Os 50 melhores discos internacionais de 2019

Lana Del Rey, Billie Eilish, Lizzo, Rival Sons, City And Colour, Vampire Weekend e mais: 2019 mostrou que o disco vive muito bem, obrigado.

Os 50 melhores discos internacionais de 2019

25 – Sharon Van Etten – Remind Me Tomorrow

Sharon Van Etten - Remind Me Tomorrow

O quinto disco de estúdio de Sharon Van Etten veio em um dos momentos mais movimentados de sua vida: a cantora estava grávida da sua primeira criança, estudando psicologia, atuando na série The OA e ainda aparecendo ocasionalmente em Twin Peaks.

Ainda assim fez um dos seus melhores trabalhos e nos brindou com algumas das melhores composições de toda carreira.

 

24 – Kim Gordon – No Home Record

Kim Gordon - No Home Record

Apesar dos quase 40 anos de carreira, No Home Record é o primeiro álbum solo de Kim Gordon, vocalista e baixista do influente Sonic Youth. Produzido por Justin Raisen, o registro foi inicialmente idealizado há alguns anos, após a dupla se conhecer através de uma hospedagem de Airbnb (!), e resultou, logo de primeira, na excelente “Murdered Out”.

Pautado principalmente no experimentalismo, No Home Record é disruptivo do início ao fim e traz Kim Gordon em uma de suas melhores fases como artista.

 

23 – The Raconteurs – Help Me Stranger

The Raconteurs - Help Us Stranger

Pouco mais de dez anos após o lançamento de Consolers of the Lonely, o Raconteurs presenteou os fãs com seu terceiro disco, Help Us Stranger.

Revelando mais uma vez o potencial artístico de Jack White e Brendan Benson juntos, o álbum foi inteiramente composto por ambos e bebe diretamente da fonte do rock clássico, com claras referências aos Beatles e aos anos 60, mas sem deixar de lançar mão de influências atuais do rock alternativo. O resultado se traduz em 41 minutos de arranjos impecáveis, riffs agressivos e a certeza de que o Raconteurs é uma banda necessária pra cena musical até os dias de hoje.

 

22 – FKA Twigs – Magdalene

FKA Twigs - Magdalene

FKA Twigs surgiu em 2014 com seu disco de estreia e LP1 teve um impacto tão grande que está inclusive aparecendo nas listas de melhores discos da década.

Seu sucessor, Magdalene, vem 5 anos depois para consolidar a cantora e compositora britânica Tahliah Debrett Barnett como uma das mais interessantes de sua geração.

 

21 – Strange Ranger – Remembering The Rockets

Strange Ranger - Remembering The Rockets

Mestres na arte de fazer rock alternativo ensolarado e descompromissado, os caras do Strange Ranger lançaram seu terceiro disco de estúdio em 2019 (terceiro se considerarmos o período em que eram conhecidos como Sioux Falls) e mostraram que, inclusive, podem flertar com o pop sem perder a essência.

 

20 – Purple Mountains – Purple Mountains

Purple Mountains - Purple Mountains

Purple Mountains é o nome do projeto fundado por David Berman em 2019 e, infelizmente, o músico e poeta teve pouquíssimo tempo de nos mostrar suas ideias recentes.

Em 1989 o influente artista fundou a banda Silver Jews ao lado de ninguém menos que Stephen Malkmus e Bob Nastanovich, que formariam o Pavement.

Apesar de ter vindo antes, o grupo de Berman passou a ser visto como um “projeto paralelo” do Pavement e ele acabou se tornando o único membro constante até o fim em 2009.

Dez anos depois, em 2019, David montou o Purple Mountains para finalmente seguir em frente com a carreira e lançou um disco homônimo em julho, mas infelizmente poucos dias depois foi encontrado morto em seu apartamento em Nova York, aos 52 anos de idade, após suicídio.

O que restou foi Purple Mountains, um registro incrível de um artista que tanto deu ao rock alternativo.

 

19 – Fontaines D.C. – Dogrel

Fontaines D.C. - Dogrel

Mais uma estreia aparece aqui na lista e o primeiro disco dos irlandeses do Fontaines D.C. é um trabalho incrível.

Dogrel reflete a angústia e as preocupações da nova juventude do Reino Unido quanto a assuntos políticos e sociais, transformando e letras e canções do pós-punk sentimentos que gostariam de transmitir ao mundo.

O resultado veio com 11 canções e quase 40 minutos de um registro histórico da Europa em 2019.

 

18 – Deerhunter – Why Hasn’t Everything Already Disappeared?

Deerhunter - Why Hasn't Everything Disappeared?

Melancolia, arte e uma viagem ao passado para retratar o presente fazem parte do oitavo disco de estúdio da banda que recrutou nomes como a ótima Cate Le Bon para passar a mensagem do seu mais recente título ao mundo.

 

17 – Better Oblivion Community Center – Better Oblivion Community Center

Better Oblivion Community Center

O ano de 2019 começou com uma bela surpresa lá em Janeiro já que Phoebe Bridgers e Conor Oberst (Bright Eyes) resolveram se juntar no projeto Better Oblivion Community Center.

