Perry Farrell percorre a história do Rock para mostrar sua visão de mundo em "Kind Heaven"

Resenha: leia a nossa opinião a respeito de "Kind Heaven", novo disco solo de Perry Farrell, vocalista do Jane's Addiction e criador do Lollapalooza.

Perry Farrell - Kind Heaven

Perry Farrell é um cara inquieto.

Aos 60 anos de idade o músico não dá sinais de que vá parar tão cedo e está lançando um disco solo chamado Kind Heaven que vai muito além do que a notícia de um lançamento de álbum pode significar.

“Kind Heaven” é também o nome de um projeto que Farrell, fundador do festival Lollapalooza, tem para executar em Las Vegas, com o intuito de proporcionar “uma nova mídia para experimentar cultura e aventura através de entretenimento em 360 graus.

Se a empreitada deve sair do papel em 2020, um ano antes nós temos uma boa ideia da visão de mundo que Perry tem através do seu novo álbum.

Kind Heaven

Perry Farrell é mais um nome da velha guarda a perceber que o mundo está em pedaços e é nossa tarefa trazê-lo aos trilhos novamente.

Assim como Duff McKagan, que excursionou pelo mundo com o Guns N’ Roses, viu os problemas do planeta Terra e os transformou em belíssimas músicas country, agora o vocalista do Jane’s Addiction também dá o exemplo para a molecada que não tem se interessado muito por falar dos problemas políticos e sociais que temos atualmente. Para isso, embarcou em uma viagem pela história do Rock And Roll.

No formato de 9 músicas e pouco mais de meia hora, um dos favoritos da casa como já falamos por aqui algumas vezes, ele começa com “(red, white, and blue) Cheerfulness”, inspirada no rock clássico dos Anos 60 e 70 e já fazendo referência aos temas que irá abordar como o seu país, os Estados Unidos.

Na faixa seguinte, a pedrada “Pirate Punk Politician” que lembra muito os trabalhos do Jane’s Addiction nos Anos 90, ele fala sobre a guerra de (des)informações e volta a dar uma indireta a respeito do governo do seu país.

Com um quê psicodélico “Snakes Have Many Hips” precede a melhor faixa do álbum, “Machine Girl”, que faz uma mistura de Anos 70, 90 e 2000, como uma espécie de encontro entre as bandas de Perry Farrell, o Garbage e o que o Queens Of The Stone Age fez em Villains, por exemplo.

As experimentações começam com “Where Have You Been All My Life” e daqui até o final com a mensagem direta de “Let’s All Pray For This World”, Farrell mostra que está imaginando o futuro da música ao mesmo tempo que o faz com o planeta.

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https://open.spotify.com/episode/1c2r9jifpfDmrxg30EezxR?si=W0k5rhPASCGzT56Vw35ORg

Kind Heaven é um esforço colaborativo: aqui, Perry contou com Taylor Hawkins (Foo Fighters), Chris Chaney (Jane’s Addiction) e a própria esposa, Etty, para lançar um álbum produzido pela lenda Tony Visconti, responsável por obras de David Bowie como o disco de despedida Blackstar.

Ao lado deles todos, Farrell parece querer apresentar uma nova era e uma nova forma de pensamento através da música, de mensagens positivas e do que a tecnologia, vilã dos tempos modernos, pode oferecer de melhor.