As homenagens ao apresentador Gugu Liberato não param de aparecer e agora foi a vez de Nando Reis.
Em sua conta oficial do Instagram, o ex-integrante dos Titãs fez um longo texto falando sobre os programas de auditório como os que Gugu apresentou, e relembrou uma passagem pra lá de bizarra da banda na TV.
Enquanto ainda apresentava o “Viva a Noite”, o jovem apresentador tinha um quadro chamado “Sonho Maluco” e seu nome define bem do que se tratava a atração.
Na participação dos Titãs para divulgar o disco Televisão, a banda realizou um sonho bizarro de uma fã/telespectadora que gostaria de ser salva pelos integrantes do grupo de uma aranha gigante (!) no centro de São Paulo (!!).
Como bem explicou Nando, um trecho disso aparece no documentário A Vida Até Parece Uma Festa, sobre a banda, e você pode ler o primeiro trecho da descrição de Nando logo abaixo:
Quando soube ontem que Gugu Liberato havia se acidentado gravemente, imediatamente voltei para o ano de 85. Havíamos lançado nosso segundo Lp ‘Televisão’, e no próprio título do disco declarávamos nosso paixão pela TV. Desde sua gênese, os Titãs queriam ir para os ‘programas de auditório’. Nos anos 80, não havia melhor lugar para as bandas de rock divulgarem seu trabalho do que esses incríveis programas, onde se apresentavam calouros junto com músicos profissionais. Nossa estreia na telinha foi cantando ‘Sonífera Ilha’, no programa Raul Gil. Passamos por todos: Chacrinha, Bolinha, Silvio Santos, Raul Gil, Barros de Alencar, Hebe Camargo— mas foi no ‘Viva a Noite’ apresentado por Gugu, especificamente no quadro ‘Sonho Maluco’, que vivemos o momento mais surreal e emblemático do que era estar na TV. Num arranjo entre a gravadora e a produção uma telespectadora fã, ‘escreveu uma carta dizendo que seu sonho era ser salva pelos Titãs do ataque de uma aranha gigante que pendurada numa teia em pleno Viaduto do Chá, no centro de São Paulo’. A esdrúxula missão foi executada heroicamente por nós 8, e narrada de forma dramática pelo jovem apresentador. Depois do êxito da empreitada, encerramos o programa fazendo a dança do pintinho com Gugu. Há trechos dessa pérola no documentário ‘A Vida Até Parece Uma Festa’.
Nando Reis, Nostalgia e Emoção
Depois de descrever a peripécia, o músico seguiu falando a respeito e se emocionou ao relembrar tempos de ouro vividos principalmente nas décadas de 80 e 90:
Agora, ao receber a notícia de sua morte, uma tristeza perpassa meu coração.
Vai junto com a vida de Gugu uma parte da minha história, da história da TV, da história do Brasil. Ficará para sempre em meu coração a lembrança das horas de espera nos camarins, da loucura dos playbacks e das chacretes/boletes/guguzetes; das fitas de VHS onde as imagens gravadas por minha mãe já não têm cor. São só chiados, riscos verticais e horizontais, que o bombril na antena tenta organizar, mas que se vão pelo tempo, o tempo, tempo, tempo.
Deixo aqui com essas palavras minha homenagem ao Gugu Liberato, minhas condolências à família, e meu muito obrigado por ter dado espaço para a nossa música.
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