Música

Baixista do Pearl Jam diz quais bandas se encaixam no termo "grunge"

Membros do Green River, influente grupo ligado a bandas como Mudhoney e Pearl Jam, dão as suas opiniões sobre história do grunge para a Rolling Stone.

Green River
Foto: Divulgação

Quando o grunge explodiu no início dos Anos 90, muito se falou sobre o que caracterizaria o estilo de Seattle.

As próprias bandas não sabiam muito bem do que o termo se tratava, já que elas entendiam que tocavam Punk Rock com influências do Heavy Metal, e há artistas que, inclusive, rejeitaram essa classificação.

Uma nova entrevista da Rolling Stone reuniu vários nomes influentes do grunge e colocou, no mesmo lugar, Jeff Ament (baixista do Pearl Jam, Mother Love Bone), Bruce Fairweather (Mother Love Bone), Mark Arm (Mudhoney) e Steve Turner (Mudhoney).

Todos eles estiveram no Green River, grupo de Seattle que durou apenas quatro anos (1984-1988) mas é considerado como um dos pioneiros do grunge, e eles falaram bastante a respeito de todo movimento nessa época.

Em certo momento da entrevista, ao discutirem o termo em si, os músicos comentaram:

Jeff Ament: Eu nem me lembro da palavra “grunge” ser usada até, tipo, talvez, durante a época do Mudhoney. E aí obviamente quando o Nirvana explodiu e as coisas começaram a acontecer para a gente. Aí todos nós fomos associados ao grunge. Mas quando eu penso no grunge, eu penso em Green River, Mudhoney, Melvins. Isso, pra mim, parece a maneira apropriada de chamar.

Bruce Fairweather: O termo não significava nada para a gente na época. Especialmente quando bandas como Stone Temple Pilots surgiram. As pessoas ficavam tipo, “Eles são completamente grunge.” E eu dizia, “Hmm. Ok.”

Steve Turner: O termo já vinha sendo usado um pouco para descrever guitarras que soavam sujas. Eu acho que a primeira vez que ouvi o termo foi para descrever “Train Kept a Rollin’ de Jonny Burnette and the Rock n Roll Trio, que foi considerado o primeiro uso do fuzz em uma guitarra, porque tinha um tubo quebrado ou algo do tipo no amplificador. Para mim, isso tem a cara do grunge.

https://www.youtube.com/watch?v=wIWofR6Rn7Y

Mark Arm: Eu acho que Bruce [Pavitt, fundador da gravadora Sub Pop] escreveu um trecho que dizia algo como, “O grunge que destruiu os valores morais de uma geração” em um catálogo da Sub Pop. Era uma hipérbole completa. Como se, sim, claro, uma geração inteira tivesse ouvido essa gravação.

Steve Turner: Eu não me importo de ser chamado de grunge. Com o Mudhoney, eu me lembro em 1995, todo mundo estava de saco cheio de todo lance “grunge de Seattle”. Eu falava, “Cara, se alguém for grunge, esse alguém é a gente.”

Mark Arm: Quando as pessoas dizem que o Green River é influente, eu aponto todo mundo para o Melvins. Eles já estavam rolando antes do Green River.