Entrevistas

5 coisas que aprendemos com Louis Black, fundador do SXSW

Na conferência Rio2C, no Rio de Janeiro, Louis Black falou sobre como a cultura irá mudar o mundo e rasgou elogios ao Brasil.

Louis Black na Rio2C
Foto: Divulgação / Rio2C

O festival SXSW, nos Estados Unidos, é um dos mais celebrados em assuntos como música e tecnologia nos últimos anos.

Apesar do hype e de parecer que o evento é uma novidade, a cidade de Austin, no Texas, é a casa do SXSW há nada mais, nada menos do que 32 anos, já que ele nasceu em 1987 e foi ganhando proporções cada vez maiores ano após ano.

Na última semana o TMDQA! esteve na Rio2C, no Rio de Janeiro, à convite da organização para ver de perto a sua programação recheada de grandes nomes da indústria da música e do audiovisual.

Entre eles estava Louis Black, um dos fundadores do SXSW, que além de participar de um painel falando sobre o evento, também deu uma entrevista coletiva onde conversou com nós, jornalistas, a respeito dos mais variados temas envolvendo o festival.

Nós separamos aqui cinco tópicos abordados pelo cara, que inclusive entrou no SXSW através do jornalismo, e você pode vê-los logo abaixo.

 

Fundação por “Punks”

Louis Black disse que o começo de tudo se deu quando ele era editor do The Austin Chronicle, jornal que ajudou a fundar.

Ele e seus amigos punks percebiam que não havia espaço na indústria para uma quantidade enorme de talento que não ganhava a devida atenção, então resolveram organizar seu próprio evento em uma primeira edição que aguardava cerca de 150 pessoas.

Quando 700 apareceram, eles perceberam logo de cara que o sentimento de que faltava espaço na mídia para novos talentos não era apenas local ou regional, e sim nacional, chamando a atenção de pessoas de todo país: “no punk não há diferença entre quem está na plateia e quem está no palco”.

Em tempo, o nome South By Southwest é um trocadilho com o nome do filme North By Northwest, de Alfred Hitchcock.

 

“Crie a sua própria cultura”

Louis Black foi bastante incisivo ao repetir que cada local tem as suas particularidades e que as pessoas deveriam criar as suas próprias culturas, envolvendo a comunidade e utilizando as tecnologias atuais.

Temos acesso à criatividade como nunca. Não precisamos estar em grandes centros como Nova York ou Londres.

Black ainda ressaltou que foi assim, criando a própria cultura em Austin, que ele e seus colegas co-fundadores de SXSW conseguiram levar “o mundo todo” até a cidade que estava longe de ser um grande centro global.

 

Brasil e seu enorme potencial

Em sua passagem pela Rio2C, Louis Black falou diversas vezes sobre como o Brasil tem grande potencial para crescer em cima de sua cultura: “Vocês têm que pegar essa cultura de volta. Vocês criaram coisas por tanto tempo e agora isso está sendo explorado em outros lugares.”

Inspire o planeta. Esse papel pertence por direito a essa cidade, ícone cultural e criativo do mundo. Vão buscar o que é de vocês!

Para ele, é aí que entra uma parte fundamental do SXSW, a do business. Segundo Black, a ideia de promover encontros de criadores e artistas com marcas é justamente a de olhar para o lado do negócio, fazendo com que a cultura criada localmente seja exportada globalmente.

Quanto mais você está familiarizado com os negócios, mas controla a parte criativa. E quanto mais você entende a parte criativa, mais percebe que controla o que irá acontecer e que o futuro não é criado em outros lugares. Ele é criado no seu coração e no seu cérebro.

A Cultura irá mudar o mundo

Quando o TMDQA! perguntou a Louis Black se ele traça um paralelo do momento em que vivia quando criou o SXSW e os dias de hoje, o fundador do festival falou sobre como imagina que a cultura irá nos fazer passar pelos tempos difíceis em que vivemos.

Não sei se o Punk irá voltar e fazer o que fez, ou se o Rock será revolucionário novamente, ou o Hip Hop, mas tenho certeza de que as pessoas irão responder e irão responder através da cultura.

Normalmente o governo não é inteligente o suficiente para entender o que está acontecendo, e haverá uma resposta das pessoas.

O SXSW é para todos

É normal que um evento do tamanho do SXSW comece a se tornar cada vez mais cobiçado e, se você já procurar por hospedagem para o ano que vem, por exemplo, perceberá que terá que desembolsar um dinheiro razoável para ir ao festival.

Ainda assim, Louis Black garante que no que diz respeito ao festival, há atrações para todas as pessoas e diversos propósitos. Desde quem quer conhecer o evento até quem gostaria de fazer negócios.

Você pode encontrar mais informações sobre o SXSW em seu site oficial.

A Rio2C 2020 já tem data e você também pode encontrar informações a respeito do evento em seu site oficial.