Uma das situações mais comuns nas conversas sobre música é ouvir que a outra pessoa é “eclética” e “ouve de tudo um pouco”. Mas, se você gosta de música pesada, sabe que essas frases vão por água abaixo quando você pergunta sobre o gênero.
Pensando nisso, criamos uma lista com 10 bandas que podem servir como uma introdução a essa forma extrema da arte – seja por soarem diferentes dos clichês ou, simplesmente, por terem elementos que as tornam mais acessíveis ao público geral. Confira abaixo!
Em tempo, adicionamos músicas de algumas dessas bandas à nossa playlist oficial do TMDQA! Siga a gente por lá, conheça novos sons e relembre clássicos!
Deafheaven
Com certeza quando falamos de quebra de padrões da música pesada, o nome do Deafheaven é um dos primeiros a surgir. A banda americana, que começou como um duo formado por George Clarke e Kerry McCoy, mistura elementos diversos que vão do black metal ao shoegaze e o post-rock, sem medo de experimentar.
Apesar dos vocais gritados, o instrumental com fortes influências dos gêneros citados acima costuma atrair quem não tem tanta intimidade com a música pesada. Além disso, os “respiros” com instrumentais mais melódicos nas canções viraram quase marca registrada e ajudam na ambientação do som.
Vale ressaltar que, em Fevereiro deste ano, o Deafheaven lançou a ótima e extremamente pesada “Black Brick”.
Poppy
Ah, a Poppy. Um fenômeno da internet – a garota despontou como YouTuber em meados de 2013 – que acabou caindo no mundo da música. Seu primeiro EP Bubblebath é um pop extremamente comum; porém, a cantora foi gradualmente adicionando elementos às suas canções até que lançou o disco Am I a Girl? no ano passado, com faixas bastante influenciadas pelo metal – como “X” e “Play Destroy”, esta última com participação da Grimes.
Foi em 2019, entretanto, que a cantora abraçou de vez o peso. Como contamos por aqui, Poppy juntou insanidade e fofura em “Scary Mask”, um prelúdio do que seria seu EP Choke. A faixa explora o contraste entre o instrumental pesado e sua voz “pop chiclete”, fundido-os ainda aos vocais rasgados de Jason Aalon Butler (FEVER 333). O ousado resultado você pode conferir no player abaixo.
Behemoth
Um dos nomes mais estabelecidos do cenário do metal extremo e com raízes no black metal, o Behemoth deu um passo muito ousado em 2014 quando lançou o disco The Satanist, eleito por diversos veículos especializados em metal como o melhor do ano. O grupo polonês abraçou uma coesão estética e se distanciou de seu passado, tanto visualmente quanto musicalmente.
O álbum é um fusão de diversas vertentes do metal como o doom e o stoner, além dos óbvios death e black e ainda somando algumas influências diretas do hard rock tradicional. Mesmo assim, até os vocais do polêmico frontman Adam “Nergal” Darski soam melódicos. Tudo isso foi mantido no sucessor I Loved You at Your Darkest, de 2018, também extremamente aclamado por crítica e público.
BABYMETAL
A história do BABYMETAL é no mínimo curiosa. A fusão de um grupo de idols com uma banda de metal era algo que sondava a cabeça do produtor Kei Kobayashi (conhecido como Kobametal) há algum tempo quando ele se impressionou com uma apresentação ao vivo de Suzuka Nakamoto (a Su-metal) e resolveu executar o plano mirabolante, convidando ainda Moametal e Yuimetal (que recentemente saiu do grupo) para a empreitada.
Assim surgiu praticamente um novo gênero: o kawaii metal. Juntando o instrumental do metal pesado com os vocais fofos e as performances incríveis das 3 frontwomans, o BABYMETAL conquistou o mundo e já se prepara para lançar seu terceiro disco de estúdio.
Chelsea Wolfe
Pra muita gente, o problema da música pesada é o ritmo acelerado e a “barulheira”; nesse caso, a Chelsea Wolfe é a melhor solução possível. Apostando no peso do instrumental arrastado, o maior trunfo da cantora é o seu vocal etéreo e impecável. Inclusive, em seu novo trabalho Birth of Violence previsto para 13 de Setembro deste ano, Chelsea parece estar explorando uma sonoridade mais acústica.
Como podemos ver abaixo, as apresentações ao vivo são um espetáculo à parte.
Glassjaw
Nos anos 2000, foi criado um balde gigantesco de bandas que se enquadraram no famigerado post-hardcore. No entanto, no meio dessa confusão toda, o Glassjaw se destacou com possivelmente a sonoridade mais pesada e estranha do bolo.
Não é um projeto fácil de consumir; os vocais icônicos de Daryl Palumbo (que chegam a lembrar o lendário Mike Patton) e os instrumentais caóticos são um prato cheio, mas que vale a pena digerir com calma. Depois de quase 15 anos sem um disco de estúdio, a banda lançou o excelente Material Control em 2017.
Old Man Gloom
O Old Man Gloom foi formado em 1999 por Aaron Turner (SUMAC, Isis) e Santos Montano (Zozobra) mas só foi ganhar notoriedade depois de um hiato de oito anos entre 2004 e 2011. O grupo voltou abruptamente em 2012 lançando o excelente disco No, que abraçou uma estética mais agressiva e se tornou influência inclusive para bandas menos pesadas, como o O’Brother.
O baixista Caleb Scofield morreu precocemente em 2018 em um acidente de carro, mas a banda decidiu continuar as atividades em homenagem ao músico. O show de tributo após o falecimento de Caleb foi bastante especial e contou até com uma reunião do Isis, que não tocava junto desde 2010.
Russian Circles
Se o seu problema com música pesada são os vocais, o post-metal pode ser a solução. E não há representante melhor do que o Russian Circles. A banda traz fortes influências do post-hardcore, do sludge metal e do doom metal e já tem 6 discos de estúdio – lançará o sétimo, Blood Year, no dia 2 de Agosto.
Ghostemane
Trap e black metal parecem duas coisas impossíveis de combinar, certo? Errado, pelo menos para Eric Whitney – mais conhecido por seu nome artístico Ghostemane. Sem dúvidas um dos artistas mais inusitados da contemporaneidade, o rapper mistura elementos da música noise com os dois gêneros já citados. O resultado? Músicas com dezenas de milhões de reproduções nos aplicativos de streaming e até uma parceria com Travis Barker (blink-182), que você confere no vídeo abaixo.
Anaal Nathrakh
Essa é pra quem já está (bem) familiarizado com o metal pesado. O Anaal Nathrakh é um projeto do multi-instrumentalista Mick Kenney ao lado do vocalista Dave Hunt e é uma verdadeira aventura sonora, explorando os limites da música extrema. O duo chama atenção principalmente pela mistura de estilos vocais que flutuam entre o melódico, o gutural, o grito e até alguns vocais processados digitalmente para soarem ainda mais agressivos.