Nesta quinta-feira (26), estreia nos cinemas brasileiros a aguardada aventura espacial estrelada por Brad Pitt , Ad Astra – Rumo às Estrelas. O filme dirigido por James Gray e com produção de Rodrigo Teixeira, da RT Features, é um verdadeiro espetáculo visual, potencializado pela excelente fotografia de Hoyte van Hoytema, parceiro das antigas de Christopher Nolan.
Com roteiro escrito pelo próprio Gray junto com Ethan Gross, o longa apresenta ao público uma versão bem distinta de Pitt nas telonas. Diga-se de passagem, que ano fantástico para o ator – que recentemente também brilhou em Era Uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino.
Na trama de Ad Astra, Pitt, hoje com 55 anos, dá vida ao melancólico engenheiro espacial Roy McBride. Ele viu seu pai, o também astronauta H. Clifford McBride (Tommy Lee Jones), desaparecer há duas décadas durante expedição a Netuno para um projeto ultra secreto. Aliás, tudo é sempre mega sigiloso em se tratando das viagens espaciais.
Confronto interno
Certo dia, Roy recebe a notícia de que seu pai talvez esteja vivo e que ele será enviado a Netuno em uma missão de resgate, pois acreditam que Clifford está envolvido com alguns eventos recentes que podem destruir a humanidade.
É claro que Roy não aceita a suposição de seus superiores e passa a questionar tudo que acontece a sua volta. Sem filhos e cada vez mais afastado de sua esposa, Eve (Liv Tyler), o protagonista não encontra empecilhos para se jogar – literalmente – na missão dada. O astronauta embarca também numa jornada pessoal que lhe obriga a olhar para dentro de si e lidar com traumas do passado.
Memória cinematográfica
O desenvolvimento de Ad Astra funciona como se fosse o encontro de 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Star Wars, Apocalypse Now e até Planeta dos Macacos. O curioso é que o resultado não é ruim, pelo contrário. Apesar de algumas inconsistências no roteiro, Gray conduz muito bem o filme, que nos arrebata com os efeitos e não exagera nas doses dramáticas ou no mistério.
A narração em off ajuda o espectador a se aproximar de Roy e entender seus anseios, assim como o seu comportamento. Os excessivos close-ups no rosto de Pitt ajudam a passar a carga emocional que o diretor queria imprimir na trama. As cenas de ação no espaço são primorosas e fascinam o espectador.
Embora não seja magistral, Ad Astra – Rumo às Estrelas é bastante interessante em diferentes sentidos e deve agradar o público em geral. É preciso dizer ainda que Gray realiza um filme que destoa completamente de tudo o que ele já fez, o que soma mais um ponto positivo para o longa.