Em mais uma carta aos fãs em seu site oficial, Nick Cave agora entrou em detalhes sobre seu término com PJ Harvey.
A dupla teve um relacionamento breve nos anos 90, que inclusive gerou a parceria na versão de “Henry Lee”, lançada em 1996. Em seu texto honesto, como de costume, Cave chega até a citar drogas como um “problema” em seu namoro com a artista.
Nick entrou no assunto após receber perguntas de um brasileiro, chamado Ramon, e uma fã canadense, chamada Tanya. Os dois perguntaram sobre o relacionamento e também sobre The Boatman’s Call, disco de 1997 que veio logo em seguida.
Ao falar sobre o término, Cave disse:
A verdade sobre esse assunto é que eu não desisti da PJ Harvey, a PJ Harvey desistiu de mim. Eu estava lá, sentado no chão do meu flat em Notting Hill, o sol entrando pela janela (talvez), me sentindo bem, com uma cantora talentosa e linda como minha namorada, quando o telefone toca. Eu atendo e é a Polly.
‘Oi,’ eu digo.
‘Quero terminar com você.’
‘Por que?!,’ eu pergunto.
‘Está acabado,’ ela diz.
Eu fiquei tão surpreso que quase derrubei minha seringa.
Ele continua:
No fundo, eu suspeitei que as drogas podem ter sido um problema entre nós, mas houveram outras coisas também. Eu ainda tinha que trabalhar um pouco no meu entendimento do conceito de monogamia, e a Polly tinha seus próprios problemas, suspeito, mas acho que, no final do dia, tudo se resumiu ao fato de que éramos pessoas ferozmente criativas, cada uma absorvida demais para poder habitar o mesmo espaço de uma maneira verdadeiramente significativa. Éramos duas bolsas de um par, perdidas, num carrossel que não chegava a lugar nenhum.
Nick Cave ainda diz que PJ tinha o mesmo comprometimento “narcisista e egomaníaco” com seu trabalho que ele mesmo reconhecia em si, mas afirma que se lembra dos “dias felizes” ao lado da cantora com muito carinho.
O músico diz ainda que foi justamente esse término que o motivou a finalizar The Boatman’s Call.
‘The Boatman’s Call’ me curou de Polly Harvey. Também mudou o jeito que eu fazia música. O disco foi uma ruptura artística em si, a qual eu devo uma grande dívida. Foi a generosidade compensatória para um coração partido, ou pelo menos o que eu pensava que na época era um coração partido — nos últimos anos eu reavaliei esse termo.
Confira o texto completo por aqui.
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