O Queremos! Festival será realizado no próximo sábado, 15 de Junho, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, com ingressos ainda disponíveis através do site da produtora, a partir de R$ 130.
No line-up do evento, estão alguns dos principais nomes da música nacional na atualidade, como o rapper Baco Exu do Blues, a banda goiana Carne Doce, a pernambucana Duda Beat, a baiana Luedji Luna, a catarinense Jade Baraldo e a dupla Forró RED Light, além dos peso pesados Gal Costa e Criolo.
Entre os artistas internacionais, o festival trará a canadense Allie X, o grupo de Chicago Hypnotic Brass Ensemble e o duo italiano Nu Guinea.
Aproveitando a contagem regressiva para os shows, entrevistamos a dupla de Napoli formada por Gu Mascio e Fabrizio Mammarella sobre o festival, música brasileira, mercado fonográfico e inspirações. Confira a seguir:
TMDQA!: Vocês já vieram ao Brasil? O que o duo conhece sobre o nosso país? Estão animados?
Nu Guinea: Olá, pessoal! Nós estamos super empolgados para irmos pela primeira vez ao Brasil com a banda completa! Sabemos que é um país onde você pode respirar música por todos os cantos e as pessoas são muito calorosas e receptivas, assim como acontece no sul da Itália. Então nós esperamos nos sentir um pouco em casa, mesmo bem longe da nossa terra natal.
TMDQA!: Vocês já disseram que o álbum Nuova Napoli é como um retorno às raízes do Nu Guinea. O que isso quer dizer?
Nu Guinea: Nós nascemos e fomos criados em Napoli, mas cinco anos atrás nos mudamos para Berlim. Não demorou muito para nos sentirmos nostálgicos com relação à nossa casa. Sentimos que é algo parecido com a “saudade” brasileira. Por isso, decidimos dedicar um disco à nossa cidade, cantando nosso dialeto e usando melodias, riffs e escalas que são utilizados tradicionalmente na música napolitana.
Entre as nossas influências, nós tiramos inspiração também de artistas napolitanos das décadas de 1970 e 1980 que estavam misturando a música tradicional com o jazz, funk e seus subgêneros. Podemos citar artistas como Tony Esposito e Pino Daniele.
TMDQA!: Em 2017 vocês abriram uma gravadora. Por quais motivos? Que tipo de artistas o duo gosta de produzir?
Nu Guinea: Fazer música com a nossa própria marca significa ter 100% de liberdade, desde o processo de composição até os outros passos relacionados ao lançamento no mercado da música. A gravadora é, nesse momento, uma plataforma em que nós lançamos nossa própria música e também planejamos montar mais compilações de canções antigas que encontramos em mercado de pulgas (o primeiro foi “Napoli Segreta vol. 1”).
E, por que não, também divulgar o trabalho de artistas atuais? Nós sempre tivemos um gosto mais retrô ao cavar principalmente cantores e cantores de tempos mais antigos. Mas tem alguns anos que percebemos que existem muitas novas bandas e artistas que estão compondo e fazendo música que casam com o nosso estilo.
TMDQA!: Como vocês comparam a música italiana com a brasileira?
Nu Guinea: Nós gostamos das duas vertentes. Elas têm muita similaridades, mas o que as duas possuem mesmo em comum é a força de sua melodia. A música brasileira é bem mais rítmica, enquanto a italiana às vezes soa mais romântica.
TMDQA!: Que artistas brasileiros ou bandas o duo gosta mais de escutar?
Nu Guinea: Essa é uma pergunta difícil! Existem, de verdade, tantos talentos por aí que torna realmente complicado escolher um. Além dos grandes nomes da MPB, nós precisamos mencionar Azymuth e o falecido Manfredo Fest, que têm contribuído bastante para a inspiração na nossa própria música, especialmente pela forma única deles interpretarem a música brasileira e sempre estarem à frente de seu tempo.
A gente também teve a chance de passar alguns dias em estúdio com o ser humano e percussionista incrível que é Marco Bosco. Foi maravilhoso observar a forma como ele toca a percussão e, ao ouvir a música que ele compunha lá nos anos 1980, podemos sentir quão evoluído artisticamente ele já era.
TMDQA!: O que as pessoas podem esperar do show do Nu Guinea no Queremos! Festival?
Nu Guinea: NG full banda completa traz oito músicos ao palco e nós queremos que todo mundo aproveite ao máximo o nosso trabalho ao vivo sabendo que é uma experiência exclusiva. Por causa disso, a gente ligeiramente mudou alguns arranjos das nossas faixas e deixaremos brechas para improvisações ao longo do show. Ainda tocaremos algumas canções do nosso primeiro álbum, “The Tony Allen Experiments”, e, talvez, algumas coisas a mais.
TMDQA!: Podem deixar uma mensagem para os fãs brasileiros?
Nu Guinea: Vamos citar uma pequena chamada em nosso dialeto napolitano: “Guagliù, ce verimme llà!”. Em português significa “Pessoal, nos vemos por lá!”.