Em uma narrativa simples em que dialoga em diversos estilos, a banda Stolen Byrds lança o disco Wanderlust. O quarto trabalho abraça o conceito do título, cuja palavra significa “vontade de viajar”, e representa o amadurecimento das experiências musicais de cada integrante.
Ao perpassar por ritmos brasileiros e latinos sem deixar a essência propriamente do stoner como marca registrada da banda, o disco traz referências que vão de Tim Maia até The Last Shadow Puppets.
O instrumental e as letras refletem muito do que a banda propõe: um disco plural e consistente. Tudo isso reverenciando sua própria sonoridade e principalmente, sua constante busca por aprimoramento. A vontade de sempre viajar, mas sempre voltar para casa trazendo as experiências vividas, e reverenciando-as.
Ouça o ótimo Wanderlust:
The Stone Ramos
Com uma estética basicamente oitentista, a banda manauara The Stone Ramos traz ao mundo o clipe de “Novo Amor”.
Firmando o estilo “Psyco Rock Brega do Brasil”, a música que fala sobre como superar uma separação recente – seja encontrando alento no amor próprio, se dedicando a novas atividades ou aprender a se ver como seu novo amor – estar bem consigo mesmo. Uma música importante para tempos de tantas tristezas.
O clipe não está focado em performance inusitadas ou em modelos dançando em um bar que utilizavam esse cenário como uma forma de narrativa, mas sim como uma forma também de contar histórias. O roteiro é basicamente sobre o amor de duas pessoas humildes que moram na periferia do Amazonas .
Assista o olhar sensível sobre a relação de duas pessoas comuns e se envolva:
Não Não-Eu
O duo mineiro Não Não-Eu tensiona seus personagens em clipe da canção “Sou o que me trai”. O single, que faz parte do segundo disco, intitulado Pureza e Perigo, traz uma perspectiva reflexiva para entender o que se passa dentro de si, como a sensação de autoboicote que constantemente o ser humano permanece.
Cláudio Valentin, que integra o duo e assina a direção de arte do clipe, explica que a concepção do vídeo tensiona a própria ideia de Não Não-Eu, uma vez que ressalta as atuações que criam sobre o ser humano. “O exercício de produção do clipe foi este: filmamos num estúdio e precisávamos levar a sério, ficar estáticos, mas em muitos momentos a gente errou e em outros acertamos. A proposta do clipe foi trazer esses erros que revelam a nossa própria dificuldade de incorporar um personagem”, relata.
O clipe, que também conta com a direção de Cláudio junto com Raphael Vilas Boas, tem uma relação profunda com as cores. A percepção de presença e ausência dos sujeitos, em seu estar no mundo, pode ser comparado ao “Não tem cor”, como dito na letra.
Assista:
Oruã
Tudo Posso é o novo lançamento do conjunto Oruã, e veio com a mensagem de “vida e música como experimentação” mais firmes do que antes.
Mais sem-amarras que de costume, não existe fórmula neste novo EP. O trio vai pelo rock, pelo free jazz, às vezes nenhum dos dois, muitas vezes além dos dois. São recortes de um e do outro que se encaixam para moldar uma nova forma de compor e tocar ainda mais livre e espontânea que o primeiro disco, Sem Bênção / Sem Crença (2017).
A marca noize está como sempre, mas as variações de temas, mudanças inesperadas, elementos novos na formação, como o sax, ora gritante em “Escola de Arte Moderna”, ou até comedido como arpejos em “Prece Alafim”, e os corais, mostram que são possibilidades extremas quando o foco é embelezar as canções.
Ouça:
Alienpovo
Fazendo parte da temporada do Lobotomia Session, o quarteto Alienpovo traz o compilado de duas músicas que fazem parte de seu álbum de estreia, intitulado Rör.
As contempladas foram “Calmaria” e “Venha”, que trazem como pano de fundo a exploração das limitações pessoais e o processo de autocrítica como elemento primordial das canções. A sonoridade trazem elementos modernos e um instrumental predominantemente atonal, com ausência de refrões que denotam a ideia de continuidade sem precisar voltar a um ponto inicial. Assista: