Santa Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais, população com pouco mais de 40 mil habitantes.
Se a gente te contasse que por lá acontece um dos eventos mais interessantes do país, talvez você não acreditasse, mas estivemos na cidadezinha em 2019 para ver de pertinho como é o Hacktown, que mistura tecnologia, inovação, arte e música.
O local pode ser pequeno mas já há algum tempo é conhecido como uma espécie de “coração” do Vale da Eletrônica, já que sedia instituições que formam Técnicos e Engenheiros das mais diversas áreas, como a Escola Técnica de Eletrônica e o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações).
Na sua quinta edição, o Hacktown mostrou por que tem sido chamado de “SXSW brasileiro” e fez bonito ao expandir a parte musical, que inclusive teve apoio do Tenho Mais Discos Que Amigos!
Hacktown 2019 – Como Foi
A equipe do TMDQA! esteve em Santa Rita e viu de perto como a cidade é ocupada durante os quatro dias de Hacktown.
Palestras, painéis, debates, entrevistas, showcases e shows completos são apresentados para os inscritos e parte da programação é aberta ao público, colaborando para o desenvolvimento de SRS.
Desde temas atualíssimos e promissores para o futuro com gente que representou empresas do Google até agências como AKQA (aquela que fez a campanha incrível de Stranger Things com BomBril), é possível ter contato com as mais diversas áreas de inovação, informática, publicidade e tecnologia.
Uma programação intensa (e que pode até ser revista/readequada para os próximos anos) faz com que, por exemplo, no mesmo horário de um dia você tenha que decidir entre 21 atrações (!), sendo que os outros slots separados para os papos são bem parecidos.
Tudo é espalhado pela cidade usando o Inatel, a ETE, Teatros locais, ginásios, Pubs e cervejarias. Esse que aqui escreve, por exemplo, teve o prazer de dar uma palestra sobre os 10 anos de TMDQA! e também entrevistar a banda Scalene, que abriu o jogo sobre sua década de carreira, em uma cervejaria chamada Libertas.
Programação Noturna
À noite, após intensa programação diurna com tanto conhecimento para ser absorvido e tanto networking a ser construído, a programação entregava diversas opções, e você poderia tanto ir nas várias atrações descritas na programação (que em sua versão física foi feita em formato de fanzine) até ficar de olho no Instagram do TMDQA! por exemplo e descobrir que a Casa TIM 5G fez shows surpresa de Mahmundi na sexta-feira e Rubel no sábado.
O local, inclusive, permitia que as pessoas testassem a tecnologia 5G para celulares e ainda fez uma demonstração incrível das possibilidades que ela traz, como um show com os músicos à distância sem sair do ritmo.
Entre os destaques tivemos a programação do espaço King In The Belly, no Libertas Pub, que apresentou shows incríveis de nomes como Dingo Bells e Autoramas.
Além disso, o Casarão Femto ainda teve DJs e muita música boa com artistas como Maria Beraldo, em um dos lugares mais concorridos da cidade.
A Sofar, iniciativa que faz shows secretos em locais espalhados pelo mundo, também esteve no Hacktown e proporcionou shows intimistas de nomes como Violet Soda, Sandro e Gustavo Bertoni, como é de costume do formato.
Sobre os dois primeiros, falaremos um pouco mais agora.
Palco Rockambole no Hacktown
Uma das áreas gratuitas do Hacktown era o Palco Rockambole, idealizado pela produtora de mesmo nome, que acabou arrastando multidões para uma área da cidade próxima à Praça principal.
Por lá, o Violet Soda mandou ver em seu grunge afiadíssimo, tocando inclusive a nova “I’m Trying”, e Sandro fez um dos melhores shows de todo festival, mostrando que sozinho consegue botar o povo pra dançar e se divertir como poucos.
Outros destaques da programação foram a banda capixaba Auri, a dupla formada por Stefano Loscalzo + Kamaitachi, sendo que o último é uma verdadeira febre entre os jovens e a molecada compareceu em peso pra cantar tudo de perto e tirar foto com seu ídolo, e o grupo de new wave Amen Jr.
No segundo dia, Baleia, Gavi, Plutão Já Foi Planeta e O Grilo apresentaram performances sólidas, mesclando nomes que já estão acontecendo com boas novidades sobre as quais ouviremos falar bastante em breve.
Por fim, atrações principais de cada uma das duas noites, Supercombo e Scalene levaram centenas de fãs ao delírio e coroaram os principais dias de evento com uma imersão do Hacktown na cultura local, objetivo da organização que claramente foi realizado com sucesso.
Hacktown e o Futuro
Não há dúvidas de que o Hacktown veio pra ficar.
Conversando com as pessoas nos bastidores era nítida a felicidade não apenas por estar ali mas também por terem realizados as ações que fizeram.
Após palestras entusiasmadas, público questionador, shows memoráveis e o feedback de um local que pulsa tecnologia e cultura, os sorrisos estampavam os rostos de quem fez o evento de Santa Rita de Sapucaí de uma forma ou de outra.
O Hacktown veio pra ficar e não é nenhum exagero compará-lo ao SXSW, ainda que existam vários pontos de infraestrutura a serem melhorados. Só que iremos parar de chamá-lo assim, já que além de vida própria, o encontro também tem identidade, brasilidade e sangue novo para se transformar em algo que lugar nenhum do mundo viu.
Programe-se para 2020 e não fique só imaginando a quantidade imensa de informação que nós absorvemos por lá. Ou o papo que tivemos com a Scalene e como falamos sobre tudo que já fizemos por aqui. Ou o que o Google quer dizer quando nos fala que “Todo Mundo Mente” e o que o genial Bruno Sartori tem para nos revelar (e assustar pra c!@*@*) sobre o deepfake.
Esteja lá e experimente tudo de perto. Nós estaremos.