Morrissey ataca novamente.
Em mais uma tentativa de “se defender” por tudo o que tem falado e feito na mídia nos últimos meses, o ex-Smiths voltou a atacar a imprensa — e muito mais — em uma nova entrevista com Sam Esty Raymer.
Raymer é, além de fotógrafo, sobrinho do músico. De acordo com ele, a ideia de entrevistar o próprio tio veio após ler “as coisas terríveis que a imprensa britânica” tem dito sobre o artista.
Na conversa, o cantor volta a negar que seja racista, e ainda diz que a palavra “racismo” não tem sentido atualmente.
Leia (via NME):
Se você chama alguém de racista na Grã-Bretanha moderna, você está dizendo a eles que ficou sem palavras. Você está encerrando o debate e fugindo. A palavra não tem sentido agora. Todo mundo, em última análise, prefere sua própria raça… isso faz todo mundo racista? Dá para dizer que as pessoas que reduzem todas as conversas a uma questão de raça são as mais tradicionalmente ‘racistas’, porque tudo na vida NÃO é exclusivamente uma questão de raça, então por que fazer dessa forma?
A diversidade não pode ser uma força se todos tiverem ideias que nunca se ligarão. Se as fronteiras são coisas tão terríveis, então por que elas existem em primeiro lugar? Fronteiras trazem ordem. Não consigo ver como minha oposição à ‘matança Halal’ me faz racista, quando me opus a TODAS as formas de abate de animais durante toda a minha vida.
Morrissey ainda voltou a atacar o The Guardian, declarando estar sendo oprimido pela imprensa.
Enquanto artista, eu não tenho direitos humanos… aparentemente… porque você se coloca ‘nos holofotes’. Se eu fosse um carteiro, eu teria ganhado um processo de assédio contra o Guardian e ganhado 10 milhões de libras em danos até agora. Você pode deixar de lado o Guardian e simplesmente dizer, ‘bem, eles são simplesmente ridículos’, mas ao mesmo tempo você deve se perguntar sobre seu status legal e padrões aceitáveis de jornalismo, e como distinguir… se você puder… entre o que é uma notícia real e o que foi escrito com a intenção de causar danos.
O Guardian tem importunado e implacavelmente assediado músicos em minha vida os pedindo para não trabalhar comigo novamente. Agora, esta não é uma opinião jornalística no trabalho, mas sim um ódio com a única intenção de me tornar um alvo público. Nesses dias de crimes casuais e ataques ácidos, você espera que o Guardian mantenha uma certa moralidade cuidadosa. Mas não. Se eu sofrer danos físicos como resultado direto da tirania do The Guardian, você pode imaginar vivas e champanhe estourando em seus escritórios… isso gela meu sangue. O Guardian acredita plenamente que é um partido político.
Desculpas a Robert Smith
Na mesma entrevista, Morrissey ainda fez questão de “se desculpar” — entre aspas mesmo — com Robert Smith, líder do The Cure.
Os dois têm trocado farpas na mídia desde os anos 80. Leia:
Eu disse algumas coisas terríveis sobre ele 35 anos atrás… mas eu não quis dizer isso… Eu estava apenas sendo muito ‘Grange Hill’. É ótimo quando você pode colocar a culpa de tudo na síndrome de Tourette. Eu não tenho responsabilidade moral por tudo o que eu disse em 1983. Afinal de contas, quem tem?
Apoio à extrema direita
Todas essas declarações vêm após Morrissey declarar publicamente seu apoio ao partido For Britain, de extrema direita.
O músico chegou a comparar o boicote que tem sofrido com o nazismo — leia mais aqui.
LEIA TAMBÉM: Morrissey “se une” a Noel Gallagher para pedir por liberdade de expressão