O resultado veio com um disco de estreia que nos brindou com dez faixas repletas de grandes vocais, melodias e um encontro que parece ter demorado demais para acontecer.

 

16 – American Football – American Football

American Football - American Football

Após uma recepção morna de seu disco de retorno, o American Football parece ter finalmente encontrado seu rumo com seu terceiro disco homônimo.

Além de seu característico som puxado fortemente para gêneros musicais mais melódicos como o Emo e o Math Rock, a banda também incorporou uma sonoridade atmosférica beirando o ambiente e o dream pop. As parcerias com nomes como Hayley Williams e Rachel Goswell são uma interessante mudança de águas para a banda, e pequenos detalhes de produção — como a introdução de corais e novos instrumentos — mostram que a banda está renovada e, ousamos dizer, em sua melhor fase.

 

15 – Oso Oso – Basking In The Glow

Oso Oso - Basking In The Glow

Para quem gosta de pop punk, poucos discos lançados este ano são tão satisfatórios quanto Basking In The Glow — nas dez músicas do trabalho, Jade Lilitri dá uma aula de composição através de canções nostálgicas e totalmente viciantes.

Do começo ao fim, o disco é repleto de letras memoráveis e, passadas as primeiras impressões, a profundidade de cada faixa vai ficando cada vez mais aparente.

 

14 – The National – I Am Easy To Find

The National - I Am Easy To Find capa

Pouco tempo após o lançamento de Sleep Well Beast, o The National foi convencido pelo diretor Mike Mills a voltar ao estúdio para um projeto colaborativo que acabou virando I Am Easy To Find.

Pela primeira vez na carreira do grupo, Matt Berninger divide seu espaço ao microfone com cantoras como Sharon Van Etten, Gail Ann Dorsey e Lisa Hannigan em músicas que exploram temáticas já conhecidas do trabalho do grupo, mas que ainda mantém um nível altíssimo de qualidade.

O ponto alto, porém, veio com um filme emocionante e incrível que acompanhou o álbum e o transformou ao mostrar o nascimento, vida e morte de uma mulher interpretada por Alicia Vikander.

 

13 – Big Thief – U.F.O.F.

Big Thief - U.F.O.F.

Com pouquíssimo tempo de carreira, a banda norte-americana Big Thief conseguiu um feito daqueles.

Na ativa desde 2015, o quarteto indie/folk resolveu lançar dois discos em 2019 e ambos são alguns dos principais destaques do ano.

O primeiro deles, U.F.O.F., veio em Maio e mostrou pérolas como a faixa título.

 

12 – Bruce Springsteen – Western Stars

Lançar um disco por si só pode parecer algo ultrapassado em 2019. O artista precisa ir além do lançamento e estender-se às mais variadas mídias, como fez Bruce Springsteen em Western Stars. Junto ao disco, o cantor estreou e dirigiu um documentário, com direito a uma performance do disco na íntegra. No álbum, rock e country se encontram em uma junção que soa bastante natural e épica.

Não à toa, é um dos melhores lançamentos de Bruce nas últimas décadas.

 

11 – Lizzo – Cuz I Love You

Lizzo - Cuz I Love You

Em um ano em que as grandes divas pop ficaram longe dos palcos, novas artistas emergentes conseguiram um espaço merecido. Uma dessas artistas é Lizzo, que conquistou o mundo com seu terceiro disco de estúdio, intitulado Cuz I Love You.

O lançamento, que concorre ao Grammy de Álbum do Ano, traz mais do que uma bem-produzida sonoridade pop/R&B. A figura de cantora, enquanto negra e plus-size, é pauta importantíssima para a nossa sociedade.

 

10 – Helado Negro – This Is How You Smile

Helado Negro - This Is How You Smile

Helado Negro é o nome do projeto do músico norte-americano Roberto Carlos Lange, filho de equatorianos que nasceu na Flórida e mora no Brooklyn.

This Is How You Smile é seu sexto disco de estúdio e aqui ele parece ter chegado ao auge das suas composições, transportando o ouvinte para lugares incríveis com canções que variam entre o folk, indie e synth.

 

9 – City And Colour – A Pill For Loneliness

City and Colour - A Pill for Loneliness

Dallas Green chegou a sexto disco de estúdio do projeto City And Colour em 2019 e o fez com uma habilidade incrível.

Lançando A Pill For Loneliness pelo seu próprio selo, o músico canadense apresentou uma nova sonoridade inspirada nos seus clássicos, arriscando com arranjos mais complexos, novas camadas e um quê experimental que caiu bem demais como em canções como a épica “Strangers”.

 

8 – Rival Sons – Feral Roots

Rival Sons - Feral Roots

Sexto álbum em estúdio do Rival Sons, Feral Roots dá continuidade à excelente trajetória da banda e apresenta, mais um vez, um disco de blues rock altamente enérgico pra ninguém botar defeito, consolidando o grupo como um dos grandes destaques do gênero atualmente.

