[Fast Forward] Code/Stage: conheça o hackathon pioneiro da Sony Music

O Code/Stage foi o primeiro hackathon organizado pela Sony Music, tendo como objetivo buscar soluções para a desigualdade de gênero da indústria musical.

Code / Stage
Foto: Divulgação

Quem acompanhou a transmissão da maior e mais importante premiação do mercado da música, comprovou: o Grammy em 2019 definitivamente foi das mulheres.

Desde a apresentadora Alicia Keys, passando por homenageadas e premiadas a exemplo de Michelle Obama e Lady Gaga, a energia feminina dominou a 61ª edição do evento. Não poderia ser diferente, especialmente quando o discurso do empoderamento é cada vez mais forte e o histórico da premiação não é lá dos mais igualitários – de 2013 para cá, apenas 10,4% dos indicados eram do sexo feminino.

Code/Stage – Hackathon da Sony. Foto: Divulgação
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O problema de igualdade não é exclusivo da América do Norte. De acordo com dados da União Brasileira de Compositores (UBC), apenas 8% de todos os compositores são mulheres e elas representam somente 4% dos produtores fonográficos. Com a certeza de que está mais do que na hora de mudar este cenário, a Sony Music Brasil realizou no último mês seu primeiro hackathon, o Code/Stage. A maratona teve como objetivo reunir profissionais de diferentes áreas para descobrir como a tecnologia pode auxiliar nesta latente questão. “O evento parte de um problema que é notório, mesmo dentro da nossa empresa. Agora, a Sony vai se comprometer com projetos que busquem ressaltar a importância da presença da mulher na música,” promete Sâmella Freitas, Analista de Marketing Digital da Sony Music.

Entre os dias 22 e 24 de março, a Casa Firjan e o WeWork Carioca foram palco de competição acirrada entre quase 80 participantes. Estiveram presentes desenvolvedores, programadores e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software, além de comunicadores. A abertura contou com palestras e debates sobre o tema, além de insights sobre formas de consumo.

No fim de semana, com as equipes já definidas, os concorrentes trabalharam na idealização dos projetos a partir do desafio proposto pela gravadora: “como podemos ampliar a presença feminina nas diversas etapas da indústria da música?”. O empenho foi tanto que era possível ver colchões espalhados pelo espaço para os competidores que sequer pensavam em voltar para casa.

Apresentação dos projetos. Foto: Divulgação

Quem se deu bem foram os criadores do aplicativo Minas Music, com uma ideia simples, porém muito bem executada. Inspirada no aplicativo de relacionamentos Tinder, a plataforma oferece recomendações de músicas escritas e interpretadas por mulheres, que tenham a ver com o gosto do usuário. Para incrementar a experiência, deixando-a mais dinâmica e diferenciada, o sistema recompensa o engajamento na plataforma com pontos que podem ser trocados por conteúdos exclusivos de artistas e marcas. “Chegamos a achar que a ideia não era boa o suficiente e pensamos em desistir, mas sabemos que no mercado de trabalho temos de encarar as adversidades. Ter persistido e agora atingir este resultado não poderia nos deixar mais feliz!”, celebra Giulia Duncan, que ganhou o prêmio de R$ 8.000,00 ao lado dos colegas de equipe Alexandre Philippi, Yvie de Oliveira e Babi Sabino.

Minas Music, o time vencedor, junto com os integrantes do júri. Foto: Divulgação

Pensar sobre o lugar da mulher foi um exercício renovador para todos os participantes. “Conciliar os conceitos de tecnologia com as estratégias de produção é essencial, mas nada como fazer isso com representantes femininas em uma área que historicamente se consolidou sendo majoritariamente masculina”, conclui Marjori Fonte, resumindo a experiência. Agora é torcer e esperar movimentos no setor para que as mulheres ganhem seu espaço e façam – literalmente – cada vez mais barulho nessa indústria.

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