Um cenário totalmente amarelo, bandas à frente, um palanque dentro do próprio palco. Em cima dele surge Elza Soares mostrando a razão de ainda causar tanto.
Entoando a frase “eu não vou sucumbir” da canção “Libertação”, gravada junto com a BaianaSystem, Elza já deixou bem claro o que faria no decorrer de todo o show. Entre reivindicações e frases de efeito, a cantora promoveu seu último disco, o ótimo Planeta Fome.
(Fotos por Marta Ayora)
O público, em êxtase, entoava as músicas em alto e bom som. Ao emendar “A carne” e “Não tá mais de graça”, a artista contou com Jéssica Ellen e Mike, que também esteve na versão estúdio. Em seguida, rolou o hino feminista de “Maria de Vila Matilde” com a participação de Kell Smith e “Se acaso você chegasse” com a dupla As Bahias e a Cozinha Mineira.
Elza Soares no Rock In Rio
Seu encerramento foi com a tríade “País do Sonho”, “Blá Blá Blá”, com Edgar, e “Volta por Cima”, em que todas as participações estiveram no palco. Um show denso, com coros políticos e ainda teve o figurino inspirado pela passagem que ajuda a batizar o álbum, quando Elza cantou à frente a uma plateia pela primeira vez na vida usando um vestido de sua mãe repleto de alfinetes para ajeitá-lo ao seu então esguio corpo de menina que, literalmente, passava fome. Essa inspiração aparece como uma armadura de alfinetes, maleáveis como sua postura perante os problemas que enfrentou na vida.
E o presente é todo nosso.