Em março de 1989, os Ramones lançavam o décimo primeiro disco da carreira, intitulado Brain Drain.
A banda continuava a todo vapor, gravando, fazendo extensas turnês e conquistando cada vez mais fãs. Apesar disso, os integrantes ainda não achavam suficiente o reconhecimento com todo o legado apresentado até então.
Eles queriam mais e nesse sentido Brain Drain foi um passo importante para quebrar algumas barreiras e abrir espaço nas rádios e canais de televisão.
A faixa “Pet Sematary”, se tornou o grande hit do disco ao ser escolhida como trilha sonora de Cemitério Maldito, de Stephen King, um grande fã dos Ramones. O clipe, que conta com cenas do filme, foi gravado em um cemitério de Nova York.
Aliado a outros clássicos como “I Believe In Miracles”, um dos maiores de todos, “Don’t Bust My Chops”, “Merry Christmas (I Don’t Want To Fight Tonight)” e “Palisades Park” (Freddy Cannon / Chuck Barris), que trouxe de volta a tradição de um cover nos discos, Brain Drain se tornou o maior sucesso de vendas dos Ramones.
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Sob o comando de Johnny Ramone, Joey Ramone e Dee Dee Ramone entregaram, cada um, seis músicas. Com os seus dois principais compositores inspirados, foi fácil posicionar o novo trabalho entre os pontos fortes da discografia, após alguns lançamentos mais irregulares da década de 80.
Fatores internos também foram importantes no período, como a volta do baterista Marky Ramone, que ficou de fora dos discos Too Tough to Die (1984), Animal Boy (1986) e Halfway to Sanity (1987), que têm Richie Ramone no comando das baquetas.
Brain Drain marca o último trabalho da banda pela gravadora Sire Records e a saída de Dee Dee, um dos membros originais.
O eterno baixista dos Ramones sempre lutou contra os vícios e suas instabilidades emocionais e após alguns anos em que esteve em tratamento e limpo das drogas, Dee Dee parecia estar em paz com a sua mente e feliz com o rendimento do novo disco.
Puro engano. Três meses após o lançamento, durante a turnê americana, comunicou, através do seu empresário, que estava se desligando dos Ramones. Em seu lugar entraria CJ Ramone, enquanto Dee Dee passou a se dedicar a uma carreira de rap de qualidade muito duvidosa.
Ainda bem que os Ramones sempre souberam renascer e vencer os seus demônios internos. Os fãs sempre funcionaram como o maior combustível do grupo e dessa vez não foi diferente.
Os anos 90 chegariam com discos icônicos e o almejado reconhecimento seria novamente fortalecido por obras como Loco Live, Mundo Bizarro e Adios Amigos, trazendo um sucesso estrondoso, principalmente na América do Sul.