É muito provável que boa parte das pessoas que viram o show do King Crimson no Rock In Rio, principalmente pela televisão, tenham ficado se perguntando o que estava acontecendo por ali.
“Cabeçuda”, a banda destoou do resto da programação voltada a subgêneros mais populares do Rock, e encerrou o Palco Sunset com a já conhecida ousadia que a programação de Zé Ricardo, responsável por sua curadoria, tem. Inclusive ele falou sobre isso pra gente em entrevista exclusiva há alguns meses.
Mas vamos ao show da banda britânica.
(Fotos por Marta Ayora / TMDQA!)
King Crimson no Rock In Rio
Com 51 anos de carreira, o King Crimson é considerado como um dos nomes mais influentes do rock progressivo, tendo sido responsável pela difusão do gênero e por ter influenciado nomes importantíssimos da história como Rush, Yes e Genesis.
Em 1969 os caras lançaram o disco In the Court of the Crimson King, e ele é icônico para a história do rock progressivo, tanto pelo seu conteúdo quanto pela sua capa. Tanto que o show de hoje foi baseado no álbum, com três canções dele, e a sua arte estampava a guitarra de Michael “Jakko” Jakszyk, também vocalista da banda.
Vale lembrar que o único integrante da formação original é Robert Fripp, guitarrista e compositor, acompanhado do saxofonista Mel Collins, que entrou no grupo em 1970 e teve algumas passagens por ele até agora.
Três bateristas
Como você deve ter percebido muito bem, o King Crimson tocou com três bateristas no Rock In Rio, e apesar de incomum, tudo é possível quando estamos falando de Rock Progressivo, um gênero justamente nascido com o objetivo de quebrar barreiras através de construções extremamente técnicas e inovadoras.
Os músicos, aliás, têm currículos invejáveis: Pat Mastelotto é um músico de estúdio que já trabalhou com nomes como Al Jarreau e …And You Will Know Us By The Trail Of Dead. Gavin Harrison fez parte do excepcional Porcupine Tree e Jeremy Stacey já tocou com Sheryl Crow, Noel Gallagher, Echo & The Bunnymen, Eurythmics e mais.
Com tanta gente capacitada em tantos instrumentos diferentes, o que se viu foi uma aula de música, ainda que o apelo pop fosse baixíssimo, trazendo a polarização com os que não viram nada de mais na banda e aqueles que consideraram o show como o melhor de todo Rock In Rio 2019.
Com sete músicas ao total, o King Crimson deixou a dobradinha “Epitaph” / “21st Century Schizoid Man” para o final e fez a alegria dos que ali estavam prestigiando cada interação dos bateristas, cada solo do instrumento que fosse e a apresentação a construção nada convencionais que fizeram deste um show tão rico.
Se você entendeu a proposta, agora é hora de mergulhar na rica discografia dos caras. Se ainda está boiando, recomendamos colocar o disco de estreia para tocar e depois voltar a assistir aos vídeos do show. Vai crescer no seu conceito, definitivamente.
Setlist
- Drumsons
- Neurotica
- Red
- The Court of the Crimson King
- Indiscipline
- Epitaph
- 21st Century Schizoid Man