10 anos depois, a trilha sonora de "Crepúsculo" continua sendo o destaque do filme

O romance de Bella e Edward foi fenômeno de vendas na literatura e no cinema, mas foi a trilha sonora de "Crepúsculo" que ganhou o coração de muitos.

Crepúsculo
Foto: Divulgação

O romance entre uma adolescente introspectiva e um vampiro galã foi um fenômeno de vendas tanto na literatura quanto no cinema. A história da escritora Stephenie Meyer ganhou o mundo em 2008, quando a versão audiovisual de Crepúsculo foi lançada, catapultando diversas carreiras em Hollywood e causando alvoroço ao longo de quatro anos. Mas foi a trilha sonora que ganhou o coração de muitos que ainda torcem o nariz para a qualidade duvidosa do filme.

As músicas selecionadas a dedo por Alexandra Patsavas compõe perfeitamente o mood de Crepúsculo. Com um longo currículo como supervisora musical, foi responsável por impulsionar diversos artistas ao incluí-los em seriados de sucesso, como Grey’s Anatomy e The OC. Com Crepúsculo não foi diferente e sua curadoria rendeu duas indicações da franquia ao Grammy.

Publicidade
Publicidade

A proposta da trilha sonora da adaptação foi algo que muitos marqueteiros chamaram, na época, de massclusive: distribuir um conteúdo em escala massiva, mas explorando a linguagem de subculturas, como o nicho alternativo do rock, e promovendo conteúdo feito exclusivamente para o filme. Alain Sylvain, executivo de marketing, falou ao New York Times sobre o apelo que a ideia de exclusividade teve entre os fãs:

Isso dá aos fãs uma conexão mais íntima, não importa o quão grande seja a audiência. Palavras como exclusivo, remixado, editado, curado — todas essas coisas colocam camadas de profundidade na história. As pessoas consomem de tudo: os livros, os filmes, as trilhas sonoras. Crepúsculo é uma grande e imersiva narrativa, e a trilha sonora faz um papel nessa história.

Com isso, tem-se uma coleção de artistas não tão conhecidos pelo grande público com composições que casam com a narrativa e o tom do filme, além de material inédito de nomes já consolidados. Alexandra Patsavas acertou ao mesclar o indie do Blue Foundation, The Black Ghosts e Collective Soul, com Linkin Park, Muse e Paramore, que tinham um apelo mais comercial.

“Decode”, que foi o carro-chefe na divulgação do filme e da trilha sonora, é uma das faixas mais conhecidas do Paramore e surgiu da paixão que a vocalista, Hayley Williams, tinha pelo romance de Meyer. Williams buscou a produção do filme e conseguiu fazer parte do projeto compondo o single e “I Caught Myself”, que passa despercebida durante o longa e acaba sendo ofuscada pela faixa principal.

O Muse alcançou o público norte-americano (e além) com “Supermassive Black Hole” tocando na clássica cena do jogo de beisebol dos vampiros, o que garantiu um lugar para a banda na trilha sonora dos filmes seguintes. O baixista, Chris Wolstenholme, chegou a dizer em 2010 que a banda “vendeu a alma para Crepúsculo, pois só assim conseguiram alcançar o mercado fora do Reino Unido.

O sucesso do trabalho de Alexandra Patsavas também veio em grandes números: apenas a trilha sonora da primeira adaptação da saga vendeu mais de 2 milhões de cópias entre 2008 e 2009, um feito impressionante para uma trilha sonora e numa época em que a indústria já enfrentava a queda nas vendas de discos e ainda não existia o streaming como conhecemos hoje.

A música também esteve presente na escrita de Stephenie Meyer desde o início. Na lista de agradecimentos de Amanhecer, último livro da saga, a autora fez menção ao Muse e se diz grata pelas bandas que a acompanharam durante o processo de criação. Foi ao som de guitarras que a relação de Bella e Edward se desenvolveu na mente de Meyer, e foi ao som de guitarras que ela foi apresentada ao mundo nos cinemas.

A saga Crepúsculo ainda teve demais livros sendo adaptados para o cinema entre 2009 e 2012, e suas respectivas trilhas sonoras também chamaram atenção, com as escolhas certeiras de Patsavas. A série de livros e filmes chegou ao fim há alguns bons anos, e mesmo com uma legião de fãs fiéis, e outra que detesta cada parágrafo escrito por Meyer, sempre existirá a parcela que cria playlists relembrando a “única coisa que salva em Crepúsculo“: sua trilha sonora.

Trilha sonora de Crepúsculo (2008)

01. Muse – “Supermassive Black Hole”
02. Paramore – “Decode”
03. The Black Ghosts – “Full Moon”
04. Linkin Park – “Leave Out All the Rest”
05. Mutemath – “Spotlight” (Twilight Mix)
06. Perry Farrell – “Go All the Way (Into the Twilight)”
07. Collective Soul – “Tremble for My Beloved”
08. Paramore – “I Caught Myself”
09. Blue Foundation – “Eyes on Fire”
10. Robert Pattinson – “Never Think”
11. Iron & Wine – “Flightless Bird, American Mouth”
12. Carter Burwell – “Bella’s Lullaby”

Sair da versão mobile