A banda carioca de hardcore melódico Benin foi formada há apenas 3 anos, mas carrega toda a bagagem cheia de experiências de seus quatro membros, que já participaram de importantes e influentes bandas da cena independente do Rio de Janeiro.
O projeto, que extrai o melhor das influências que incluem Hot Water Music, Small Brown Bike, Samiam e Noção de Nada, traz de volta a parceria de Luis Felipe Fabris e Rodrigo Salgado, fundadores da menores atos em 2002.
Fabris, ex-membro do trio e dono de um baixo marcante e de vocais intrínsecos, contou um pouco ao TMDQA! sobre o retorno às atividades com Rodrigo Salgado: “O Rodrigo Salgado, um dos guitarristas, foi quem fundou o menores atos comigo em 2002 e foi o meu maior incentivador pra montar a Benin, ou seja, a parceria se repete! Antes de montarmos a Benin, o Rodrigo estava tocando no 8mm”.
Ele seguiu apresentando toda a escalação da Benin: “O Rômulo Simões, dono das baquetas, já tocou no Stellabella, ZeroCinco e R3DA. O último integrante a entrar no quarteto, o guitarrista Fabiano Dias, foi parceiro do Rômulo no R3DA e tocou também em bandas como Verona e Miss Hell”.
https://www.youtube.com/watch?v=t9JxVPzW-Kg
Em 2018, o quarteto instigou o público com duas faixas bem desenvolvidas, “Pulso Firme” e “A Ferro e Fogo”, que, em Junho deste ano, passaram também a integrar o álbum de estreia do projeto.
Com arte feita por Thiago Alves (vocalista da ótima Incendiall), o álbum Pluriverso é um verdadeiro deleite para os fãs de hardcore melódico.
Gravado, mixado e masterizado por Leo (Costa Produções), o disco traz 10 faixas potentes, encorpadas de letras repletas de reflexão e melodias que transmitem fielmente toda a visceralidade e introspecção que se espera ouvir em um hardcore melódico de boa qualidade.
Abaixo, ouça na íntegra Pluriverso:
https://open.spotify.com/album/1IqjD6TEjYUHBnXXIefFCZ?si=IDmlmepVRsG7Y6qviQUegA
N.D.R
Um dos nomes mais representativos da cena independente carioca, New Day Rising (N.D.R), banda que une elementos do hardcore e metal, celebra seus 8 anos de existência com uma nova fase bem empolgante.
Depois de lançar três EPs, Dedo na Cara (2012), Nós Fazemos Parte da Resistência (2015) e Homem Comum (2017), e abrir shows de bandas como Dead Fish, o grupo retorna em 2019 com novidades inclusive em sua formação, que agora traz Caique Xavier no baixo, Felipe Vieira na bateria, Raul Dias na guitarra e vocal, Renato “Rasta” no vocal e Thiago Vieira na guitarra.
Com esse lineup, o grupo lançou no início deste ano o single “Obtuso”, mixado e masterizado por ninguém menos que o mestre Gabriel Zander (Zander, Noção de Nada, Deluxe Trio, Barizon), no Estúdio Costella.
Agora, o N.D.R. repete a parceria com Zander e apresenta a necessária “Sepultado Vivo”, que, nas palavras da banda:
[‘Sepultado Vivo’] é uma síntese de um problema neuro psiquiátrico experienciado por um amigo. O tema abordado é a especificamente a depressão e tudo que ela causa, fazendo uma alusão à morte em vida e relatando de forma mais abstrata os fatores trazidos em conjunto com essa doença que atinge as pessoas muitas vezes de forma crônica e interfere diretamente no nosso bem-estar, enquanto indivíduos em sociedade, e em como enxergamos a vida, de dentro pra fora.
‘Sepultado Vivo’ é também a denuncia de algumas possíveis causas desses distúrbios, como a relação do individuo com o mundo do trabalho, a precária e incapaz maneira que o estado lida com o tema,
e como isso afeta diretamente os mais frágeis no que diz respeito ao âmbito sociopolítico: mulheres, jovens, negros e periféricos.
Aperte o play e confira a nova (e viciante) faixa do N.D.R:
Bad Canadians
O quarteto paulistano Bad Canadians é, sem dúvida, uma das novidades do rock nacional para ficarmos de olho.
Formada em 2017 por Roberto Salgado (bateria), Paulo Alves (guitarra), Guga Kerr (baixo) e Eddie Fontenele (guitarra, vocal e composição), os caras unem garage rock com indie pesado em músicas cantadas com vocais rasgados e berrados, a todo volume, cheias de riffs e de solos de guitarra predominantemente improvisados.
