50 anos de Dave Grohl: os 10 melhores discos fora do Foo Fighters

Hoje (14) o cara mais legal do rock (segundo muitos) completa 50 anos de idade e nós fizemos um apanhado da extensa carreira de Dave Grohl.

Dave Grohl tocando bateria
Foto via Wikimedia Commons

Hoje, há exatos 50 anos, chegava ao mundo um dos maiores nomes do rock and roll atual: Dave Grohl.

Apesar de hoje ser frontman do bem sucedido Foo Fighters, que já tem 24 anos de história, o cara começou a carreira como baterista em bandas de hardcore como Mission Impossible, Dain Bramage e Scream, e em 1991 tirou a sorte grande de entrar para o Nirvana.

Desde então, Grohl se manteve nos holofotes e virou amigo de um monte de gente na música — sério, um MONTE de gente. Ele é dono de uma lista de contatos com nomes como Paul McCartney, Elton John, membros do Led Zeppelin, Lady Gaga, Joan Jett, Jack Black, Mick Jagger, Stevie Nicks e muitos outros, vários dos quais já colaboraram com Dave em algum projeto.

E falando em projetos, isso é o que não falta na extensa carreira do cara. Além de suas duas bandas principais, Grohl também já fez parte de supergrupos, bandas de amigos, trilhas sonoras, documentários e mais uma porrada de coisas sobre as quais poderíamos passar dias por aqui falando.

Para comemorar o meio século do músico, separamos uma lista com dez lançamentos fundamentais da carreira de Dave Grohl além do Foo Fighters. Para ver nossa lista com um ranking da discografia da banda é só clicar aqui.

Feliz aniversário, Dave!

The Pick of Destiny (2006) – Tenacious D

Pick of Destiny - Tenacious D
Foto: Divulgação

Dave Grohl ator? Também tem!

Em 2006, o cara fez uma ponta no filme Tenacious D: Uma Dupla Infernal, da dupla composta por Jack Black e Kyle Gass, interpretando Beelzeboss — o capeta. Além do papel, Grohl ficou responsável pela bateria em todas as músicas da trilha sonora, além de cantar na canção tema de seu personagem.

O músico continuou colaborando com a dupla e tocando em seus álbuns seguintes, e Black é figurinha carimbada em shows e projetos paralelos de Grohl. Ouça!

Probot (2004) – Probot

Probot - Probot
Foto: Divulgação

Lembra quando eu te contei sobre as amizades influentes de Dave Grohl? Pois bem.

Em 2004 o cara se entregou de cabeça a um gênero do qual sempre foi fã, o Heavy Metal. O cara chamou Max Cavalera (Sepultura), Lemmy (Motörhead), King Diamond, Jack BlackKim Thayil (Soundgarden) e mais um monte de gente pra gravar Probot, o primeiro e único disco deste projeto paralelo.

O resultado não tinha como ser ruim, e o disco rendeu umas canções sensacionais para bater cabeça. O destaque fica com “Shake Your Blood”, com Lemmy, que virou single e ganhou clipe.

No More Censorship (1988) – Scream

Scream - NMC17
Foto: Divulgação

O Scream não foi a primeira banda de Grohl, mas definitivamente foi a que melhor o preparou para o turbilhão que seriam seus próximos anos.

Nascida nos anos 80 em Washington, D.C., o grupo foi (e ainda é) um resumo perfeito da cena hardcore que tomou conta da área naquela época. Com um som rápido, urgente e rasgado, o Scream era uma das promessas do gênero e fez muito barulho — literalmente e figurativamente falando.

No More Censorship, disco de 1988, é a primeira gravação do grupo com Grohl, e traz uma seleção interessante de canções que destacam a habilidade do cara na bateria. O álbum foi remasterizado e relançado em 2017.

Ouça!

Pocketwatch (1992) – Late!

Pocketwatch Late
Foto: Divulgação

Muitos se impressionam ao saber que o baterista gravou o primeiro disco do Foo Fighters inteiro sozinho, mas fique sabendo que essa não foi a primeira vez.

Entre 1990 e 1991, bem na época em que entrou para o Nirvana, Grohl se meteu em um estúdio com o produtor e amigo Barrett Jones — que mais tarde também estaria com ele no início do FF — e gravou 10 canções de autoria própria, tocando todos os instrumentos.

A fita cassete foi lançada sob o codinome Late! pelo extinto selo Simple Machines, e traz um compilado de faixas que dão um gosto do que o músico faria pela frente. No disco estão as músicas “Color Pictures of a Marigold”, que foi regravada com o Nirvana, e “Friend of a Friend”, regravada pelo Foo Fighters em 2005.

MTV Unplugged in New York (1994) – Nirvana

Unplugged in New York - Nirvana
Foto: Divulgação

Okay que o Acústico MTV (originalmente MTV Unplugged in New York) do Nirvana não é um disco de estúdio, mas não dá para ignorar.

Em 1993, Grohl, Kurt Cobain, Krist Novoselic e Pat Smear foram aos estúdios da Sony Music para gravar um dos acústicos mais famosos do mundo.

Com seis covers e oito autorais, o grupo fez arranjos dos mais belos para as canções, e a decoração da apresentação chamou atenção. Com flores e velas, o local ficou parecendo um velório, e talvez não por coincidência — apenas cinco meses depois, Cobain tiraria a própria vida.

