Ir a um show é muito mais do que simplesmente ouvir músicas.
Uma apresentação ao vivo conta com toda uma produção que vai além da montagem de uma setlist cativante. Tem a questão visual, a montagem do palco, e o envolvimento de muitas pessoas para entregar um show de qualidade.
Shows ao vivo são um pilar importante da indústria fonográfica. Até hoje as inovações tecnológicas não conseguiram compensar a experiência de ver pessoalmente um artista interpretar as próprias músicas. Apesar do streaming ter desbancado as vendas físicas de álbuns, ainda não foi inventado (e dificilmente será) algo para bater de frente com os shows.
A nova cena da música brasileira absorveu bem o recado de que apresentações ao vivo devem ser um dos legados principais de um artista. Em shows eletrizantes, esses artistas e bandas provam que nada jamais vai superar a “lavagem de alma” proporcionada por um show ao vivo.
A equipe do TMDQA! fez suas escolhas e reunimos nesta lista 10 dos shows nacionais mais empolgantes da atualidade. Recomendamos que você contemple essas apresentações pelo menos uma vez. São ótimas recomendações para extravasar e lavar a alma.
10 – Heavy Baile
O dançante funk carioca como gênero musical foi conquistando aos poucos cada vez mais adeptos, o que resultou em uma cena crescente de produtores e intérpretes. Os icônicos batidões, presença certa em qualquer tipo de festa no Brasil, saíram das favelas cariocas para contagiar todo o Brasil.
Mas é claro que o gênero foi se modificando e se adaptando às tendências da atualidade. Recentemente, alguns produtores passaram a incorporar elementos de diversas camadas da música eletrônica nos funks. Um desses grupos é o fenômeno Heavy Baile.
Comandado por Leo Justi, o projeto contém uma estética musical muito própria, evidenciando o empoderamento musical da periferia. As apresentações ao vivo do Heavy Baile são a principal prova disso. É impossível resistir à dançante e fritadora sonoridade do grupo.
É para ir até o chão, fazer quadradinho, sarrada no ar e muito mais!
https://www.youtube.com/watch?v=qxeZonEImhw
9 – Criolo
Cinco álbuns de estúdio lançados e muitos tapas na cara da sociedade. Esse é Criolo, um dos mais consagrados rappers do Brasil nos dias de hoje.
Indo desde o rap de Nó na Orelha até o samba de Espiral de Ilusão, o paulista se mostra um gênio em qualquer território. Mas não são apenas os afiados versos que impressionam o seu crescente público.
Ao vivo, Criolo se entrega em suas próprias poesias. Carismático, inquieto e performático, ele e seus companheiros de palco comovem e impressionam o público. E, de 2006 para cá, suas apresentações têm se desenvolvido cada vez mais.
8 – Letrux
Letícia Novaes, mais conhecida pelo nome artístico Letrux, é um rosto conhecido da cena indie carioca. A carismática cantora também virou sensação graças ao álbum solo de estreia, o ótimo Em Noite de Climão.
Mas não são só as sinceras letras que chamaram a atenção de seus fãs. A sonoridade indie pop, flertando com elementos do rock psicodélico, conquistou a cena independente da música brasileira.
Ao vivo, Letrux consegue potencializar as mensagens de suas músicas. Ela sempre se dirige ao público, seja para perguntar se estão bem ou para refletir sobre algum tema importante. Comandando suas apresentações com autenticidade e um quê teatral, não há quem resista às noites de climão proporcionadas pela carioca.
7 – Djonga
As apresentações ao vivo do rapper Djonga são experiências de outro planeta.
Aliando suas letras ácidas, rimas certeiras e uma presença de palco incrível, o músico faz questão de envolver a plateia com o seu show e o resultado é uma apresentação repleta de peso, presença e um clima que transita entre o Hip Hop e a energia do Rock And Roll.
Pedrada.
6 – Molho Negro
O que é ser uma banda de rock hoje em dia? Esse é um dos questionamentos da banda paraense Molho Negro.
A banda entrega um rock pesado e caótico, com letras recheadas de ironias. O humor é um dos pontos que levam os shows do grupo a serem tão divertidos e, antes de qualquer outra coisa, cheios de energia.
Com três álbuns de estúdio lançados até hoje, a banda continua intensa em suas apresentações ao vivo. Afinal de contas, temos que concordar: quanto mais acelerado o som, melhores são as rodinhas!
