Entre acidez e leveza, Central Sistema de Som lança disco Estamos em Groove.
Refletindo inquietações sobre o momento sociopolítico do Brasil, o terceiro trabalho da banda é uma postura reflexiva nas oito composições, marcadas pelo groove contemporâneo e fazendo referência a expressão “estamos em greve”.
O disco é resultado de uma pesquisa musical intensa e mescla tecnologia atual com equipamentos analógicos. Com letras reflexivas, diretas e poéticas, e com uma estética cosmopolita, a Central é inspirada pela bass culture, fundamentada pela música de matriz africana, além de acrescentar elementos sonoros contemporâneos. Ouça:
Papisa
Papisa, projeto mágico que marca a carreira solo de multi instrumentista, cantora, compositora e produtora musical Rita Oliva, encerra o ciclo desse ano de 2018 mostrando a faixa inédita “A Velha”.
Gravada em formato ao vivo pela NCSSR Sessions, na cidade mineira de Juiz de Fora, a canção estará seu primeiro disco, sucessor do excelente EP homônimo, lançado pela PWR Record.
O single fala sobre tempo e impermanência entre beats e camadas de vozes – características singulares à sonoridade de Papisa. Mas mostra, também, outras nuances sonoras, com piano elétrico e ausência de guitarra, explorando outras vertentes musicais em comparação às outras canções da artista. Assista:
Versus Mare
A banda Versus Mare lançou recentemente o clipe para a canção “O Enforcado”. O single antecede o lançamento do novo disco, com data prevista para o ano que vem e sem nome definitivo.
O clipe, que tem direção e edição assinadas por Thiago Ramos, traz um jogo de luzes e sombras, mostrando a banda em extrema sintonia. Assista:
Júnior Almeida
Júnior Almeida está Nu. Após mais de 30 anos de carreira, o cantor e compositor alagoano afirma que seu mais recente álbum — o quinto em sua discografia –, é também o mais pessoal. “Queria fazer algo muito cru e próximo do voz e violão, que trabalhasse o silêncio”, conta o músico, “mais do que isso, queria que fosse o que eu sou”.
Uma MPB atemporal dá cara ao seu trabalho, que traz consigo um currículo que conta com parcerias com nomes como Ney Matogrosso (que, após gravar sua composição A Cor do Desejo, tema da novela Saramandaia de 2013, participou de seu disco anterior, Memória da Flor). Utilizando relativamente poucos timbres, ele canta em Nu uma poesia contemplativa e romântica inspirada pelo sertão — “não só o geográfico, mas também o da alma”.
Nascido e crescido no Alagoas, sua música traz o tom contemplativo do estado com seu céu aberto que ampara o Atlântico e a foz do São Francisco. Enquanto trabalhava no disco, ele viajou ao interior e encontrou lá características que vinham ao encontro desta sua musicalidade, com a região despida e crua como a alma do artista. Como ele explica: “A contemplação é um jeito de ver a vida que a gente encontra muito nessas regiões áridas, onde as pessoas param e deixam a existência tomar forma”.
Nu traz esse espírito de observação sentimental nas parcerias do músico com o poeta Fernando Fiúza, com quem escreveu seis das onze faixas do álbum — entre elas, “Trela”, que ganhou participação de Zeca Baleiro. Outra convidada de renome para a obra foi Mart’nália, que canta em “Quarto Sem Porta”, co-escrita com Wado e gravada originalmente em seu disco Vazio Tropical (2013).
Em uma obra de cunho tão pessoal para Júnior, há ainda “Tênue”, uma composição de seu filho Gabriel Almeida. “Gravar o disco foi um trabalho de muito afeto. São coisas do coração, sem excessos, apenas o que precisa ser falado. Meu trabalho nele foi editar, só tirar o que não precisava”, ele brinca.
Lançado em um dos momentos mais delicados da história brasileira recente, Júnior Almeida acredita que Nu possua importante papel nesse contexto: “Estamos em uma hora em que as pessoas estão necessitando se emocionar. É uma hora de vazio, de incerteza, quando você precisa alimentar a alma”.