54 anos. Mais de meio século. Um tempo tão distante que podemos pensar que seria difícil qualquer banda chegar até 2019, mas os alemães do Scorpions estão aqui e tocaram no Rock In Rio.
Antes de qualquer coisa, é bom colocar as coisas em perspectiva: Rudolf Schenker, guitarrista, compositor e fundador da banda, tem 71 anos de idade, tendo nascido em 1948 (!!!).
(Fotos por Marta Ayora / TMDQA!)
É óbvio que o que vimos na Cidade do Rock seria bastante influenciado por tanto tempo de estrada, mas parece que apesar de estar na ativa, o Scorpions parou no tempo e resolveu aliar toda sua notável técnica aos elementos mais bregas que foi coletando ao longo do caminho para seu show.
Scorpions no Rock In Rio
Tendo tocado na primeira edição do festival, lá em 1985, a banda alemã resolveu puxar o saco do Brasil de todas as formas possíveis na primeira metade do show: usou roupas com a bandeira do país, projetou a bandeira nacional no telão e ainda o enfeitou com silhuetas de cada integrante tocando seu instrumento/dançando de forma um tanto quanto assustadora.
Além disso, o grupo resgatou uma guitarra que utilizou lá na primeira edição e fazia alusão ao logotipo do Rock In Rio com as cores da bandeira do Brasil e algumas de suas “miniaturas”, e precisamos dizer: ela bem que pertencia à gloriosa página Guitarras Feia.
Quando a nossa bandeira saiu do telão, o Scorpions achou por bem preenchê-lo com seu logotipo e imagens de amplificadores Marshall que apareciam distorcidas e borradas tanto na transmissão quanto para o público da Cidade do Rock.
Integrantes da Banda e Segunda Metade do Show
Precisamos notar que é impressionante como as performances dos músicos é cheia de energia, mesmo que o mais novo deles tenha 52 anos de idade, e da metade pra frente, o show engrenou ganhando outros contornos.
Mikkey Dee, ex-baterista do lendário Motorhead, foi o que mais se destacou, aliando vigor e técnica, fazendo um baita solo e dando uma base incrível para o grupo, junto com o baixista Paweł Mąciwoda, de 52 anos.
Aos 71, o vocalista Klaus Meine com sua icônica boina parecia estar à vontade para cantar as músicas que nunca exigiram muito da sua garganta e que sempre caíram como uma luva para a forma como ainda canta. Em vários momentos, interagiu com a plateia e ajudou a estabelecer a conexão entre pista e palco.
Na icônica balada “Wind Of Change”, a interação foi massiva, com todo mundo cantando a canção em um momento acústico que havia contado com “Send Me An Angel”. Antes, uma tentativa de puxar um coro para “Cidade Maravilhosa” acabou se tornando agridoce, já que nem todo mundo comprou a ideia, mas foi uma baita iniciativa.
Ao final, quando a banda já havia deixado a farofa inicial de lado para soar mais como uma banda do “Dia do Metal”, vieram os hits “Big City Nights”, “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane”, e aqui é preciso fazer uma observação: o headliner da noite era o Iron Maiden, que teve seu horário invertido com o Scorpions. Se alguém achou que o público iria embora, definitivamente não conhece o seguidor de Metal, que ficou ali para proporcionar belas imagens do Palco Mundo lotado até as duas da manhã.
Setlist
- Going Out With a Bang
- Make It Real
- The Zoo
- Coast to Coast
- Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train (70’s medley)
- We Built This House
- Delicate Dance
- Cidade Maravilhosa
- Send Me an Angel
- Wind of Change
- Tease Me Please Me
- Drum Solo
- Blackout
- Big City Nights
Bis: - Still Loving You
- Rock You Like a Hurricane