O diferencial, porém, está nos elementos de folk, soul e gospel que se entremeiam aos vocais e à interpretação sempre emocionantes de Jay Buchanan, dando uma guinada interessantíssima à nova fase do grupo.

 

7 – Vampire Weekend – Father Of The Bride

Vampire Weekend - Father of the Bride

Após o alcance e os elogios unânimes de Modern Vampires of the City (2013), as expectativas estavam altas para o próximo disco que o Vampire Weekend iria lançar. Mas em vez de apostar novamente nas melodias e letras introspectivas de seu trabalho anterior, Father Of The Bride soa muito mais “caótico” e desorganizado.

Liderada por Ariel Rechtshaid e Ezra Koenig, a produção do disco faz homenagens a jam bands em faixas como “Harmony Hall” e “Sunflower” ao mesmo tempo em que não abandona baladas mais convencionais como “Unbearably White” e “We Belong Together”. Ao todo, o trabalho é diversificado e pode até ser desorganizado — mas o resultado é cativante.

 

6 – Ariana Grande – thank u, next

Ariana Grande - thank u, next

Lançado apenas seis meses (!) após Sweetener, vencedor do Grammy de “Melhor Álbum Pop” em 2018, thank u, next, de Ariana Grande, chegou com o pé na porta no início de 2019. O registro é o quinto em estúdio da artista e revela uma mistura competente de r&b e pop embalada pelos impecáveis vocais da cantora que, desta vez, brilha inteiramente sozinha durante as 12 faixas. thank u, next traz, além do hit homônimo, outras canções de sucesso, como “7 rings” e “break up with your girlfriend, i’m bored”, trinca que alcançou as primeiras posições da Billboard Hot 100 simultaneamente no início deste ano.

 

5 – Big Thief – Two Hands

Big Thief - Two Hands

Se gravou U.F.O.F. no nublado e úmido estado de Washington, no Noroeste dos Estados Unidos, o Big Thief decidiu ir para o ensolarado e quente estado do Texas trabalhar rapidamente no seu sucessor, Two Hands.

Com discos que são visto como “irmãos”, a banda também deixou o ambiente influenciar cada um deles e o mais recente, quinto na nossa lista, deixa transparecer as intenções do grupo em canções mais “sujas” e com quê de gravação ao vivo.

 

4 – Nilüfer Yanya – Miss Universe

Nilüfer Yanya - Miss Universe

Uma das gratas surpresas de 2019, a jovem artista britânica Nilüfer Yanya lançou seu disco de estreia, Miss Universe, e mostrou que tem potencial para ser um dos nomes fortes dos próximos anos.

Com um caldeirão de influências que vão desde a música turca e à música clássica, escutada em casa por influência dos pais, ela apresentou uma mistura de rock alternativo, indie e pop interessantíssima com uma voz característica e 17 faixas.

 

3 – Billie Eilish – When We All Fall Asleep, Where Do We Go?

Billie Eilish - When We All Fall Asleep, Where Do We Go?

Definitivamente a estreia do ano, o primeiro álbum da jovem Billie Eilish é um dos discos mais importantes de toda década.

Além de ser um trabalho criativo interessantíssimo da artista com seu irmão, Finneas, o conjunto impressiona pela capacidade que tem de se reinventar e de influenciar nomes que vão do Pop ao Rock, dos iniciantes até os mais estudados.

Como um verdadeiro sopro de frescor para a indústria, When We All Fall Asleep, Where Do We Go? mostra novidades nos processos de gravação, lançamento, produção, consumo e, é claro, reinventa a sonoridade pop para algo muito mais interessante do que estava por aí.

Discão.

 

2 – Tyler, The Creator – IGOR

Tyler, The Creator - Igor

Apesar de ter sido criado por um dos rappers mais relevantes da última década, IGOR não é exatamente um disco de hip-hop.

Os raps são escassos e dão a vez para instrumentais inspirados em R&B, funk e soul, enquanto os vocais manipulados de Tyler são combinados com nomes como Solange, Kanye West, CeeLo Green, Pharrell e muitos outros. O disco flui como se estivesse ouvindo uma transmissão de rádio, e a temática lírica do personagem criado por Tyler torna o trabalho hipnotizante e simplesmente impecável.

 

1 – Lana Del Rey – Norman Fucking Rockwell!

Lana Del Rey - Norman Fucking Rockwell

Produzido por Jack Antonoff (também responsável pelo já clássico Melodrama, da Lorde),  Norman Fucking Rockwell! é o sexto álbum de Lana Del Rey e, apesar de trazer características marcantes de seus trabalhos anteriores, como o amor romântico e constantes alusões à Califórnia, se traduz como um divisor de águas na carreira da artista.

O disco apresenta algumas de suas melhores e mais viscerais composições até então, como a própria faíxa-título, e passeia livremente entre o soft rock, o trip hop e o pop alternativo que a consagrou, incluindo muitas referências ao rock dos anos 70.

Dentre os singles, vale destacar a já icônica versão de Lana para “Doin’ Time”, clássico do Sublime.

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