Por João Fortes
Já se passaram 43 anos desde a última vez em que a Casa das Máquinas gravou seu último álbum, o aclamado Casa de Rock. O terceiro de uma discografia que até hoje faz sucesso entre fãs daquela época e das novas gerações.
Após tanto tempo, a banda se mantém na ativa fazendo shows e poderia se dar ao luxo de seguir assim, reproduzindo as canções lançadas na década de 1970, sem perder público nem aplausos.
Mas em pleno 2019 a Casa das Máquinas parece ter propulsão suficiente para mais. E ainda este ano promete lançar um novo álbum com até oito músicas, como contou o tecladista do grupo Mário Testoni Jr.
Uma das músicas foi lançada em 2018 e vem sendo executada nas apresentações. “Nova Casa” é uma espécie de balanço da obra da Casa das Máquinas, algo explícito na letra que reúne frases e contextos de diversas canções.
Uma segunda canção está em processo de finalização e remonta à fase de maior sucesso do grupo. O material foi “rascunhado” nos anos 1970 pelo guitarrista José Aroldo Binda, um dos fundadores da banda e que reside há 28 anos nos Estados Unidos.
O som ficou apenas no rascunho e não foi lançado na época, mas Binda e Testoni fizeram a canção viajar pelo tempo e trabalharam juntos (e à distância) para montar as peças que faltavam. “É uma música que fala sobre meninos de rua, feita naquela época mas atualizada para os dias de hoje. Falta apenas mandar o arquivo para o Aroldo finalizar o solo,” conta Testoni.
O tecladista ainda revela que há outra canção praticamente pronta e que o grupo trabalha na composição de outras cinco músicas. A expectativa é completar o set de oito faixas e lançar o disco até o segundo semestre de 2019. O álbum deve ser lançado nas plataformas digitais, CD e também no formato Vinil. “É um grande ‘barato’ esse momento para nós. Sentimos nos como se fosse o primeiro trabalho a ser gravado,” avalia o músico.
Fiel ao rock de qualidade que mistura elementos do hard rock, rock progressivo e psicodélico, a Casa das Máquinas passa longe de se render aos modismos. Ciente da consistência e importância da obra de outrora produzida, a banda entende também a responsabilidade que é criar em meio à expectativa e comparações que podem surgir dos fãs. Mesmo assim mantém a disposição de buscar um som com ares de novidade, sem mais do mesmo. “O planeta, hoje em dia, está em outro astral. Não faz sentido falar sobre ‘Lar de Maravilhas’, ‘Vou Morar no Ar’ e outras das coisas daquela época. Comparações com certeza virão e muitas pessoas querem ouvir algo similar. Por isso estamos compondo sem esta preocupação da galera gostar ou não,” sintetiza.
Casa das Máquinas
A banda paulistana foi fundada em meados de 1973 e no ano seguinte lançou o primeiro álbum, autointitulado. Em 1975 lançou o disco Lar de Maravilhas e em 1976 lançou Casa de Rock.
O grupo encerrou as atividades pouco tempo depois, em 1978. Após quase 30 anos, os motores da Casa das Máquinas voltaram a funcionar e a banda ressurgiu em 2007 com uma formação mista entre antigos e novos integrantes. Em 2008 a banda fez uma apresentação histórica no festival Psicodália e vem realizando uma série de shows e turnês desde então.
Atualmente a Casa das Máquinas é formada por Mário Testoni Jr (teclado e voz), Marinho Thomaz (bateria e vocal), João Luiz (vocal), Marcelo Schevano (guitarra) e Fabio César (baixo).