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"Terrorismo": jovem é banido ao escrever letra de Tyler, The Creator em universidade

Tyler, The Creator também lançou novo clipe e deu declarações polêmicas sobre sua volta ao Reino Unido depois de quatro anos proibido de fazer shows por lá.

tyler, the creator
Divulgação

A polícia americana está encarando como ameaça de terrorismo o fato de um estudante de 21 anos ter escrito versos da música “Radicals”, do rapper Tyler, The Creator, dentro da biblioteca da Universidade do Sul do Alabama.

Consta na queixa criminal que a canção se refere a “matar pessoas e queimar coisas”. “Radicals” está no álbum Goblin, lançado por Tyler em 2011.

Já no segundo verso da faixa, ele avisa: “não faça nada do que eu disser nesta música, ok? É ficção. Se algo acontecer, não me culpe!”. Porém, mais pra frente, solta frases como “mate pessoas”, “queime coisas” e “f*da-se a escola”. Outros trechos ainda são tratados como homofóbicos, gordofóbicos e atacam Deus, a igreja e até a Universidade de Harvard, em específico.

A denúncia contra o episódio ocorreu justamente no dia 11 de setembro, quando os atentados ao World Trade Center, que mataram quase três mil pessoas, completaram 18 anos.

Jack Aaron Christensen, o responsável por escrever as frases, foi banido da Universidade enquanto aguarda o resultado dos processos de conduta dos estudantes. Um outro jovem, segundo a Billboard, também foi preso sob as mesmas acusações de ameaça de terrorismo. Esse, porém, por ter feito posts nas redes sociais.

Tyler, The Creator

O rapper, não muito adepto de entrevistas e declarações à mídia, acaba de se apresentar em Londres, depois de quatro anos proibido de fazer shows no Reino Unido e também na Nova Zelândia.

Em 2015, a Primeira Ministra Theresa May tomou essa decisão levando em conta as músicas dele que “encorajam a violência, a intolerância à homossexualidade, promovem ódio e incitam pessoas a praticar atos terroristas”.

Agora, com a proibição suspensa, Tyler, The Creator lotou três noites na 02 Academy e deu algumas declarações polêmicas sobre os acontecimentos durante o show. “Não retiro nada do que eu disse. Eu nunca vou me desculpar. Eles podem me chupar! Estou feliz por estar de volta”, disse ao fim do show, ovacionado pelo público.

Em entrevista à NME, fãs o defendem e dizem se tratar sempre de um personagem. Ainda mais depois dele cantar em Flower Boy, seu álbum de 2017, que “beija garotos brancos desde 2014”, minimizando as acusações de ser homofóbico.

Além disso, em 2018, o cantor Jaden Smith, filho do ator Will Smith, afirmou algumas vezes namorar Tyler, mas o relacionamento nunca foi confirmado pelo rapper.

Novo clipe

Nesta segunda, dia 16, ele lançou um clipe para a música “A BOY IS A GUN*”, de seu trabalho mais recente, o ótimo álbum IGOR, que saiu em maio desse ano. No vídeo, mais uma vez ele assume o personagem de peruca loira e cabelo tigelinha que já havia interpretado em “EARFQUAKE”, primeira música de trabalho deste disco.

Também no ano passado, Tyler cancelou seu show no Lollapalooza “por motivos pessoais” e prometeu que viria para o Brasil no futuro. Será que existe a possibilidade dele estar no line up do festival em 2020? Vamos aguardar!