Perguntamos ao Marcelo D2 o que ele acha de Rap Acústico

Em entrevista ao podcast TMDQA!, D2 analisou o momento atual do rap, falou sobre rap acústico e citou os novos artistas do gênero que ele admira.

Marcelo D2
(Foto: Reprodução Facebook)

Acústico de rap, o Marcelo D2 sabe fazer muito bem, como está documentado no clássico Acústico MTV, lançado por ele em 2004. O DVD conta com belas versões repaginadas de suas músicas e participações inesquecíveis de BNegão, will. i. am. (Black Eyed Peas) e seu filho Stephan, ainda uma criança na época, hoje o rapper Sain.

Já rap acústico… pra ele é outra coisa. Em entrevista ao Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos para divulgar o disco e filme Amar é Para os Fortes, lançado no fim de 2018, D2 demonstrou que está ligado na mais nova moda do rap nacional.

O sucesso de séries de vídeos ao vivo como “Poesia Acústica” fez muita gente conhecer e se interessar pelo estilo. Mas, para Marcelo D2, o som não representa a verdadeira essência do rap. Ele chega a comparar o rap acústico com o sertanejo universitário.

Eu já escrevi muito na vida, desde os 14 anos. E quando eu conheci o Skunk e a gente resolveu fazer o Planet Hemp, eu comecei a entender que meu melhor nível é o combate. E no rap brasileiro do começo dos anos 90, era quase que uma obrigação falar de problemas sociais. Até setembro ou outubro de 2018, o rap estava caminhando para um lado muito babaca. O rap de condomínio, como eu costumo falar, que é aquele rap falando de área VIP, de Chandon, de minas que fazem isso ou aquilo… um rap quase de ostentação. Esse rap morreu de outubro pra cá. A gente agora vê pouco desses moleques falando essas besteiras, porque o país virou outra coisa, e a gente começou a ouvir outras vozes, como Djonga, Baco [Exu do Blues], BK e Rincon [Sapiência]. São caras super expressivos e que têm uma voz interessante pra caramba.

Marcelo D2 também comentou alguns subgêneros no mínimo estranhos que têm surgido no rap brasileiro nos últimos anos.

Hoje eu ouvi falar que existe rap de direita. Tem também o rap acústico, que de acústico não tem nada. É voz e violão. O Brasil tem essa tendência: sertanejo universitário, forró universitário, mais ou menos igual esse rap acústico. Eu costumo separar as coisas entre cultura e entretenimento. Eu não quero nem entrar na disputa do que é melhor ou pior, mas é diferente. E eu tento ficar no lado da cultura o máximo possível.

Clique aqui para conferir a entrevista completa, que D2 também falou sobre política, cinema e seu disco Amar é Para os Fortes. Ou você pode ouvir esse papo na íntegra no episódio #38 do podcast, clicando no player abaixo. Para acompanhar os próximos programas, siga-nos no Spotify, Instagram ou Facebook.

https://www.youtube.com/watch?v=qQe_X4T64B8