Rap

Gabriel, o Pensador flerta com o trap e faz referências a seus clássicos na nova "Sobrevivente"

Criticando uma sociedade conectada e insensível, Gabriel traça um paralelo com a atrasada tribo de uma das suas mais famosas canções.

Gabriel, o Pensador no clipe de "Sobrevivente"
Foto: Reprodução / Youtube

A carreira de Gabriel, o Pensador é uma das maiores provas de que o rap no Brasil tem potencial de alcançar um grande público ao mesmo tempo em que aponta críticas sociais e políticas. Sua trajetória conta com várias canções que se tornaram populares, e vimos isso ao vivo na última edição do Lollapalooza.

Mas se você acha que as críticas ficariam restritas à sociedade da última década, está muito enganado. Após rever seus conceitos em “Evolução” (uma versão atualizada de “Lôraburra” em parceria com Jade Baraldo), o rapper mostra que tem muito o que falar sobre o atual cenário na faixa “Sobrevivente“.

Lançada na última semana, a faixa já tem clipe oficial, que teve a direção de Rafael Almeida. No vídeo, vemos um indignado Gabriel transitando por diferentes cenários enquanto versa sua sempre certeira crítica.

 

Trap e Versos Atemporais

O single pode ser considerado o início de um novo momento na vida musical de Gabriel. Em “Sobrevivente”, temos uma estética que remete claramente ao trap, subgênero cada vez mais popular da cultura hip hop. Nunca, em suas canções anteriores, a referência ficou tão clara.

A nova música versa sobre a “escravidão da mente” e narra tempos sombrios de uma sociedade insensível dominada por dispositivos eletrônicos. E tal insensibilidade não fica restrita apenas a isso. A letra também menciona injustiças, cometidas especialmente contra os menos favorecidos. “Pra eles não importa, gente viva ou gente morta”, versa.

Mesmo se apoiando em um contexto atual, Gabriel usou a nova faixa para mostrar a atemporalidade de alguns de seus versos mais famosos. Em meio a agradecimentos aos trabalhos de professores e bombeiros, o rapper ressalta: “na mudança do presente eu moldo o futuro”. O verso ficou popular ao ser cantado no final da música “Até Quando?“, uma das mais famosas.

No meio da canção, por exemplo, Gabriel cita novamente a tribo atrasada analisada pelo personagem indígena do sucesso “Cachimbo da Paz“:

Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários e presidiários e policiais
Nós somos os otários ideais
A paz é contra a lei e a lei é contra paz
Essa tribo é atrasada demais

E aí, o que achou da canção? Acha que o trap encaixou bem com os versos de Gabriel? Deixe sua opinião nos comentários!