Em 1990, na cidade britânica de Essex, o tecladista e compositor Liam Howlett resolveu usar as suas habilidades ao piano para criar um novo projeto.
Para tanto, convidou o MC Maxim, o tecladista e dançarino Leeroy Thornhill, o dançarino e vocalista Sharky e o também dançarino e vocalista Keith Flint, sendo que esse último daria cara à banda que revolucionou a música eletrônica nos Anos 90.
Após Flint, cuja notícia sobre sua morte nos atingiu de forma lamentável hoje, ouvir uma mixtape de Liam e gostar do resultado, tanto ele quanto Leeroy desenvolveram passos de dança para os sons que estavam em uma fita com a palavra “Prodigy”, fazendo referência ao sintetizador Moog Prodigy, apelido de Howlett.
Em 1992 veio o primeiro disco, Experience, e o single “Charly” abriu as portas para que a banda, contundente e diferente de tudo que existia na época, começasse a não apenas trilhar seu caminho como também se tornar um dos nomes mais importantes de movimentos como o big beat, ao lado de The Chemical Brothers e Fatboy Slim.
The Prodigy
Acontece que ao contrário dos seus pares, o Prodigy tinha outras ambições além de fazer com que a música, popular no underground e entre os adolescentes britânicos, se tornasse também popular para as massas.
Para o grupo, causar um grande impacto no mundo era fundamental e eles queriam fazer isso da forma mais ácida possível, o que aconteceu quando os shows explosivos do Prodigy começaram a rodar o mundo e também quando eles resolveram associar seus sons a videoclipes incríveis.
O Prodigy tinha a capacidade de transformar qualquer show em uma verdadeira explosão de Punk Rock e Hardcore, mesmo fazendo música eletrônica.
Fosse em um show para 500 pessoas ou em um festival para 20 mil, o grupo conseguia unir fãs de gêneros distintos e arrastar tanto seguidores de música eletrônica quanto headbangers para os seus palcos, dada a fúria com a qual apresentava suas canções.
Keith Flint
Boa parte da representatividade que o Prodigy teve no mundo da música se deve a Keith Flint, que infelizmente hoje nos deixou aos 49 anos de idade quando tirou a própria vida.
Começando pelo visual característico e seu cabelo que mais lembrava o Sex Pistols do que o Kraftwerk, Flint fez do grupo britânico um dos mais representativos quando o assunto eram performances ao vivo em toda história.
Não é exagero dizer que aqueles que tiveram a oportunidade de assistir a um show da banda foram realmente privilegiados, já que quando subia ao palco, Keith liderava o Prodigy em um show de grandes batidas, guitarras e muito, muito volume.
“Insano” era uma palavra usada frequentemente para descrever os shows da banda e se você quer ter uma ideia melhor de como os caras eram vistos e ouvidos, basta ler a publicação de Tom Morello na sua conta do Instagram quando falou a respeito da morte de Keith:
Descanse em paz, Keith Flint. Eu me lembro de me encontrar com Keith em turnê pela Austrália. Eu não sabia que ele estava em uma banda, mas que cara bom. Eu achava que ele era um roadie australiano. Tempos depois o encontrei no backstage do festival Pinkpop e disse ‘hey! Que bom te ver! Está trabalhando com quem?’ Ele disse ‘Estou em uma banda, vou tocar hoje.’ Eu disse, ‘ah, que legal, como foi seu show?’ E ele disse, ‘nós vamos tocar depois do Rage. Somos headliners do festival.’ Eu fiquei, tipo, bom, preciso ver como é! Foi uma das poucas bandas na história a chutar o traseiro do Rage Against The Machine ao vivo. Eles eram tremendos e o Keith era um frontman elétrico, poderoso, contundente e perigoso. Eu fui muito influenciado por eles e continuo sendo.
É sempre bom lembrar, também, que não apenas ao vivo o visual do Prodigy fez com que a banda ganhasse notoriedade.
Outro lado nessa linha se deu através dos videoclipes, principalmente com o de “Smack My Bitch Up”, uma verdadeira obra prima entre outras como “Firestarter” e “Breathe”, do lendário disco The Fat Of The Land, lançado em 1997.
Perdemos um dos grandes, definitivamente. Que descanse em paz.
https://www.youtube.com/watch?v=79iqeItl4SE
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