Nos últimos dias de 2018, a Netflix lançou Bandersnatch, filme derivado da série Black Mirror.
A novidade para a plataforma é a interatividade do longa, levando o espectador a controlar o rumo da história. Ao todo, são 5 horas e 20 minutos de material bruto, embora 90 minutos de filme seja o tempo ideal para entender Bandersnatch e dependendo das escolhas, a obra pode acabar em 40 minutos.
Segundo a Netflix, existem cinco finais para o filme, mas as possibilidades para contar a história do jovem Stefan (Fionn Whitehead) ultrapassam o número de um trilhão. Apesar dos finais confirmados, há um número enorme de caminhos que acabam em becos sem saída na trama, forçando o usuário a retornar e repensar suas escolhas.
Annabel Jones, uma das produtoras de Black Mirror, conta ao Hollywood Reporter que a ideia nunca foi fazer uma trama com escolhas simples, e que a concepção do projeto foi algo complicado.
Existem muitos caminhos em potencial que a jornada de Stefan pode seguir e depende de quando você estiver satisfeito.
Seguir diversos ramos nos abre para outros em potencial, então talvez você não chegue a determinadas coisas dependendo das decisões que você faz. Não é uma simples narrativa com muitas escolhas binárias — elas estão todas mudando seu estado e o que se abre para você.
Jones explica que precisaram encontrar coesão na narrativa e manter os espectadores engajados emocionalmente com a história, que fala sobre fazer escolhas e manter o controle. É uma metalinguagem, que fala diretamente com o espectador e sua ilusão de controle da trama.
A ideia de liberdade de escolha e controle, e a ilusão do controle e a ilusão da escolha — assim que você tem isso como conceito básico, aí você tem um protagonista que possa ter múltiplos finais, mas finais que se constroem para reforçar o todo.
Bandersnatch
Bandersnatch segue um jovem programador em 1984, enquanto ele adapta um romance fantástico (e trágico) para os videogames e começa a questionar a própria realidade. O filme está disponível para streaming na Netflix.