Se você é um ouvinte assíduo do nosso podcast maravilhoso (e eu espero que você seja, porque olha, é demais!) você provavelmente se lembra do nosso episódio de fim de ano em que esta que vos escreve recomendou alguns artistas bacanas pra vocês conhecerem (como eu sou legal, tá aqui o link).
Uma dessas artistas é a francesa Jain, que está chegando para a sua primeira apresentação no Brasil, no próximo dia 6 de abril, no Lollapalooza Brasil 2019.
Para te preparar para curtir o show da moça direitinho, separamos 5 músicas que dão uma boa ideia do seu trabalho. Ouça!
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“Makeba”
Essa música é uma expressão de força da natureza. É impossível não se encantar com o ritmo já nos primeiros acordes e não se surpreender dançando já no primeiro refrão. Mas o mais bacana é aprender que, além de fazer uma música tão envolvente, Jain está aqui homenageando a África e seus filhos. “Makeba” é um tributo a Zenzile Miriam Makeba, uma cantora, compositora e ativista africana, embaixadora da boa vontade das Nações Unidas e ativista dos direitos civis. Makeba lutava contra o apartheid e o governo de minoria branca na África do Sul e é uma das referências musicais de Jain, por seu trabalho que inclui ritmos como o afropop, o jazz e a world music. Jain inclusive menciona na maioria de suas entrevistas que é inspirada por Makeba desde que era criança, e que compôs a música pensando em espalhar a palavra e a música da ativista pelo mundo, já que muita gente de sua idade nunca tinha ouvido falar dela.
Jain passou quatro anos morando na República do Congo, na África do Sul, período em que começou seu trabalho com música, compondo alguns demo-tracks, conheceu o produtor musical Mr. Flash e em que tomou gosto por melodias dançantes e pelo afropop. “Makeba”(a música) faz parte do primeiro disco de Jain, Zanaka, lançado em 2015.
O clipe para a música é uma história à parte. Nele, Jain mostra diversas ilusões visuais e sua criatividade ao brincar com seus equipamentos de som dando vida à objetos inanimados nas ruas. Aliás, essas brincadeiras estão presentes em praticamente todos os videoclipes da moça (como você vai perceber com essa lista!). Surrealista, cheio de cores e de ritmo, vale a pena assistir!
“Come”
O primeiro single da moça já mostrava a que ela veio. A canção surgiu na época em que ela estava vivendo no Congo e em que, como adolescente, tinha uma necessidade grande de se expressar. A inspiração para a música veio da situação da moça no momento: aos 16 anos, ela se mudava frequentemente de país por conta do trabalho do pai e, por causa disso, estava sempre mudando de escola, fazendo amigos e se separando deles por causa das mudanças. Ela queria dizer a todos seus amigos que eles poderiam ir com ela, para estar com ela em qualquer lugar do mundo.
Rodeada de ritmos dançantes, ela também queria colocar em suas criações a questão do ritmo, da leveza de ser algo para dançar, mas também queria adicionar um lado mais misto em etnicidade, mostrando a universalidade da música. “Come” é resultado da mistura de todas essas emoções. Saca só!
“Alright”
Um dos singles de seu segundo álbum, Souldier, a música “Alright” é uma balada reggae para ensinar a gente a lidar com finais de relacionamento de um jeito positivo. É claro, é sempre meio triste, mas como Jain diz aqui, “A vida é feita de nós mesmos”, então, vamos viver!
O disco, inclusive, brinca com as nossas emoções o tempo todo. O nome em si, “Souldier”, é uma mistura das palavras “soul”, (alma, em inglês, mas que também representa o soul, como ritmo musical), com “soldier” (soldado, em inglês). Para Jain, o disco traz canções que mostram esses “soldados da alma” ou “soldados do soul”, preparados para levar para o mundo as suas canções que mexem com o coração e com o corpo da gente.
“Oh Man”
Mais uma de Souldier, Jain brinca com a fragilidade tóxica masculina. Na canção que mistura ritmos caribenhos, a artista fala sobre um homem que perdeu um grande amor e diz que “É melhor chorar, homem, porque isso só significa que você se importa”. E ela tá errada? Claro que não!
O clipe, outra das obras de arte da cantora, foi gravado no Museu Nacional d’Art de Catalunya, em Barcelona, e é uma parceria com o YouTube Music e com a Google Arts & Culture. Ela tem ou não tem o poder?
“Souldier”
A música que dá nome ao segundo disco da cantora, Souldier, não poderia ser mais explícita: aqui, Jain canta que “o amor está sempre certo” e usa da figura de seu “soldado da alma” para dizer que, assim como ele, todos nós devemos lutar por nossos sonhos. A música foi composta após o ataque terrorista em uma boate gay em Orlando que matou 49 pessoas e deixou 53 feridos e homenageia as vítimas do ataque, nos versos “We must now keep in our minds / That love is a power we have / A rainbow in his eyes / And a song to make him smile”. Apesar de não ter um clipe (ainda!), o lyric video da música já entrega diversas das mensagens que a cantora quis passar na letra. Linda demais essa Jain, né não?