"Escape": novo disco da Versalle narra trajetória de autoconhecimento e superação

Banda rondoniense Versalle construiu narrativa de seu novo disco de estúdio através de uma viagem introspectiva de busca por si mesmo. Veja o faixa a faixa.

Versalle
Foto: Divulgação

O grupo Versalle saiu de Porto Velho e ganhou projeção nacional após sua participação no reality musical SuperStar, da TV Globo.

Formada por quatro amigos, a banda sempre foi motivada pela vontade de fazer algo diferente. Inicialmente uma banda cover de Queens Of The Stone Age e The Killers, o grupo logo passou a se aventurar nas composições do vocalista Criston Lucas. Aos poucos, foram desenvolvendo sua própria sonoridade, que fez com que logo ganhassem destaque na cena local.

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Em seu currículo, a banda tem lançado o álbum Distante Em Algum Lugar, que ganhou destaque em 2015. Agora, quatro anos após o disco de estreia, a banda deu o próximo passo com Escape. Lançado recentemente, o disco conta com oito faixas novas, que montam uma narrativa cativante.

 

Faixa-a-faixa

Como um disco que conta com uma interessantíssima narrativa, fizemos um faixa-a-faixa  para ajudar você, caro leitor, a entrar conosco no universo de Escape.

Confira abaixo e escute o disco na íntegra, localizado no final da matéria:

1. Tarde Cinza”

Uma introdução intimista ao som de sintetizadores que mesclam a sensação de uma tarde cinza com uma noite chuvosa em uma cidade grande. Persistente, o eu-lírico ainda insiste em ver o pôr-do-sol com a pessoa desejada.

2. “Algum Tempo Atrás”

A atmosférica sensação nostálgica do início da faixa logo cresce e se torna uma agitada faixa de rock recheada de riffs de guitarra. No entanto, chega-se ao consenso de que estamos apenas do começo do fim (ou no fim do começo). A questão é: ainda há muito a se viver, por mais primoroso que tenha sido o passado e por mais nebuloso que o tempo esteja agora.

3. “Soma”

A agitação dá uma nova pausa para focar no discurso do vocalista Criston Lucas sobre a importância da união. A faixa conta com a participação de Cris Botarelli (Far From Alaska), e se desenvolve de forma a desaguar com tudo em sua parte final, onde o instrumental ganha mais força, com direito a um belo solo de guitarra. A frase “Eu só queria mais”, repetida várias vezes durante o final, promove reflexão.

4. “Sinestesia”

Sinestesia é relação entre diferentes planos sensoriais. De fato, a audição, com o delay da guitarra em uma pegada lo-fi, associada à lentidão da letra e seu crescimento, toca a alma. A faixa “endurece” e nos serve como uma espécie de armadura. “Seremos fortaleza”, encerra.

5. “O Pássaro”

O baixo marcante, com a ajuda de uma linha dançante de guitarra, ajuda a introdução da faixa a anunciar um novo momento do disco. Intensa, a canção (conforme a própria letra fala) atravessa o tal céu cinza (lembram da tarde da faixa de abertura?) e mostra um lado mais solar da musicalidade da banda, protagonizado por um pássaro que voa mais além.

6. “Porto”

Após enxergar o mundo através do ponto de vista de um pássaro, a nostalgia volta com tudo. O porto agora é o cenário em que o eu-lírico enxerga o céu. Há toda a questão da saudade, que já foi abordada anteriormente. A triste hora de partir fica marcada por uma marcante guitarra rítmica.

7. “Essa Noite”

Após aceitar e se despedir de vez do passado, o eu-lírico se volta para o presente. A vontade de viver o momento com alguém ao lado é gigante. Mais do que o presente, o insistente protagonista pensa também no futuro e na importância de aproveitar a vida ao lado de pessoas amadas.

8. “Luz”

“Eu vou percorrer a estrada que há em mim”. Mais do que uma metáfora, a faixa final do disco, já divulgada anteriormente, versa sobre autoconhecimento. É preciso coragem e vontade para viver, e é exatamente isso que a narrativa do disco nos mostra. O processo inclui reconhecer a importância do passado e entender seu lugar no mundo. Do início ao fim de Escape, vemos que o protagonista enfrentou um nebuloso céu para finalmente encontrar a luz.

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