5 – Far From Alaska
De Natal para o o resto do Brasil, o Far From Alaska acumula um respeito cada vez maior na cena brasileira. Vários elementos justificam essa fama, desde o peso das músicas até a representatividade das vozes de Emmily Barreto e Cris Botarelli. Tudo isso está bem claro em Unlikely, um dos melhores álbuns nacionais de 2017.
As apresentações da bandas são convidativas e cheias de energia, encabeçadas pela carismática personalidade de Emmily. Mas é claro que as ótimas músicas, por si só, já são justificativas para rodinhas punk.
4 – Pense
Desde meados da década de 2000 até os dias atuais, a cena musical tem pipocado com lançamentos independentes cada vez mais concisos, confiantes e de qualidade cada vez maior.
O início da década contou com o surgimento da banda Pense. Apesar de terem se lançado no mundo sem a ajuda de alguma grande gravadora, o grupo conquistou uma base de fãs que cresce até hoje. Isso tudo por causa da forte proposta sonora, que valoriza o peso, a melodia e a velocidade como poucos grupos conseguem.
Com letras que muitas vezes se transformam em verdadeiros textos de auto-ajuda, o grupo definitivamente é o que melhor representa a nova safra das bandas brasileiras de hardcore e melhor relembra o auge do estilo
Recomendamos extravasar as energias ao agitado som da Pense.
3 – Francisco, el Hombre
A música latina, a MPB e o rock se unem na sonoridade diferenciada do grupo Francisco, el Hombre.
Ao vivo, a animação dos integrantes do grupo é contagiante. Além das animadas canções, os músicos fazem questão de dialogar com o público, que é transformado em uma parte essencial do show.
Em suas setlists, a banda costuma equilibrar bem músicas agitadas e dançantes com canções mais lentas. Botam o público para suar com canções como “Tá Com Dólar, Tá Com Deus“, mas equilibram as apresentações com músicas mais lentas como o clássico “Triste, Louca Ou Má“. O público, inquieto, faz o melhor proveito possível da apresentação: pula, chora, dança, se empurra e, obviamente, canta alto.
2 – BRAZA
Lembra dos shows do Forfun? Uma chuva de energia e vibrações positivas tomava conta de qualquer espaço em que apresentassem.
Bom, a situação não muda muito com a banda BRAZA, formada em sua maioria por ex-integrantes do Forfun. Familiarizados com o palco, os integrantes sabem bem como colocar seu público para balançar.
A mistura entre reggae, rap e música eletrônica é algo que soa muito bem. É quase impossível ficar parado em uma casa de shows ao som de músicas como “Liquidificador“, “Chama” e “Segue o Baile“.
Os shows ficam cada vez melhores conforme o repertório da banda aumenta. A adição das canções de Tijolo Por Tijolo e, mais recentemente, do EP Liquidificador, criaram um ambiente confortável para a banda montar setlists cada vez menos previsíveis. Mas uma coisa é certa: vai ser um show dançante.
1 – BaianaSystem
A música feita na Bahia sempre foi associada à diversão e à sua sonoridade dançante. Vemos isso desde o axé feito por nomes como Ivete Sangalo até movimentos mais recentes como a mistura de arrocha e música eletrônica do ÀTTØØXXÁ. Dito isso, trazemos um dos mais impressionantes grupos em atividade atualmente no Brasil.
O BaianaSystem tem a interessantíssima proposta de mesclar diferentes sonoridades da música baiana com a cultura do soundsystem. Apesar de já ter feito certo barulho na cena com seu homônimo álbum de estreia, foi com Duas Cidades que o grupo se projetou para todo o Brasil.
E não à toa, a banda lota qualquer espaço em que se apresenta. A sincronia e animação em palco de todos os integrantes contagia qualquer pessoa. Mas isso não seria possível, é claro, se não fosse a liderança do frontman Russo Passapusso. No palco, Russo domina seu público: emociona, diverte e, principalmente, anima.
Uma apresentação ao vivo do Baiana é uma experiência que todos deveriam ter pelo menos uma vez na vida. Se as gravações em estúdio da banda já são boas, as versões ao vivo dão mais peso, mais emoção e ainda mais vida à “Antropofagia Baiana” cultivada pelo grupo.
Shows como esses são aqueles que “lavam a alma”.