O Baroness finalmente veio ao Brasil e é seguro dizer que poucas esperas valeram tanto a pena como esta.
No último domingo (23), a banda americana de Metal que já tem 16 anos de estrada se apresentou em São Paulo, em um Fabrique Club lotado. O tamanho da casa, porém, não é proporcional à grandiosidade da banda e aos gritos de seus fãs. Já explico.
O grupo responsável pela abertura da noite foi o mineiro Carahter, com seu Heavy Metal que agradou a plateia já presente. No palco, a banda mostrou energia de sobra, expressando também a todo momento sua gratidão por estar ali.
Em 2002, o grupo lançava seu disco de estreia, para interromper as atividades em 2005. O hiato, ao que tudo indica, serviu para amadurecer ainda mais os membros, que lançaram em 2017 o disco Turvo. Ao fim da apresentação, a banda foi ovacionada — merecidamente.
Logo em seguida veio o Baroness. E que entrada.
Chegando ao palco sem muita cerimônia, a banda composta por John Baizley, Gina Gleason, Nick Jost e Sebastian Thomson já entendeu ali que demorou demais para vir ao país, mas chegou na hora certa. Os gritos e o coro de “Baroness, Baroness!” eram ensurdecedores e, entre muitos sorrisos, o grupo já começou com a paulada “A Horse Called Golgotha”, do Blue Record (2009).
A partir daí foi só tiro, porrada e bomba, com o público cantando todas as letras a plenos pulmões e até os riffs, quando possível. O frontman John chegou até a dizer que estava impressionado, já que a plateia cantava até as músicas de Gold & Grey, lançado no dia 14 deste mês.
A animação dos membros era visível de longe, especialmente da incrível guitarrista Gina — ela pulava, batia cabeça e interagia com a galera da grade a todo momento. Apenas mostrando mais uma vez sua força bruta, literalmente, durante “Seasons”, do novo disco, tanto Gina quanto Baizley arrebentaram cordas de suas guitarras e se divertiram com o acontecimento.
O momento de maior catarse, talvez, tenha sido durante “Eula”, belíssima faixa de Yellow & Green (2012). Foi lágrima e cantoria pra tudo quanto é lado.
O show terminou com a tríade “Ogeechee Hymnal”, “Isak” e “Take My Bones Away”, mais uma vez ao som de gritos ensurdecedores.
Quem acompanhava vídeos da banda ao vivo já sabia, mas foi impressionante ver pessoalmente a competência técnica (e emocional, também) do grupo, além da sintonia entre os membros. O Baroness é um dos poucos casos de bandas que soam muito superiores ao vivo do que em seus discos — que já são absurdamente ótimos –, e presenciar um show deste é com certeza uma experiência difícil de superar e esquecer.
Que voltem mais vezes!
Fotos e setlist – Baroness em São Paulo
- A Horse Called Golgotha
- Morningstar
- March to the Sea
- Borderlines
- Green Theme
- I’m Already Gone
- Tourniquet
- Shock Me
- Eula
- Chlorine & Wine
- Can Oscura
- Seasons
- The Gnashing
- Ogeechee Hymnal
- Isak
- Take My Bones Away