Apenas com sua guitarra, St. Vincent comanda noite elétrica em SP; resenha e fotos

Foto por Stephanie Hahne

Para quem não acompanha tanto assim a St. Vincent — cantora americana que também atende por Annie Clark –, chegar ao Cine Joia nesta quinta-feira (04) e ver um palco completamente vazio pode ter sido no mínimo estranho.

A artista é atração do Lollapalooza Brasil 2019 e topou fazer sua própria festa, uma Lolla Party, literalmente solo. Sem banda, sem cenário, sem nada… só ela. Com um público já volumoso e ansioso por sua chegada, Clark tomou o palco da casa de shows pouco depois das 22h, munida apenas de sua guitarra e um talento imensurável.

Abrindo com “Sugarboy”, faixa de MASSEDUCTION (2017), a cantora era toda sorrisos e se mostrou muito animada com o que viu. Na grade, os fãs berravam seu nome e aplaudiam cada pequeno movimento da moça, que hora ou outra se arriscava em uma coreografia com sua guitarra, quase como se fosse sua parceira de dança.

St. Vincent não é de muito papo, mas interage com seus admiradores de outras formas. A cantora mandou um “olá, São Paulo” e agradeceu a presença de todos, mas a cereja do bolo foi mesmo seus olhares e a forma como apontava e cantava para fãs específicos na plateia — que surtavam com as demonstrações de afeto aleatórias da ídola.

Continua após a foto

O grande foco da apresentação foi realmente em MASSEDUCTION, com oito faixas do álbum — dentre elas “Los Ageless”, “Pills”, “Savior”, “New York” e a faixa título — no setlist. Annie Clark respeita as eras de seus discos, e se empenha em alinhar visual, performance e escolha das canções para tanto. Mas isso não quer dizer que a cantora ignora o resto de sua aclamada discografia.

Uma das surpresas da noite foi a volta de “Cruel”, de Strange Mercy (2011), para o setlist, já que St. Vincent não tocou a música nos últimos shows. Seu homônimo, de 2014, também marcou presença com as faixas “Birth in Reverse”, “Digital Witness” — talvez a música que o público cantou mais alto –, “Prince Johnny” e mais.