Música

"OA": Rapha Moraes mergulha em belas paisagens no seu novo disco

Músico e cineasta curitibano, Rapha Moraes se inspirou em Santos Dumont para gravar "OA", novo disco com produção de Gustavo Schirmer.

Rapha Moraes
Foto por Thiago Prestes

Foto por Thiago Moraes

Rapha Moraes é um músico e cineasta curitibano que mescla as duas coisas de forma bastante única e talentosa.

O cara está disponibilizando um novo disco chamado OA, sobre o qual já havíamos falado por aqui, e nele faz um verdadeiro mergulho em estilos como MPB, indie e ambient, tendo como base o livro Meus Balões, de Santos Dumont, onde ele reflete sobre como algo pode voar sendo mais pesado que o ar.

Com isso em mente, Rapha compôs as suas canções e criou os seus vídeos inspirado na ideia de criar sensações que alternam momentos densos com outros de leveza.

Produção

O novo álbum tem produção musical assinada por Gustavo Schirmer, que trabalhou no ótimo Violeta, da banda paulistana Terno Rei, e também no disco de estreia da também curitibana e igualmente talentosa Vivian Kuczynski.

Você já pode ouvir o disco em sua plataforma de streaming favorita!

Ficha Técnica

Direção Artística: Rapha Moraes
Produção Musical: Gustavo Schirmer
Co-produção Musical: Raphael Moraes
Mixagem: Gustavo Schirmer
Inserções de Mixagem e Mixagem Da Faixa “Sorte”: Vinicius “Nico” Braganholo
Masterização: Mauricio Gargel
Bateria, Sintetizadores, Guitarra, Baixo, Violão e Backings: Gustavo Schirmer
Voz, Violão, Baixo: Rapha Moraes
Sopros: Lauro Ribeiro

Compositores:
Letras Por Raphael Moraes
Músicas Por Raphael Moraes
Exceto As Faixas “Abissal”; “Céu 2”; “Céu 1” e “Não Quero Mais” por Rapha Moraes e Gustavo Schirmer

 

Faixa-a-faixa por Rapha Moraes

1 – “ABISSAL”

É a faixa do primeiro mergulho. Buscamos criar atmosferas sonoras mais cinematográficas e que poderiam sugerir imagens ao ouvinte. Captamos com um clássico “TASCAM” os sons na floresta e depois os trouxemos para o estúdio. E o texto utilizado veio pra contextualizar as ideias que eu tinha sobre o álbum e o que estamos dizendo nele. A frase foi retirada do livro “Meus Balões”, autobiográfico de Alberto Santos Dumont.

2 – “CORAGEM”

Essa letra parte de um ponto de vista bem pessoal sobre a necessidade de ter coragem para enfrentar os desafios mais íntimos de perdas e despedidas. Da necessidade de evoluir, melhorar. E acho que esse discurso se encaixou bem com o momento do país também. A coragem está sendo tão necessária.

3 – “CORREDEIRAS”

Essa foi uma das últimas faixas do álbum. Pré-produzi ela em casa com caminhos de synths, levadas e arranjo. O Schirmer lapidou tudo, limpou e agregou ideias. A letra fala sobre mudança ou a busca dela. Sobre se desfazer do que somos, pra seguir para um “novo eu”. É um pouco como a fase em que as cobras trocam de pele. A letra foi inspirada nisso.

4 – “MAIS DO QUE É”

Talvez a letra mais doída pra mim. Escrevi quando realmente sentia que o excesso de realidade ao meu redor me murchava a inspiração. Sempre pensei naquela ideia de que “a arte existe porque a vida em si não basta”. Acho que é do Ferreira Gullar. E naquele momento eu pensava: e se houvesse excesso de vida? Teria espaço para arte em mim?

5 – “CÉU 2”

Céu 2 é outra parceria minha com o Schirmer. A letra, que saiu no improviso acabou contando uma história cronológica que se passava dentro de mim. Céu 1 fala sobre alguém que escuta uma voz, enquanto em Céu 2 essa mesma pessoa conta para outra o que ouviu. Tem um lance de espiritualidade ou de um olhar além da matéria.

6 – “CÉU 1”

Pela primeira vez no processo do álbum ligamos um pedal de voz que eu tinha faz anos e começamos a brincar com timbres e efeitos. O Schirmer plugou a guitarra e em questão de 1 hora e pouco tínhamos a música pronta e gravada. No improviso. A letra saiu junto com a harmonia e depois de pronta tentamos regravar ela. Porém, uma nova letra não se encaixava assim como uma novo formato de arranjo também não. Resolvemos simplesmente regravar o improviso.

7 – “VENTO”

Uma das últimas, se não a última faixa a entrar no disco. Traz um pouco do groove sugerido pela “Coragem” e é mais uma que fala sobre despedida, usando um dos elementos que mais gosto na vida, que é o mar.

8 – “ESTRELAS PARTIDAS”

Uma das primeiras músicas do álbum, já estava pronta desde o início de 2017, quase como ficou no resultado final. A primeira letra que devo ter escrito e que fala sobre um dos temas principais do disco: partidas, mudanças, despedidas.

9 – “SORTE”

Essa canção é mais antiga do álbum. Já lutou para entrar em outros álbuns de outros projetos que lancei. Sempre gostei dela e achava que tinha conexão com o contexto todo. Dessa vez os arranjos me convenceram.

10 – “NÃO QUERO MAIS”

Essa canção foi feita em uma parceria minha com o Schirmer. Talvez tenha sido a primeira delas. Enquanto ele tocava acordes no violão, eu ia esboçando melodias já com a letra que acabou ficando. Gravamos a bateria em um galpão de marcenaria enorme e utilizamos isso para o som do disco.

Rapha Moraes - OA