Nem tudo na vida dos músicos é uma maravilha.
Em ótima entrevista de 2017 ao El País, Nick McCarthy, ex-guitarrista do Franz Ferdinand, contou mais sobre a vida na banda. Ele deixou o grupo de sucesso em 2016, e desde então tem aproveitado um outro lado da vida, sem a fama que o acompanhava e fazendo coisas que parecem simples mas acabaram tendo toda diferença em sua vida:
Agora vou a hotéis onde podemos abrir as janelas. Os aviões, os ônibus das turnês… Passava o dia em lugares com ar condicionado. Sempre em espaços fechados. Era tudo muito artificial. Isso é refrescante.
Com essa declaração, Nick resume bem o sentimento de pertencer a uma banda famosa. Donos do hit “Take Me Out” entre outros que marcaram o indie rock dos anos 2000, o Franz Ferdinand já participou de inúmeros festivais pelo mundo – inclusive no Brasil – e certamente teve que lidar com situações onde o carinho dos fãs acaba sobrecarregando os artistas.
Saída do Franz Ferdinand e novo projeto
Como dissemos, Nick deixou o Franz Ferdinand em 2016. A saída foi amigável, e, na entrevista, ele deixou os motivos bem claros. Não foi nenhum problema pessoal: as relações entre os membros, como quaisquer outras, se desgastam. A diversão vai acabando.
Além disso, as famílias vão se formando – Nick já tem dois filhos com Manuela Gernedel, sua esposa há 14 anos. Hoje em dia, inclusive, seu projeto musical é com ela. Chamando-se simplesmente de Manuela, o duo apresenta uma sonoridade bem menos ambiciosa, mais intimista, e talvez até mais sincera.
A saída do grupo escocês, no entanto, pode ter sido apenas temporária. Para a banda, seria ótimo tê-lo de volta. Desde sua saída, ele mesmo percebeu que o Franz Ferdinand não conseguiu substituí-lo: “eles contrataram duas pessoas para fazer minha função ao vivo. É bom saber que você vale por dois”.
Ele ainda trabalha no projeto Box Codax, ao lado de Alexander Ragnew.
Confira abaixo mais um trecho da entrevista falando da decisão de deixar o grupo e o clipe de “Supermarket”, lançado em 2017 por Manuela.
Deixá-los foi complicado, mas as bandas envelhecem quando se estendem demais, e eu sentia que isso acontecia conosco. Sempre pensei que um grupo dura cinco anos, e eu já estava com eles três vezes mais tempo. Sempre saindo com os mesmos caras, fazendo a mesma coisa. Durante uma época foi muito divertido, mas já não é tanto. Sou mais de projetos coletivos, nos quais as pessoas entram e saem, que de bandas fechadas. Existem vários músicos maravilhosos por aí. Além disso, montei um estúdio em Londres. Justo quando terminei, me chamaram para preparar o novo disco. Tinha que ir a Glasgow, e já tenho dois filhos…