10 – Kids See Ghosts – Kids See Ghosts
Mais um disco de Kanye West que não é de Kanye West, Kids See Ghosts é o resultado da parceria do rapper/produtor com Kid Cudi, que batizou a super dupla com o mesmo nome.
São 7 faixas, 24 minutos e muita gente dizendo que o disco se aproxima de um bom álbum de Rock.
9 – Florence + The Machine – High As Hope
Todo disco da Florence + The Machine é um grande acontecimento, e com o quarto álbum da carreira, High As Hope, não é diferente.
Produtora executiva do próprio disco, Florence Welch mostrou mais uma vez que é um dos nomes mais interessantes da música atual e que não teve medo de falar sobre questões das mais pessoais usando a sua voz incrível.
8 – Mitski – Be The Cowboy
Considerado por muitos veículos lá fora como o álbum do ano, Be The Cowboy é o quinto álbum da cantora Mitski.
Aqui ela aposta em canções curtas que vão das baladas ao rock alternativo e solidifica o formato do disco de meia hora que deve ser a tendência daqui pra frente na indústria da música.
7 – Rosalía – El Mal Querer
Provocativa desde a sua capa que mistura religião com sexualidade, a incrível cantora Rosalía tem sido considerada um fenômeno mundial.
Com apenas 25 anos de idade, ela transformou o tradicional flamenco em algo moderno e próximo da música pop, com um disco conceitual altamente produzido e interessante.
Mais um no formato do álbum de meia hora, El Mal Querer é dançante, empolgante, inteligente e fundamental para 2018.
6 – Deafheaven – Ordinary Corrupt Human Love
O Deafheaven é o maior nome do planeta quando o assunto é blackgaze, a mistura de black metal com shoegaze.
Em seu quarto disco de estúdio, Ordinary Corrupt Human Love, os caras continuam mostrando alguns dos instrumentais mais belos e tocantes da atualidade, em construções pra lá de interessantes que são complementadas pelo vocal gutural que ao mesmo tempo em que se encaixa perfeitamente nos sons, afasta muitos ouvintes que não seguem dando chance ao álbum.
5 – Arctic Monkeys – Tranquility Base Hotel + Casino
Muita gente torceu o nariz para Tranquility Base Hotel + Casino, novo disco do Arctic Monkeys, principalmente por conta do hype em cima do álbum e da sonoridade distinta que o grupo apresentou.
Mas deixando as guitarras de lado e sentando-se ao piano, Alex Turner criou um conjunto incrível de canções que evocam os anos 60 e 70, o cinema e novas inspirações que finalmente trazem um frescor e uma renovação a uma banda que já havia sucumbido a uma fórmula e batida que parecia querer ser repetida a cada novo lançamento.
Tranquility Base é um discaço, daqueles que serão lembrados por muito tempo.
4 – The 1975 – A Brief Inquiry Into Online Relationships
Eu confesso que nunca tinha achado muita coisa da banda britânica The 1975, que vinha rapidamente se tornando um dos principais nomes da música pop europeia.
Em seu terceiro disco, porém, Matt Healy e sua trupe mostraram a que vieram com uma coleção espetacular de canções que circundam o pop com elementos do rock alternativo, do indie, da música eletrônica e letras que escancaram experiências pessoais dos seus integrantes e falam sobre desde relacionamentos até o uso de drogas.
A Brief Inquiry Into Online Relationships chegou a ser comparado a discos como o lendário OK Computer, do Radiohead, e mesmo que não seja pra tanto, ele chega perto de alguns dos melhores lançamentos britânicos da última década com toda certeza.
3 – Kacey Musgraves – Golden Hour
Com seus 30 anos de idade, Kacey Musgraves é uma das figuras mais interessantes da música country norte-americana hoje em dia.
A cantora lançou seu quarto disco de estúdio em 2018 e com 13 faixas compostas pela própria ao lado de parceiros, Golden Hour tornou-se um dos discos mais elogiados do ano por conta da sua abordagem única à música pop, unindo elementos do country sem deixar de lado composições interessantes e estruturas musicais inteligentes.
Como um sopro de esperança em tempos tão difíceis, as canções do disco levam o ouvinte a lugares que combinam muito bem com o clima de cada uma das músicas, e o álbum é perfeito para aqueles dias em que tudo que você quer fazer é colocar um disco na vitrola e relaxar.
2 – Fantastic Negrito – Please Don’t Be Dead
Fantastic Negrito é uma verdadeira força da natureza.
Aos 50 anos de idade o músico de Oakland, Califórnia, está vivendo o que chama de “terceira vida”, já que no passado quase morreu duas vezes após problemas nas ruas e um acidente de carro que o deixou em coma.
A vida atual, porém, rendeu feitos memoráveis para um artista que faz blues/rock como poucos no mundo: ganhou um Grammy de Melhor Álbum de Blues Contemporâneo com o disco The Last Days of Oakland (2016), está indicado para o ano que vem na mesma categoria com Please Don’t Be Dead e chamou a atenção do saudoso Chris Cornell, que o levou pelo mundo para abrir seus shows solo e também o convocou como atração de abertura durante a reunião do Temple Of The Dog.
Honesto, energético e cheio de conteúdo, Fantastic Negrito coloca a vida em suas canções e em seu show, que aliás vem ao Brasil em 2019 para apresentação em São Paulo e, definitivamente, é imperdível.
1 – Idles – Joy As An Act of Resistance
O Punk Rock sempre foi e sempre deveria ser desafiador, contundente, questionador, brutal.
Há algum tempo as bandas que beberam nas fontes de clássicos do estilo não o fazem dessa maneira mas definitivamente não é o caso do Idles, que vem de Bristol, na Inglaterra.
Nascido em um dos locais mais icônicos da história do Punk, o grupo faz Rock And Roll dos melhores, direto e reto, com vocais duros que falam sobre questões que estão todos os dias no noticiário em 2018.
Desde o Brexit até crises sociais e políticas passando pela masculinidade tóxica e amor próprio, o Idles disse que esse é um disco para se abrir e se tornar vulnerável em relação à plateia, além de promover a vulnerabilidade: “é um bravo sorriso nu nesse novo mundo de merda em que vivemos”.
A NME chamou o Idles de “a banda mais necessária da Inglaterra” e talvez eles sejam uma das bandas mais necessárias para o planeta já que ao serem duros e diretos conseguem passar mensagens de que temos que nos abrir, dialogar, conversar e, principalmente, expor as nossas fraquezas para que todos aprendamos juntos.
Joy As An Act Of Resistance é a síntese de que a resistência, essa sobre a qual tanto temos falado nos últimos meses, pode ser alavancada através da música, uma das mais poderosas expressões do ser humano.
Alegria. Como ato de resistência.