Supergrupos sempre foram um conceito complicado. Muitas vezes, acabam comprovando que não adianta só juntar duas (ou mais) coisas ótimas para surgir algo incrível. No entanto, quando dá certo, costuma dar muito certo — é o caso do Them Crooked Vultures.
Em 2009, um trio de grandes nomes do rock se juntaria para formar o que está na história como um dos maiores supergrupos que já existiram. A trajetória, no entanto, parece ter começado em 2005. Dave Grohl (Foo Fighters, Nirvana) contou, à época, em entrevista à Mojo:
O próximo projeto que eu estou tentando iniciar envolve eu na bateria, Josh Homme na guitarra e John Paul Jones tocando baixo.
E assim foi. Josh Homme (Queens of the Stone Age, Desert Sessions) e John Paul Jones (Led Zeppelin) se juntaram a Grohl e surgiu o Caligula — que mudaria de nome para Them Crooked Vultures quando estes descobriram que o nome escolhido não estava disponível.
Em 26 de Outubro de 2009, depois de poucos meses em estúdio (os relatos dizem que as gravações começaram em Julho), o TCV lançava seu primeiro single: “New Fang”.
Them Crooked Vultures
Vale ressaltar que, antes mesmo de lançar seu primeiro single, a histeria pela banda já era notável. Em Setembro, divulgaram a turnê Deserve the Future — única até o momento — e os shows no Reino Unido esgotaram imediatamente. Foram só 12 minutos de vendas!
O TCV correspondeu a todas as (enormes) expectativas. Em 16 de Novembro, após ter divulgado o single “Mind Erases, No Chaser” 13 dias antes, o trio lançou o disco Them Crooked Vultures que recebeu notas bem positivas de críticas e, principalmente, grande aceitação dos fãs.
Com 13 faixas, o álbum desenvolveu algumas das canções mais interessantes da carreira dos três membros até hoje. A enérgica e groovada “Elephants” e a confusa e sensual “No One Loves Me & Neither Do I” são só dois exemplos disso.
Sonoridade do TCV
A verdade é que o TCV soa como uma condensação dos elementos que caracterizam cada uma das respectivas bandas. “Gunman”, por exemplo, traz uma enorme influência do som do Queens of the Stone Age; por outro lado, “Scumbag Blues” já soa mais como uma modernização do Led Zeppelin.
Apesar de todos os três serem gigantes da indústria, vale ressaltar que Josh Homme acabou tomando a frente do projeto. Grohl pareceu respeitar seu espaço como baterista — e não frontman — e John Paul Jones também se manteve em segundo plano, explorando mais a sua criatividade incrível no baixo e em outros instrumentos e menos a sua imagem. O conflito de egos foi deixado de lado para criar o melhor disco já feito por um supergrupo.
Relembre abaixo!
Reunião
Após o hype do primeiro álbum, os integrantes falavam constantemente sobre um possível segundo trabalho. Infelizmente, ele ainda não saiu do papel, mesmo com JPJ tendo dito que o trio iria ao estúdio “muito em breve”.
A partir de 2012, no entanto, os rumores esfriaram e a banda aceitou o hiato. Agora, a boa notícia é que parece que o Them Crooked Vultures está mais perto do que nunca de voltar. Como te contamos por aqui, Dave Grohl disse, em Agosto:
Tecnicamente, ainda somos uma banda. Nós ensaiamos uma vez a cada década, e estamos entrando em mais uma década, não estamos? Não tenho nenhuma novidade oficial, mas há sempre algo no forno.
Claro que esse papo desencadeou uma expectativa, e Josh Homme foi obrigado a esclarecer algumas coisas. Ele deixou claro que reunir a banda “faz parte do papel do Dave”, como te contamos no início deste mês.
O fato é que o momento nunca esteve melhor. Com os três projetos principais do músico sem grandes lançamentos nos últimos tempos, o aniversário de 10 anos do álbum e o sucesso das recentes reuniões da música, o contexto é perfeito.
Volta, TCV!