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Orquestra de Baterias faz história com suor, chuva e muito amor pela música

Veja como foi a sétima edição da Orquestra de Baterias em Florianópolis, encontro que reuniu quase 600 músicos tocando ao mesmo tempo.

Orquestra de Baterias em Florianópolis, 2019
Foto por Toia Oliveira

Foto por Toia Oliveira

Não há dúvidas de que os fãs de música movem montanhas pelas suas paixões, e no último domingo, dia 18, nós pudemos presenciar de perto centenas deles fazendo o que mais amam apesar de todo tipo de adversidade.

A convite do evento, o TMDQA! esteve em Florianópolis para acompanhar de perto a sétima edição da Orquestra de Baterias, sendo que 2019 marcou a primeira vez em que o encontro de bateristas deixou uma praça no centro da cidade para ir até a Passarela Nego Quirido, onde acontecem os desfiles de samba na capital catarinense durante o Carnaval.

A mudança de local tinha como objetivo adequar a Orquestra ao novo número de participantes, já que a ideia aqui era quebrar recordes tanto das outras edições quanto de encontros parecidos mundo afora, e um pedaço de história foi feito no final de semana.

Chuva, Suor e Emoção

Orquestra de Baterias em Florianópolis, 2019
Foto por Toia Oliveira

Após vários dias de tempo bom em Florianópolis, a natureza resolveu que no domingo mandaria frio e uma chuva daquelas bem chatas para a Ilha da Magia, mas isso não foi o suficiente para desanimar os bateristas que ali estavam e chegaram cedo para montar seus kits ao longo da passarela do samba.

Vários deles estavam devidamente equipados com proteções para suas amadas baterias, como panos e guarda-sóis, e a empolgação para iniciar os trabalhos era visível no rosto de cada um, bem como as lágrimas de emoção em olhares marejados de pais que estavam ali com seus filhos e filhas, marcando a história pessoal em um evento dos mais bacanas.

Aliás, vale o destaque aqui para a quantidade de jovens presentes que iam desde pequenas crianças com suas baterias “de brinquedo” até alguns mais velhos que davam seus primeiros passos com as baquetas.

Clássicos do Rock e Uma Pitada de Samba

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Durante a apresentação, uma banda esteve à frente da longa fileira de baterias, em um palco montado especialmente para que ela conduzisse as canções que seriam acompanhadas pelos músicos.

Entre as canções vieram clássicos como “Smoke On The Water” (Deep Purple), “Come Together” (The Beatles), “It’s My Life” (Bon Jovi) e o encerramento poderoso com “Killing In The Name”, do Rage Against The Machine.

No meio disso tudo, também tivemos duas canções das bandas catarinenses Stella Folks e Nordic Souls, como uma iniciativa de promover a canção autoral do estado, e em outro momento, a passarela foi tomada pelo samba de fato para contar com a presença da Consulado, campeã do carnaval de Florianópolis, com boa dose de samba e uma versão do “Rancho de Amor à Ilha”, o hino da cidade.

Orquestra de Baterias em Florianópolis, 2019
Foto por Stivy Malty

Orquestra de Baterias

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Todo evento desse planeta, do menor ao maior porte, exige dias e meses de planejamento, antecipação, dedicação e muito trabalho, e aqui não foi diferente.

Em casos como esse, onde o espaço aberto é muito importante, o imponderável entra em cena e torna-se um dos únicos aspectos impossíveis de serem controlados, o que aconteceu em Florianópolis no último domingo.

Acontece que a partir do incontrolável também nascem coisas muito grandes e marcas são traçadas para sempre, ou você acha que algum fã de música que foi ao Woodstock reclama da sua lama?

O que vimos na Passarela Nego Quirido foi uma multidão de bateristas colocando seu kit, seu corpo e sua alma na pista, mesmo debaixo de chuva, para espalhar batidas, sorrisos, “salvas de caixas” e compartilhar experiências em uma iniciativa difícil de ser encontrada em qualquer canto do mundo.

Daqui a alguns anos, todos que ali estiveram irão contar a respeito para as pessoas próximas e dizer que tocaram “naquela edição lendária, com a chuva gelada, onde a gente mandou ver mesmo assim”, e sentirão orgulho de terem encarado o desafio.

Ao final das contas, dos quase 1.000 inscritos, 590 bateristas se registraram e estiveram ali, o que fez a edição de 2019 entrar para a história como a maior delas, batendo o recorde de 2018 que teve 482 músicos.

Há alguns pontos a serem corrigidos, é claro, mas isso é comum em qualquer evento, e matar no peito uma primeira edição em novo local com tantas adversidades não é pra qualquer um.

Ficou claro que em um dia ensolarado tudo teria sido ainda maior e mais marcante, e que a edição de 2020 deve esmagar o recorde atual.

Vida longa à Orquestra de Baterias!