De uns anos para cá, vimos que o Hip Hop encontrou um espaço maior na cena musical brasileira. Seja pelos versos afiados de artistas como Criolo e Djonga, ou pela vertente mais pop de nomes como Projota e Rael, o gênero tem ganhado cada vez mais popularidade.
Novos nomes talentosos estão surgindo para agregar ainda mais ao cenário. Um deles é o rapper Thiago Anezzi. Além de participações em discos de nomes consagrados como Mãolee e Filipe Ret, ele tem lançado, desde 2017, alguns singles para se apresentar melhor ao público. E dois desses singles contam com participações de Rincon Sapiência e Ferrugem.
A divulgação levou ao EP Jardim Feérico, lançado este ano com quatro músicas. Recentemente, ele deu continuidade a sua carreira autoral com o lançamento de mais um single. Trata-se de “Ballantine’s“, faixa em parceria com Orochi e com produção de Dallass.
Uísque e chuva
Conversamos com Anezzi sobre o lançamento, suas perspectivas na carreira e sobre o cenário do gênero no Brasil. Confira abaixo:
O clipe, que foi gravado na zona portuária do Rio de Janeiro mantém uma estética escura. O vídeo mostra Anezzi cantando debaixo da chuva, cenas românticas e até mesmo uma referência à clássica cena do beijo entre Homem-Aranha em Mary Jane no primeiro filme da trilogia de Sam Raimi. Ah, e conta também com consumo de uísque.
Ballantine’s, para os desavisados, é uma marca escocesa de uísque. Colocar, logo no título, esse nome remete a ideia de que vivemos inseridos em marcas. Desde bebidas até redes sociais, é cada vez mais difícil fugir desses nomes próprios. Isso sem considerar o fato de que essas menções tornam a letra mais palatável ao público.
Para Thiago, por exemplo, a citação surgiu de forma natural. “A marca veio antes da letra. Eu fiz o hook do refrão antes de tudo. ‘Bala – Bala – Ballantine’s’, foi um trocadilho com o que se pode encontrar nas noites do Rio de Janeiro”, comenta o rapper.
“Estamos avançando a cada dia”
Questionado sobre a cena Hip Hop no Brasil, Thiago acredita que é um movimento cada vez maior. “Estamos avançando a cada dia. Só agora eu sinto que temos a oportunidade de nos tornarmos os maiores do mercado, pois somos ‘o novo’”, explica.
É uma cena que, de fato, conta com muitas colaborações e trocas intensas entre artistas. Um ajuda o outro, e isso é ótimo. O próprio Thiago já compôs para Ret (“Louco Pra Voltar“) e para outros nomes. No entanto, ele considera mais fácil escrever para outros artistas do que para si mesmo:
Acho que acaba sendo mais fácil quando você está observando de fora e sabe do que o outro artista está precisando. No caso do Ret, quando ele me fez o convite, escrevi sobre a vida dele naquele momento: agenda lotada, muitas horas no estúdio, muito tempo longe de casa e a descoberta sobre ser pai. Acho mais difícil compor algo pra mim. Às vezes é um processo longo e desgastante, mas sempre sei onde quero chegar.
Futuro
Apesar de ainda estar trabalhando a divulgação de Jardim Feérico, Thiago já está trabalhando em seu primeiro álbum cheio, a ser lançado em 2020. “A meta desse segundo semestre é lançar outro EP”, comenta sobre seus planos para o resto deste ano.
Questionado sobre outros nomes com quem gostaria de fazer parcerias, Thiago citou Djonga, Ludmilla e Anitta como “os melhores no que fazem”. No entanto, o rapper já se sente bastante realizado com o que tem até hoje. “Já tenho parte do meu sonho realizado. Tenho faixa com Ferrugem, Orochi, Filipe Ret… Aos poucos estou realizando meus sonhos”, conclui.
Voa, Thiago!