Deftones: um ranking do pior ao melhor disco

Já que Chino Moreno anunciou que o disco novo do Deftones sai em 2020, resolvemos rankear os oito discos de estúdio já existentes da banda. Confira!

Deftones

O nu metal surgiu para aqueles jovens perdidos no final dos anos 90 que não abraçavam o grunge como identidade mas ainda queriam pertencer à música pesada. Bandas como o KoRn deram voz a essas pessoas, e abriram caminho para grandes outros grupos como o Linkin Park.

Entre os pioneiros do nu metal está, sem dúvidas, o Deftones. O vocalista Chino Moreno anunciou recentemente que os californianos já têm material suficiente para um novo disco de estúdio e confirmou sua data de lançamento para 2020. Segundo ele, o trabalho será lançado “o mais rápido possível”.

Por isso, resolvemos revisitar a discografia riquíssima da banda. Logo abaixo, você confere um ranking do pior ao melhor álbum dos caras!

 

Saturday Night Wrist (2006)

Deftones - Saturday Night Wrist

A metade dos anos 2000 foi um período complicadíssimo para o Deftones, que culminou com um acidente de carro horrível envolvendo o baixista Chi Cheng em 2008; ele ficaria em estado de consciência mínima por um bom tempo. Por fim, Chi faleceu em 2013. Antes disso, no entanto, deixou um último legado com seus companheiros.

Saturday Night Wrist tem todo o valor simbólico de ser o último trabalho do baixista, mas ainda assim é a obra mais fraca da banda. Mesmo sendo maçante ouvi-lo na íntegra, há bons momentos como a poderosa “Hole in the Earth” e a interessante “Mein”. A experimentação do disco também traria frutos no futuro, guiada por faixas como “Xerces” e “Rivière”.

Deftones (2003)

Deftones

Depois do sucesso de White Pony, álbum que fez a banda decolar de vez, a pressão chegou. E a consequência disso foi um disco homônimo que viu faixas impressionantes como “Hexagram” e “When Girls Telephone Boys” sendo ofuscadas por algumas esquecíveis como “Battle-axe” e “Moana”.

Mais uma vez, é válido destacar que algumas das experimentações desse disco acabaram sendo aperfeiçoadas no futuro. É o caso de “Minerva”, a música mais longeva da obra, e de “Anniversary of an Uninteresting Event”, que foram abrindo alas para a sonoridade que apareceria nos trabalhos subsequentes.

Gore (2016)

Deftones - Gore

Quando lançado, Gore mostrou uma mudança bem drástica na sonoridade do Deftones. Nada que os fãs nunca tivessem visto antes, claro. Mas as novas escolhas de timbres e texturas causaram certo estranhamento e, para alguns, a banda perdeu um pouco sua identidade. Isso é bastante visível em “Hearts/Wires” e “Phantom Bride”, que traduzem bem a abordagem adotada no trabalho.

A tendência é que, com o passar do tempo, Gore seja lembrado como aquele disco que saiu um pouco da curva para mostrar alguns lados mais ocultos dos caras. É injusto, no entanto, desvalorizar músicas como “Prayers/Triangles” e “Doomed User”, que mostram um resgate das origens em uma nova roupagem.

Adrenaline (1995)

Deftones - Adrenaline

Musicalmente falando, o Adrenaline é possivelmente o disco menos interessante. No entanto, uma obra que capturava tão bem a essência do nu metal bem antes do “boom” do gênero não pode passar despercebida.

Canções como “Bored”, “7 Words” e “Engine No. 9” viraram hinos de uma geração e ditaram o caminho para quem veio depois. Sem medo de misturar a música pesada a gêneros como o skate punk e o gangsta rapAdrenaline é indispensável em qualquer papo sobre nu metal.

Koi no Yokan (2012)

Deftones - Koi No Yokan

A pedrada “Swerve City” já é uma bela mensagem de boas-vindas para quem escuta Koi no Yokan. O álbum de 2012 condensou as experimentações que vinham desde o homônimo de 2003, na tentativa de replicar o White Pony. Canções como “Entombed” e “Tempest” mostraram, no entanto, que a banda encontrou uma nova e ótima direção.

Koi no Yokan ainda traz algumas das canções mais pesadas da carreira dos caras, porém sempre acompanhada de vocais etéreos. Além da faixa de abertura, outras como “Leathers” e “Gauze” chamam bastante atenção.

Diamond Eyes (2010)

Deftones - Diamond Eyes

Reinvenção. Depois de alguns anos complicados e em queda, o Deftones mostrou que ainda tinha muito a oferecer. O acidente de Chi Cheng fez com que o disco que vinha sendo escrito, Eros, fosse arquivado. Com a chegada de Sergio Vega, no entanto, o cenário mudou novamente e a banda fluiu e lançou o incrível Diamond Eyes.

A faixa-título resume a nova proposta do grupo, evidenciando os novos e belos timbres adotados. Diamond Eyes reúne ainda algumas das melhores faixas da carreira do Deftones, que conseguiram resgatar a proposta sensual de alguns momentos do White Pony. É o caso, obviamente, de “Sextape” – mas também da groovada “Beauty School”. Já a intensidade também esteve presente, com a agressiva “Rocket Skates” e com as ótimas “Royal” e “CMND/CTRL”.

Around the Fur (1997)

Deftones - Around The Fur

É difícil demais imaginar que uma música pesada possa soar sensual. Talvez essa tenha sido a grande inovação que Around the Fur trouxe, quando canções como “My Own Summer (Shove It)” e “Mascara” mostraram esse lado “sexy” da banda, evidenciado constantemente pelos vocais suaves e quase sussurrados de Chino Moreno em meio a instrumentais violentos.

Além disso, o disco ainda tem dois dos maiores hinos do nu metal. A incrível “Headup”, por exemplo praticamente resume o gênero em uma canção. Condensando influências do raphardcore e muito mais, a música ainda tem a presença de Max Cavalera. A outra é “Be Quiet and Drive (Far Away)”, que virou um clássico após trazer certos elementos do rock alternativo e criar uma sonoridade única.

White Pony (2000)

Deftones - White Pony

White Pony é – e sempre será, provavelmente – a obra prima do Deftones e de toda uma geração. Um dos discos mais influentes do milênio, ele resume e condensa tudo que a banda era até então. Aliás, foi através da tentativa (falha) de replicá-lo nos álbuns subsequentes que os caras conseguiram chegar a uma nova (e ótima) identidade em Diamond Eyes.

Todas as características que marcam a carreira do Deftones permeiam o disco. O peso e a agressividade são evidenciados em “Back to School – Mini Maggit” e “Elite”; a sensualidade aparece forte em “Digital Bath”, “Rx Queen” e “Change (In the House of Flies)”; a sonoridade etérea e espiritual se traduz perfeitamente em “Passenger” (que ainda tem participação de Maynard James Keenan, do TOOL A Perfect Circle) e “Knife Prty” e a experimentação de “Pink Maggit” fecha o White Pony com chave de ouro.

A boa notícia é que Chino já comparou o novo trabalho ao disco de 2000. Estamos ansiosos!