A gravação foi lançada em Novembro de 1994 e entrou para a história definitiva da música.

Sound City: Real to Reel (2013) – Sound City

Sound City Real to Reel
Foto: Divulgação

Dave Grohl deu o pontapé inicial em sua carreira como diretor de documentários com Sound City, uma produção que conta a história do lendário estúdio de mesmo nome. O foco do roteiro é a mesa de som analógica Neve, comprada pelo cara para seu próprio estúdio, o 606, e os álbuns lendários que foram gravados a utilizando.

Como “bônus”, o cara chamou uma porrada de amigos para gravar um disco com a mesa, e o resultado é Sound City – Real to Reel.

O álbum conta com nomes como Corey Taylor (Slipknot), Paul McCartney, Stevie Nicks (Fleetwood Mac), Tim Commerford e Brad Wilk (Rage Against the Machine), Rick Springfield, Josh Homme (Queens of the Stone Age), Trent Reznor (Nine Inch Nails) e muitos outros.

O projeto rendeu uma seleção de músicas sensacionais, com destaque a “Cut Me Some Slack”, com Macca, que virou até trilha de comercial.

Songs for the Deaf (2002) – Queens of the Stone Age

Queens Of The Stone Age - Songs For The Deaf
Foto: Divulgação

Amigo de longa data do frontman Josh Homme e fã de carteirinha de sua banda, Dave Grohl entrou para o Queens of the Stone Age em 2001.

Passando por um momento tenso com o Foo Fighters, que quase chegou ao fim, o cara voltou para a bateria e mudou de ares, resultando no maravilhoso Songs for the Deaf, de 2002. O disco é considerado um dos melhores do QOTSA, e tem também uma das melhores formações da carreira da banda: Homme, Grohl, Nick Oliveri e Mark Lanegan.

Dave deixou os caras no mesmo ano e voltaria a colaborar com o grupo só em 2013, no disco …Like Clockwork, mas apenas em cinco músicas.

In Utero (1993) – Nirvana

Nirvana - In Utero
Foto: Divulgação

O terceiro e último disco do Nirvana é pesado.

Depois de explodirem na música e após a vida pessoal de Kurt Cobain ser exposta ao mundo, a banda precisava lidar com as expectativas altas e a repercussão que cada passo tinha na mídia. Entre o lançamento de seu segundo disco e In Utero, o frontman enfrentou overdoses, brigas, o nascimento de sua filha com Courtney Love e é claro que estes temas refletiriam no novo trabalho da banda.

Com letras mais profundas e sombrias, além de uma sonoridade mais polida mas ainda rasgada, o Nirvana soltou no mundo um disco que refletia o peso dos últimos anos nas vidas de todos os integrantes e fechou com chave de ouro, mesmo sem ser essa a intenção, a discografia de uma das maiores bandas do mundo.

In Utero foi produzido por Steve Albini e lançado em setembro de 1993, sete meses antes da morte de Cobain.

Them Crooked Vultures (2009) – Them Crooked Vultures

Them Crooked Vultures
Foto: Divulgação

Them Crooked Vultures é absurdo e tenho dito.

A “magia” começa já no line-up deste supergrupo formado em 2009: Dave Grohl, Josh Homme e John Paul Jones, baixista do lendário Led Zeppelin.

Misturando o melhor das sonoridades das três bandas, os caras lançaram um disco sem nenhum ponto baixo. E tudo ficava melhor ainda ao vivo, já que nos palcos a sintonia e a habilidade do grupo estavam no nível máximo, contando ainda com o prolífico Alain Johannes ajudando nas guitarras.

O disco homônimo é fundamental na playlist do fã de qualquer uma das três bandas — ainda mais se for fã de todas! –, e até hoje a gente espera por um retorno dos caras, que anunciaram um hiato por tempo indefinido em 2010.

Ouça.

Nevermind (1991) – Nirvana

Nirvana - Nevermind
Foto: Divulgação

Gosto é igual c* e cada um tem o seu, mas não dá para negar a força e o impacto de Nevermind, lançado em 1991.

O disco foi o primeiro do Nirvana com Dave Grohl, que substituiu Chad Channing, e vamos deixar para os debatedores de internet decidirem qual foi a parcela de “culpa” do baterista na explosão da banda. Mas que o cara acrescentou horrores na sonoridade e na presença de palco da banda, isso ele fez.

Com produção de Butch Vig (Garbage), o Nirvana começava a atingir o equilíbrio entre um som cru e ao mesmo tempo bem trabalhado, e o principal: com grandes hits. É neste álbum que está “Smells Like Teen Spirit”, uma das músicas mais conhecidas da história do rock, além de “Come As You Are”, “In Bloom” e “Lithium”. O sucesso veio tanto com a crítica quanto com o público, e Nevermind é o 29° disco mais vendido do mundo, com mais de 30 milhões de cópias comercializadas.

Nem tudo são flores, porém, e o estouro do disco foi uma das dores de cabeça de Cobain, que inclusive se recusava a tocar “Smells…” em vários shows devido ao seu sucesso radiofônico.

Foi este álbum que colocou Dave Grohl no radar e deixou sua marca definitiva na música. O resto é história.