam cada vez mais, também acabou nas ruas já que não conseguia trabalho, não tinha dinheiro e não encontrava quem quisesse trabalhar com ele.

Em uma entrevista ele chegou a dizer que apesar de gostar do reconhecimento por conta das suas habilidades, preferia que alguém lhe desse um emprego.

Morte

A trágica morte de Jaco Pastorius veio em um incidente pra lá de bizarro em 1987, durante um show do guitarrista Carlos Santana em 11 de Setembro.

Na apresentação da Flórida, ele entrou sem pagar no show e acabou sendo expulso do local, indo então para um bar em Wilton Manors, onde teria chutado uma porta de vidro e, por isso, sido proibido de entrar no local.

Por lá ele entrou em conflito com o gerente do local, Luc Havan, que era profissional em artes marciais, e foi agredido de forma grave e covarde, indo parar no hospital com várias fraturas no rosto e entrando em coma. Dias depois ele morreu por causa de uma hemorragia no cérebro e os aparelhos que os mantinham vivo foram desligados em 21 de Setembro de 1987, quando Jaco Pastorius morreu cedo demais aos 35 anos de idade.

Luc, o assassino, foi condenado a 22 meses de prisão, mas cumpriu apenas quatro e foi colocado em liberdade condicional por bom comportamento.

Legado

Jaco Pastorius não apenas é um dos maiores nomes do baixo como um dos mais influentes de toda música.

Sua habilidade, apresentação ao vivo, trabalho revolucionário com harmonias e técnicas inovadoras chamaram a atenção de músicos do mundo todo e fizeram com que muita gente cravasse que ele foi o melhor baixista de todos os tempos.

Em 2014 um documentário chamado Jaco foi lançado com direção de Paul Marchand e Stephen Kijak, além da produção de Robert Trujillo (Metallica) e John Battsek (Passion Pictures).

No filme aparecem depoimentos de músicos como Carlos Santana, Flea, Sting, Joni Mitchell, James Hetfield e mais.

No último dia 01 ele faria aniversário se ainda estivesse vivo, quando completaria 67 anos de idade em 2018.

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