Temos visto recentemente uma quantidade cada vez maior de mulheres do hip-hop usando a música como forma de afirmação. Mas isso ainda é nada comparado à quantidade de homens no cenário. Quando falamos mais especificamente do trap, então, a situação se mostra ainda mais discrepante.
Questionando o machismo da indústria e se debruçando no tema social do cotidiano da mulher negra, a cantora Drik Barbosa, um dos mais fulminantes nomes da atual cena, lançou “Rosas“.
“Minha água não é pra sua sede”
A faixa também traz à tona o tema do dinheiro, recorrente no trap. Sobre isso, a cantora conta que é uma questão de ser colocada em um lugar de merecimento:
A negritude é colocada na base da pirâmide da sociedade pelo racismo estrutural, sendo que a mulher negra, por enfrentar o machismo também, se sente ainda mais abaixo dessa base. Ao falar de dinheiro e de ostentação, coloco a gente no lugar de merecimento, fartura e prosperidade.
A canção foi nomeada a partir do racismo e da violência que Drik sofre diariamente de uma sociedade preconceituosa. “É como se a rosa representasse a mulher negra, que, por enfrentar muitas dores, precisa criar espinhos para conseguir se proteger e também sobreviver”, comenta a cantora sobre o título da faixa.
Álbum de estreia vindo aí
“Rosas” é o segundo single divulgado por Drik após o lançamento do EP Espelho, de 2018. Desde então, ela lançou “Quem Tem Joga” em parceria com Gloria Groove e Karol Conká. Além disso, ela trabalhou para a trilha sonora da segunda temporada série Carcereiros, da TV Globo, lançando a canção “Corda Bamba“. Seu álbum de estreia, ainda sem título ou data de lançamento confirmados, tem previsão para nascer ainda em 2019.
Ano passado, na época do lançamento do EP, tivemos a oportunidade de bater um papo com Drik, que nos falou sobre seus planos de carreira e objetivos com a música.
Confira abaixo a nova música: