Há algum tempo falamos por aqui como o Behemoth é uma das bandas mais interessantes da cena pesada.
Essa afirmação foi comprovada mais uma vez após a apresentação dos poloneses no Tropical Butantã, em São Paulo, no dia 08/12. Desde o início, após a boa apresentação de abertura do Genocídio, o Behemoth já mostrava a que vinha, com os bumbos da bateria de Zbigniew “Inferno” Promiński ecoando pela casa toda.
Nos primeiros acordes da introdução “Solve”, que precede “Wolves ov Siberia” tanto no trabalho mais recente da banda – I Loved You at Your Darkest (2018) – quanto no setlist do show, já é possível sentir que os caras não iriam economizar no peso. Com o característico visual black metal, o quarteto foi recebido de forma calorosa pelo público.
A identidade visual da banda é um show à parte. Com cruzes invertidas em bandeiras, tapete com o símbolo do disco The Satanist (2014) no palco e várias vestimentas características, a banda consegue de fato passar a sensação de estarmos em uma verdadeira missa satânica. Prova disso é que um segurança do local, mais desavisado, fazia o sinal da cruz constantemente!
Por outro lado, o Behemoth também mostrou que o metal é pra todos. Era possível ver algumas famílias na apresentação e o respeito reinou – talvez até um pouco demais. Mesmo nas músicas mais pesadas, como “Slaves Shall Serve”, nenhuma roda se abriu e o público agia como se estivesse assistindo a um espetáculo teatral.
De toda forma, essa noite será lembrada como um respiro de um gênero cuja morte é desejada há anos. O metal extremo tem suas dificuldades e muitos tentam devolvê-lo ao underground, mas este 08/12 mostrou que o espaço ainda existe – basta seguirem o exemplo da banda polonesa e reinventar sua sonoridade, deixando-a mais atualizada a cada álbum.
Behemoth no Brasil
Além disso, a performance impecável certamente colaborou. Quando falava com o público, o frontman Adam “Nergal” Darski parecia sem voz – impressão que era prontamente corrigida quando fazia seu característico gutural, ainda que este parecesse mais fraco em alguns momentos. Mas, quando entravam as vozes de apoio de Tomasz “Orion” Wróblewski (baixo) e Patryk “Seth” Sztyber (guitarra), era como se as portas do inferno tivessem sido abertas.
A força da banda foi tanta que em momentos como “Blow Your Trumpets Gabriel” e “Bartzabel” o público cantou junto em plenos pulmões. Em sucessos mais antigos, como “Daimonos” e “Lucifer”, a empolgação também era notável. O Behemoth sai do Brasil com missão cumprida, tendo provado que ainda é possível levar uma grande plateia ao delírio tocando música pesada.
Que voltem logo!
Behemoth em São Paulo – Setlist e Fotos
- Solve
- Wolves ov Siberia
- Daimonos
- Ora Pro Nobis Lucifer
- Bartzabel
- Ov Fire and the Void
- Conquer All
- God = Dog
- Sabbath Mater
- Decade of Therion
- Blow Your Trumpets Gabriel
- Slaves Shall Serve
- Chant for Eschaton 2000Bis
- Lucifer
- We Are the Next 1000 Years
- Coagvla