A organização do festival No Ar Coquetel Molotov, em Recife, anunciou o line-up completo da edição 2019 do evento, que conta com nomes como Black Alien, Clarice Falcão, Liniker e os Caramelows, Drik Barbosa, Gui Boratto, Gop Tun, Terno Rei, MC Tha e mais.
O festival irá acontecer no dia 16 de Novembro, no Caxangá Golf & Country Club, e os ingressos já estão à venda através da Sympla, clicando aqui.
No Ar Coquetel Molotov 2019 – Line-up e Entrevista
Entra ano e sai ano e o No Ar Coquetel Molotov é um dos festivais mais bacanas do país.
Em 2019 o TMDQA! é parceiro de mídia do evento e nós conversamos com Ana Garcia, responsável pelo NOARCM, para entender como tudo é levantado e quais foram os objetivos ao escalar os artistas dessa edição.
Leia logo abaixo!
TMDQA!: Qual foi seu Norte para montar a escalação do No Ar Coquetel Molotov em 2019?
Ana Garcia: Foram diversos. A música eletrônica tem dominado a noite recifense e há três anos que temos encerrado o festival com uma festa diferente. Queríamos abranger mais o nosso público e pegar uma galera que conhece o Coquetel Molotov, acha incrível, mas nunca foi por achar que fosse alternativo demais. O convite para Gui Boratto, Gop Tun como o coletivo Revérse veio dessa vontade. Ao mesmo tempo, tem um link com o festival e com o que estamos construindo. Também sempre procuramos lançamentos, então, Black Alien, MC Tha, Liniker e os Caramelows, Clarice Falcão, Torre e Bione estarão lançando discos no festival. Mas também sempre tentamos trazer uma artista dos sonhos, como é a Sevdaliza, e isso aconteceu por causa da parceria com a Descobrir Music e a Embaixada dos Países Baixos. É muito importante nesse momento de extrema crise procurar parceiros e quem está a fim de fazer o festival junto. Não seria possível montar esse line up se todos não estivesse nessa mesma vibração.
TMDQA!: Como você e os parceiros do festival idealizaram a experiência para o público, tão importante em eventos como esse, e o que o fã de música e artes pode esperar para esse ano?
Ana Garcia: O festival é longo e queremos criar o ambiente mais confortável e seguro possível para todos que estão curtindo o evento. Então, cada ano tentamos melhorar ou renovar as experiências. Ano passado focamos na acessibilidade, então, criamos um lounge para receber todos os PcDs, tivemos guia vidente, acessibilidade para cadeirante em todas as áreas, espaço reservado para assistirem aos shows, cardápios com braile. Este ano teremos libras no palco! O Caxangá é um local onde a grama é realmente verde e confortável para deitar, sentar e descansar. Fazemos questão de deixar espaço para o público, para que possam andar e rodar o festival com tranquilidade, sem a sensação de estar super lotado. Temos a preocupação de deixar o evento limpo, então, a primeira coisa que o público faz quando chega é comprar o seu copo! Ele é obrigatório e ajuda a manter o festival impecável. Todos que trabalham no festival recebem o treinamento Women Friendly, isso significa que todos os seguranças e todos do bar sabem lidar com caso de assédio. Você já sente uma energia diferente entrando no festival por causa disso. Temos investido muito em intervenções artísticas, então, temos surpresas durante o festival – seja com dança, teatro, performance ou faixas. As marcas têm realizado cada vez mais experiências interativas com o público, temos desde a Natura Musical com um lounge maravilhoso de make e perfume, a editora CEPE com uma instalação, a TNT com um bar de drinks incrível e por aí vai.
TMDQA!: O line-up do festival vai do indie de bandas como Raça e Terno Rei até o caldeirão de sonoridades da MC Tha e a irani-holandesa Sevdaliza. Como você vê a música nacional e mundial hoje em dia e onde entende que está o ponto comum que liga todos esses artistas a festivais como o seu?
Ana Garcia: Acho que estamos vivendo um dos nossos melhores momento da música, especialmente a música nacional. É difícil fazer uma curadoria hoje em dia porque são tantas bandas incríveis lançando discos e rodando, tocando e fazendo acontecer não importa a situação política e econômica. Estamos sabendo nos virar na crise, sempre brinco que é porque sempre estivemos na crise! Temos procurado trazer cada vez mais artistas de nicho para o festival, no ano passado foi a Azealia Banks e este ano a Sevdaliza. Todos tem um público de nicho ávido e temos que manter esse público animado, porque são eles que fazem campanhas no twitter, pedem bandas e participa mesmo. Acho que também estamos sempre tentando estar conectados com o que rola no mundo e a música eletrônica, por exemplo, tem ocupado cada vez mais os palcos.
TMDQA!:Além da parte musical, o No Ar Coquetel Molotov também promoverá uma agenda de painéis, palestras e rodadas de negócios; o que podemos esperar dessa iniciativa?
Ana Garcia: Sempre tentamos armar palestras e oficinas pré festival, mas no ano passado realizamos o nosso primeiro Coquetel Molotov Negócios. Percebemos a dificuldade das bandas locais e principalmente do interior em rodar, participar das feiras e conhecer pessoas que podem mudar a sua visão sobre o mercado da música. Então, decidimos trazer as pessoas para cá e fomos os primeiros a realizar pitchings na cidade! Foi muito positivo e este ano iremos fazer uma edição mais enxuta já que em breve teremos o importante Porto Musical. Então, estamos trazendo pela primeira vez o Facebook / Instagram, teremos conversa com diversos jornalistas (incluindo vocês!), teremos o Departameme de Aslan Cabral com a Irmã Zuleide e encontros especiais. Estou louca para o encontro que teremos com a voz da periferia com Luiz Lins, Bione, Ojuara do 9k porque eles tem uma relação com o mercado da música muito diferente da nossa. Luiz Lins tem vídeos com milhões de acesso e os nossos indies não chegam nem perto disso. Temos muito o que aprender com isso.