Diversidade, politização, encontro de gerações, brasilidade. Esses são alguns dos termos que podem ser usados para comentar melhor a edição de 2019 do já consagrado Coala Festival.
O evento, que aconteceu no último fim de semana (7 e 8/set) no Memorial da América Latina, reuniu veteranos como Elba Ramalho, Chico César e Ney Matogrosso e artistas que estão começando agora como Duda Beat, Jéssica Caitano, entre outros.
Essa mistura deu o tom do festival. Desde a MPB mais clássica ao rap, todo mundo teve seu espaço. E o público respondia à altura qualquer que fosse a proposta artística apresentada.
O que também ajudou a transformar essa edição do Coala em algo único foram os encontros especiais. Elba e Mariana Aydar cantando músicas inesquecíveis presentes no imaginário nordestino (com destaque especial para a versão de “Triste, Louca ou Má” do Francisco El Hombre), Chico César e Maria Gadú mandando um “fogo nos fascistas!”, a participação especial de Russo Passapusso no show de Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz.
O discurso politizado também teve presença marcante. A maior parte dos artistas utilizou sua voz e espaço para criticar ações políticas recentes como o recolhimento de livros com temática LGBTQ+ pelo prefeito do Rio, a questão do desmatamento e queimadas na Amazônia, as conversas vazadas do Ministro Sérgio Moro e a atuação do Presidente Bolsonaro como um todo. E que bom! Numa época em que seria mais conveniente se calar (como muitos costumam fazer para não ofender uma parcela de seu público), é um sopro de ar fresco ver que mentes progressistas ainda tem a coragem de dar a cara a tapa.
Também é bastante interessante ressaltar a presença e força do funk. Um dos ritmos mais populares atualmente no país também teve seu espaço com a excelente participação de Kevin O Chris. Hits como “Dentro do Carro”, “Vamos Pra Gaiola” e “Ela é do Tipo” provocaram uma resposta positivamente impressionante. O mesmo público que aguardava Ney Matogrosso também se empolgou com o MC e isso é maravilhoso!
Acredito que essa é a essência num todo: diversão sem preconceitos, progressismo e música boa. Manda mais.