A jornada do Keane até aqui foi longa e cheia de obstáculos. Depois de colocar alguns hits nas paradas e lançar um punhado de discos, a banda chegou ao fim em 2014 para voltar só em 2018. Se os ingleses tinham dúvidas da fidelidade de seus fãs durante todo esse tempo, agora não têm mais.
O grupo lançou seu quinto disco de estúdio, Cause and Effect, em 2018, e continua em turnê para divulgá-lo ao redor do mundo. Uma das paradas foi o Brasil, com um show único que aconteceu em São Paulo, no Espaço das Américas, no último domingo (1). O que vimos por lá foi impressionante, e temos certeza que Tom Chaplin (vocal), Tim Rice-Oxley (teclado), Richard Hughes (bateria) e Jesse Quin (baixo) pensam o mesmo.
Na grade do local, fãs se apertavam para ficar do palco e carregavam cartazes, faixas na cabeça e tudo que tem direito. A verdade é que, desde Under the Iron Sea (2006), o Keane nunca mais emplacou um hit de fato — mas sua base de fãs continuou os acompanhando e consumindo todos os discos que vieram depois. Essa base ser tão grande no Brasil foi a grande surpresa do dia.
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O grupo inglês chegou com calma ao palco, sem grandes alardes. Antes mesmo de começar a tocar, o vocalista Tom Chaplin se apresentou, cumprimentou o público e mostrou desde o começo que não esperava tanta gente e tanto barulho.
O show abriu com “Disconnected”, do disco Strangeland (2012), o último lançado antes do hiato. A partir daí, foram poucas as músicas que os fãs não cantaram a plenos pulmões. Um dos momentos de mais emoção foi durante “Everybody’s Changing”, um dos maiores hits da banda e presente no disco de estreia Hopes and Fears (2004). Andando pela plateia do Espaço das Américas, foi possível ver muita gente cantando alto, chorando, abraçando os amigos e, assim como nós, relembrando essa fase tão gostosa da música — que saudades dos anos 2000, não é mesmo?
Na interação com os fãs, Chaplin fez questão de se esforçar ao máximo para mostrar que os ama de volta. Os músicos ficaram impressionados com os coros de “Olê, olê, olê, Keanê, Keanê” — inclusive achando graça da pronúncia do nome da banda –, além de ouvirem seus nomes serem gritados, um a um, em vários momentos. O vocalista declarou que sentiu falta de tocar no Brasil, mas também ficou claro que esse foi o maior show dos caras por aqui até então.
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Todo brincalhão, Tom traduziu o nome da música “Put the Radio On” como “Liga o Radinho”, fazendo todo mundo rir. Mas nem só de humor foi feita sua performance — do alto de seus bem vividos 40 anos, Chaplin mostrou que a voz continua potente e em dia, sem perder o fôlego mesmo enquanto dançava e corria pelo palco.
Se o Keane já parecia bem disposto a voltar mais vezes antes deste show, agora fica a certeza de que a banda baterá ponto no Brasil muito em breve. E que sorte a nossa!
Ah, um aviso: conversamos com o baterista Richard Hughes minutos antes do show, e o nosso papo estará aqui no TMDQA! em breve, fique ligado(a)!
Galeria de fotos e setlist – Keane em São Paulo
- Disconnected
- Bend and Break
- Silenced by the Night
- Phases
- Put the Radio On
- Everybody’s Changing
- Is It Any Wonder?
- Strange Room
- Leaving So Soon?
- Stupid Things
- She Has No Time
- Spiralling
- Perfect Symmetry
- Try Again
- Nothing in My Way
- You Are Young
- A Bad Dream
- Love Too Much
- This Is the Last Time
- Bedshaped
- The Way I Feel
- Somewhere Only We Know
- I Need Your Love
- The Lovers Are Losing
- Crystal Ball
- Sovereign Light Café