Não é incomum lembrarmos de um instrumento específico quando lembramos de uma canção.
Muitas vezes, é a introdução da música que a torna marcante – e, consequentemente, é o instrumento que realiza essa introdução que passa a lembrar instantaneamente a faixa. Pensando nisso, o TMDQA! resolveu fazer uma série de listas com as melhores introduções de todos os tempos.
Como seria impossível ranquear misturando instrumentos, iremos separá-los. A regra é simples: a música precisa começar com o instrumento em questão, no máximo acompanhado de algum outro mas sempre com o escolhido predominando.
Para começar, escolhemos a bateria. Geralmente responsáveis pela base, alguns bateristas saíram da caixinha e criaram entradas icônicas para algumas das músicas mais bem-sucedidas da história. Veja a seguir a nossa lista, feita com base em um vídeo do músico e produtor Rick Beato.
Pearl Jam – “Why Go”
O Pearl Jam é uma das bandas mais marcantes do grunge e seu primeiro baterista, Dave Krusen, acaba esquecido muitas vezes. “Why Go” é uma boa lembrança do cara, que hoje toca com o Candlebox.
The Smashing Pumpkins – “I Am One”
Outra banda da era grunge, o Smashing Pumpkins mostrou uma nova direção do rock no álbum de estreia Gish (1991). Nele estava “I Am One”, e a introdução de bateria do ótimo Jimmy Chamberlin torna o terceiro single do trabalho instantaneamente identificável.
Grand Funk Railroad – “We’re an American Band”
Tudo bem que o riff de guitarra em “We’re an American Band” é impressionante. Mas como esquecer da introdução e seu maravilhoso cowbell?
Queen – “Innuendo”
Quando você ouve o rufo da caixa de Roger Taylor, já sabe o que vem por aí…
U2 – “Bullet the Blue Sky”
Enquanto “Sunday Bloody Sunday” é possivelmente a introdução de bateria mais reconhecível do U2, não dá pra não citar “Bullet the Blue Sky”. O lindo groove de Larry Mullen Jr. marca uma das melhores faixas do incrível The Joshua Tree (1987).
Blur – “Song 2”
Apesar de ser o icônico riff de Graham Coxon que marcou o mega hit “Song 2”, é a bateria de Dave Rowntree que inicia a canção. A linha simples dá o tom cru do rock de garagem que tanto ajudou a alavancar o Blur.
Red Hot Chili Peppers – “Dani California”
Chad Smith é um dos grandes bateristas ainda em atividade, e o groove inicial de “Dani California” prova isso. Tanto valor é dado para os outros músicos da banda, mas é bom lembrar que Chad é a cola que segura tudo junto!
The Knack – “My Sharona”
Uma daquelas bandas de um hit só, o The Knack deve muito do sucesso de “My Sharona” ao baterista Bruce Gary. Simples e marcante, a introdução dita o ritmo inconfundível da canção.
Bruce faleceu em 2006, mas chegou a trabalhar com nomes como Bob Dylan e George Harrison antes disso.
Iron Maiden – “Run to the Hills”
Essa é mais uma das reconhecíveis instantaneamente. O baixo galopante de Steve Harris é, sem dúvida, um dos fatores que dá a sensação de estar “correndo para as colinas” – mas a bateria do saudoso Clive Burr dita o ritmo desde o começo.
Spin Doctors – “Two Princes”
Tem música que só de ouvir você já sabe de que época é. É o caso de “Two Princes”, do Spin Doctors, que exala anos 90 em sua sonoridade – e a introdução na bateria de Aaron Comess é uma das grandes responsáveis por isso.
blink-182 – “Heart’s All Gone”
Para muitos, Travis Barker é o melhor baterista do punk. E para dar uma modernizada na nossa lista, resolvemos incluir “Heart’s All Gone” – considerada por vários como a melhor performance de Travis. E sim, a música começa com um acorde de guitarra, mas seria injusto deixar essa de fora!
Led Zeppelin – “Rock and Roll”
Que John Bonham é um dos maiores nomes da bateria, não há dúvidas. Difícil é escolher qual introdução dele é mais marcante – mas, apesar da existência de “When the Levee Breaks”, ficamos com a icônica entrada de “Rock and Roll”. O prato aberto e barulhento e a pegada firme de Bonham certamente imortalizaram esse hino do gênero!
Judas Priest – “Painkiller”
É quase certo que todo baterista de metal tem um objetivo primário: tocar a introdução de “Painkiller”. O trabalho primoroso de Scott Travis uniu técnica e groove e imortalizou uma das canções mais pesadas do início dos anos 90.
Vale ressaltar que a música foi regravada pelo Death em 1998, para o disco The Sound of Perseverance. Nele estava ainda a faixa “Scavenger of Human Sorrow”, que tem uma introdução parecida e certamente inspirada na faixa do Judas Priest – fica aqui nossa menção honrosa.
TOOL – “Ticks & Leeches”
Danny Carey é um dos melhores bateristas do mundo. O cara conseguiu criar um groove maravilhoso mesmo usando um tempo quebrado na ótima “Ticks & Leeches”, e fez por merecer sua entrada nessa lista. Vale a pena conferir!
Nirvana – “Smells Like Teen Spirit”
Roubando nossas próprias regras, não tinha como deixar “Smells Like Teen Spirit” de fora. Apesar da bateria de Dave Grohl não ser no começo, a icônica entrada virou quase que uma “segunda introdução” e é instantaneamente reconhecida por qualquer rockeiro que se preze.
Deftones – “Digital Bath”
Há muito o que falar mal do new metal, mas uma coisa que os caras têm é groove. E Abe Cunningham, do Deftones, é um dos maiores exemplos disso. Se a escolhida foi a introdução sensual de “Digital Bath”, outras como “Beauty School” também poderiam facilmente estar aqui e, claro, a simples porém infalível entrada de “My Own Summer (Shove It)”.
Van Halen – “Hot for Teacher”
O Van Halen elevou muitos patamares da música, especialmente em questão de técnica. Mas no caso de “Hot for Teacher” o baterista Alex Van Halen pode ter ido longe demais; usando quatro bumbos para recriar o barulho de uma moto, o cara dificultou bastante (pra não dizer que tornou impossível) o trabalho de quem queria aprender a música!
De toda forma, a sonoridade única tornou a canção uma das mais especiais da discografia dos caras.
Aerosmith – “Walk This Way”
Talvez a linha de bateria mais memorável da história! “Walk This Way” une groove e rock and roll e a batida de Joey Kramer sobreviveu ao teste do tempo – mesmo sendo uma linha de certa forma básica, é instantaneamente associada a ele.
Michael Jackson – “Billie Jean”
Como transformar um dos grooves mais simples de bateria em uma entrada inesquecível? Bom, é meio inexplicável, mas foi o que Leon “Ndugu” Chancler fez quando gravou “Billie Jean” com Michael Jackson.
Falecido em 2018, o músico de estúdio tocou com nomes como Santana e Miles Davis além do Rei do Pop.
Rush – “YYZ”
O Rush é possivelmente uma das únicas bandas que conseguiu atingir a proporção que teve tendo uma música instrumental como um dos seus maiores hits. “YYZ” é um hino do rock progressivo – e do rock em geral – e Neil Peart merece estar nessa lista, principalmente depois de transformar um simples padrão de batidas em um prato em uma das introduções mais icônicas da história.