Em 2018, a banda fez sua estreia com o EP Whatever Came First, gravado no estúdio Aurora, mostrando um lado mais voltado ao stoner. Já para este ano, a banda aposta em outro universo de referências, mais divertido e mais próximo de nomes como Against Me!, Bruce Springsteen, The Gaslight Anthem, Hot Water Music e Frank Turner.
Sobre o novo caminho percorrido pelo Bad Canadians, definido pela própria banda como “rockinho gostoso” ou “os punk rock 2000 que cresceram”, o guitarrista Paulo Alves conta:
Quando fomos montar repertório pra começar a tocar ao vivo, resolvemos incluir no set algumas músicas que o Eddie já tinha bem antes do Bad Canadians, que eram num outro tipo de estrutura, mais canção mesmo, mais direta, com uns refrões grandes. Apesar delas serem bem diferentes das primeiras que lançamos, achamos que conversavam bem entre si e com influências que nós quatro compartilhamos e de que gostamos muito, tipo Hot Water, o trampo solo do Chuck Ragan, Against Me (do White Crosses pra frente), Gaslight Anthem e – aí já é uma coisa mais minha e do Eddie – até Bruce Springsteen. O Bruno Peras, do Dinamite Club e Running Like Lions, fez um sub pra gente no baixo num show em fevereiro e deu essa alcunha de “rockinho gostoso” pras essas músicas, o que a gente achou divertido, engraçado e resolveu abraçar.
A nova sonoridade do grupo já pode ser conferida nos singles “Cosmonaut” e “Karma’s Got No Fine Print”, lançadas recentemente, e que são as primeiras provas de seu segundo EP, This Side of the Road, que sairá dia 26 de Julho.
Paulo também falou para o TMDQA! sobre esses lançamentos:
Paulo também falou para o TMDQA! sobre esses lançamentos: ‘Cosmonaut’ é, talvez, a nossa música que mais tem uma pegada mais abertamente pop, tanto pelas melodias e refrões quanto pela produção – com certeza, é o nosso som que mais tem detalhes e camadas de produção. Já ‘Karma’s Got No Fine Print’ segue um molde parecido, mas, em contrapartida, já tem uma onda mais de punk rock. Um elemento meio surpresa que rola no meio dessa música e talvez dê uma quebrada nessa pegada mais punk é uma ‘guitarrinha’ dobrada que eu fiz, meio Thin Lizzy, em terça, mas que conversa legal com o arranjo todo da música e é um exemplo de diferentes referências que temos individualmente e como tentamos conciliá-las de um jeito que achamos bacana.
Além das faixas supracitadas, o novo EP do Bad Canadians contará a faixa “Don’t Lose the Race”, que Paulo já adiantou para a gente como é:
A ‘Don’t Lose the Race’ começou quase que como uma música acústica do Eddie, meio voz e violão, mas que passamos pra guitarra, e metade da música é só ele com a guitarra, e a voz conversando com algumas intervenções de lap steel minhas. A música tá longe do que eu consideraria folk rock, mas gosto dessa coisa dos 3 acordes carregarem a melodia, o refrão e as vozes pra consolidá-la.
Enquanto o EP não sai oficialmente, você já pode conferir as duas novidades apresentadas pelo Bad Canadians logo abaixo.
Ah, vale avisar: nenhum deles é canadense.
Koogu
Com sonoridade criativa, libertadora, hipnotizante e muito bem construída, o trio de música instrumental e experimental Koogu nos presenteia neste ano com mais um excelente lançamento.
Depois estrear em 2014 e lançar o instigante compacto À Espera da Shuva, o trio composto por três nomes bastante conhecidos e experientes da cena independente natalense — os irmãos Henrique Geladeira (guitarra/órgão/sintetizador) e Gustavo Rocha (baixo/sampler), na companhia de Daniel Garça (bateria/drumpad) — apresenta agora o álbum Telesterion.
Nas 5 faixas do registro, todas nomeadas em homenagem a espécies de cogumelos mágicos que brotam em diferentes regiões da Terra, a banda mantém sua densidade e originalidade ao executar camadas de timbres e tempos desconexos, guiando o ouvinte a uma viagem cósmica, repleta de sensações indescritíveis.
Telesterion, que também “é o nome de um antigo templo dedicado a rituais psicodélicos que louvavam o ciclo da vida, a passagem do tempo e as transformações pelas quais todos iremos passar”, segundo a banda, foi lançado pelos selos Rizomarte Records, K7 e Catamaran, e traz participações de Luísa Nascim (Luísa e os Alquimistas) e Filipe Castro (percussão).
Abaixo, ouça na íntegra o EP do Koogu: